terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

"Não me deixo influenciar pela máquina trituradora que grita que sou ignorante e analfabeta"

Regina Cunha

Fico perplexa com alguns comentários de puro ódio e irracionalidade a que tenho tido acesso aqui no Facebook. Sob a capa de gente muito tolerante, boazinha e amantes incontestáveis da Democracia, os seus discursos de ódio e intolerância raiam o criminoso.

Já li aqui no Facebook amigos a pedirem publicamente a morte de Donald Trump. O homem está no cargo fez três semanas, nem tão pouco conseguiu ainda eleger o pessoal de confiança que o ajudará a implantar o programa sufragado pelos seus eleitores (graças aos constantes boicotes dos que se apelidam a si mesmo de Democratas) e já exigem a sua morte?

O ódio emerge por toda a parte chegando ao ridículo de se exigir um golpe de Estado para destituir Donald Trump.

Eu sabia que a nossa Democracia estava putrefata, mas nunca pensei que atingisse estes limites.

Fui muito crítica das políticas de Obama… nomeadamente quando tive a noção de que (ele) estaria por detrás da dita “Primavera árabe” que desestabilizou toda a zona (já de si desestabilizada) do Médio-Oriente… e, pior ainda, tive conhecimento que apadrinhou terroristas.

Obama com as suas deliberações, ajudou a chacinar milhares de pessoas, nomeadamente Cristãos e outras etnias minoritárias. Estranhamente, a UE, a ONU, e vários outros organismos internacionais que tanto se abespinharam contra Bush, nunca se fizeram ouvir contra Obama.

Qual a razão de Obama se ter retirado do Iraque e deixado tantos civis à sua sorte, depois de terem desarmado o exército iraquiano? Por que interferir nos regimes da Líbia e da Síria? Argumentavam que Assad era um “assassino” que chacinava o seu povo, nomeadamente os que se lhe opunham, mas Saddam era um assassino mais implacável e parece que ninguém ficou ofendido com as mortes que deixou atrás si… e refiro-me aos que ferozmente se recusaram a aceitar a guerra no Iraque (após o 11 de Setembro, não esquecer) e se calaram com a “invasão” na Líbia e na Síria. Qual a coerência?

De referir ainda que Assad foi reeleito com uma grande maioria, numas eleições consideradas limpas pela própria ONU. Mas, como dizia atrás, fui uma crítica feroz de Obama, não porque me causasse particular antipatia, mas pelas políticas que executou… mas jamais me ouviram postar algo a incitar à morte do homem. Incitei sim, para que fosse levado a Tribunal Marcial e julgado por crimes de guerra e de Lesa-Pátria.

Estas pessoas e as ditas “elites” que destilam ódio puro e irracional pelo homem (Donald Trump), exigindo até a suspensão da Democracia, e que se extinga o sistema um voto um eleitor, fazem-me estranhamente lembrar os Nazis e as suas tácticas para calar tudo e todos, ridicularizando os adversários e caluniando-os. Isso não é bonito, não é democrático e não é ético. E não deixa de ser irónico ouvir apelidar Donald Trump de inculto e boçal, quando muitos dos que o fazem nem português sabem escrever… e é óbvia a sua limitação cognitiva.

Nunca ridicularizei ninguém pela maneira como se expressa (a não ser que tente dar uma de grande erudito para cima de mim), mas, chegarem ao ridículo de nos tentarem colar rótulos de ignorantes e analfabetos (porque apoiamos Trump) quando eles próprios são uns iletrados, tira-me do sério.

Para que conste… Donald Trump andou num Colégio Militar e é formado em Economia… consta ainda que não tirou o curso ao Domingo ou nas Novas Oportunidades.

De qualquer das maneiras, ao contrário de alguns embandeirados em grandes democratas, não julgo as pessoas pelo seu grau académico ou posição social… julgo-as pelo seu carácter.

E para que conste, não me deixo influenciar por essa máquina trituradora, que passa a mensagem que ser apoiante de Trump é ser analfabeto e ignorante. Essa mesma máquina, teceu loas a Sócrates, Lula, Dilma, Chávez e Maduro… estamos, pois, conversados!
Título e Texto: Regina Cunha, Facebook, 13-2-2017

Um comentário:

  1. Caramba, eu nunca poderia imaginar que o Obama destruiu Portugal.
    Estou parvo com o que tenho lido dos média portugueses sobre a relação Trump/Obama.
    José Manuel

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