Vanderlei dos Santos Rocha
Pois,
Enfatizo que as razões de
todas as dúvidas são justamente a falta de informações. Existem centenas de
investimentos na Internet que são pirâmides e os incautos caem como patos. Os
slides, as fotos, as contas bancárias, mostradas em vídeos atraem enxames de
asnos. Assim o visual engana as realidades escondidas nas falcatruas.
Em 2002 eu já vislumbrava a
decadência do Aerus.
Ainda corre na justiça um
processo civil do antigo diretor, por ofensas via internet. Ele quer tirar-me o
único bem que me resta: a minha casa.
Sequer quisera saber que gosto
tiveram os pães amassados pelo diabo que provei e alimentei a minha família. Minha
luta teve poucos adeptos. Todos endeusavam os diretores da VARIG, eram seus
crepúsculos de ídolos.
Veio a Intervenção.
Associações e sindicatos
realizavam palestras com diretores do Aerus inócuas, onde mentiam
descaradamente. Apresentavam planilhas, cálculos e slides de incompreendidas
razões aos leigos. Em 2006 veio o tombo.
A maioria desesperou-se e
começaram mobilizações em 2011, cinco fatídicos anos depois.
A antecipação de tutela
chegou, e vários políticos e sindicalistas aproveitaram-se do momento para
alegar suas paternidades. Todos sabemos que a paternidade é do sistema
jurídico.
A falta de transparência
continua. Ninguém nos dá informações alguma. Falam de acordos, não nos mostram
o acordo.
Aliás, houveram diversos, sem
nos mostrarem seus conteúdos, eram notícias alvissareiras de políticos e
sindicalistas que nada tinham a ver com o instituto. Qual foi o acordo que
fizeram? Não sabemos.
Os gritos no silêncio de
alguns participantes não valem nada, no escondido das atitudes daqueles que nos
representam. Reclamam, mas jamais vi alguém perguntar quais seus conteúdos. Aqui
não se trata do que é meu, ninguém tasca, eu decido. Trata-se de o que é nosso,
nós decidimos.
Jamais o sindicato fez uma
convocação de assembleia para escolhermos um representante. Poderia ser uma
associação, a APRUS, ou talvez uma comissão eleita.
Eu pergunto: o que tem a
FENTAC com os nossos problemas?
O AERUS não é uma ação trabalhista.
O sindicato ao promover a AÇÃO CIVIL PÚBLICA, nada mais fez do que sua
obrigação constitucional. É obrigação do sindicato defender os direitos de seus
associados, em ações trabalhistas ou coletivas de interesses de partes
sindicais. A toda ação sempre haverá uma reação.
Jamais podemos colocar
interesses individuais acima dos coletivos.
Certa vez perguntaram ao
falecido douto doutor Enéas, qual a finalidade da vida? Ele respondeu que era o
respeito ao próximo, sem coletividade ninguém vive, vegeta.
Muita gente chora suas
privações, esquecendo que quase todos vivenciaram essas privações. Esquecem que
muitos morreram durante, e muitos hão de morrer antes do final delas. Não é
agouro, é realidade.
Precisamos de transparências. Evitar
maus ditos, falsas informações e unirmo-nos como um feixe de varas. A vara
sozinha é facilmente quebrada. As ações individuais, só prejudicam o próprio
indivíduo.
Não foi a invasão do AERUS,
que fortaleceu a decisão do TRF1, juízes não julgam causas por pena, caridade e
indolências. Juízes honestos julgam o que é justo.
"Increscunt animi,
virescit volnere virtus"
"O espírito de luta é
incentivado pelo poder das feridas"
Essa frase é do prefácio do
livro de Nietzsche "O crepúsculo dos ídolos", permitam-me colocar uma
pequena parte:
“Conservar a sua serenidade frente a algo
sombrio, que requer responsabilidade além de toda medida, não é algo que exige
pouca habilidade: e, no entanto, o que seria mais necessário do que a
serenidade?
Nada chega efetivamente a vingar, sem que
a altivez aí tome parte. Somente um excedente de força é demonstração de força.
- Uma transvaloração de todos os valores, este ponto de interrogação tão negro,
tão monstruoso, que chega até mesmo a lançar sombras sobre quem o instaura - um
tal destino de tarefa nos obriga a todo instante a correr para o sol, a sacudir
de nós mesmos uma seriedade que se tomou pesada, por demais pesada. Qualquer
meio para tanto é correto, qualquer "caso", um golpe de sorte.
Sobretudo a guerra. A guerra sempre foi a
grande prudência de todos os espíritos que se tornaram por demais ensimesmados,
por demais profundos; a força curadora está no próprio ferimento. Uma sentença,
cuja origem mantenho oculta frente à curiosidade douta, tem sido há muito meu
lema:
‘Increscunt animi, virescit volnere
virtus.’
Uma outra convalescença, que sob certas
circunstâncias é para mim ainda mais desejável, consiste em auscultar os
ídolos... Há mais ídolos do que realidades no mundo: este é o meu ‘mau olhado’
em relação a esse mundo, bem como meu ‘mau ouvido’... Há que se colocar aqui ao
menos uma vez questões com o martelo, e, talvez, escutar como resposta aquele
célebre som oco, que fala de vísceras intumescidas - que encanto para aquele
que possui orelhas por detrás das orelhas! - para mim, velho psicólogo e
caçador de ratos que precisa fazer falar em voz alta exatamente o que gostaria
de permanecer em silêncio...
Também este escrito - o título o denuncia
- é antes de tudo um repouso, um feixe de luz solar, uma escorregadela para o
seio do ócio de um psicólogo. Talvez mesmo uma nova guerra? E novos ídolos são
auscultados?... Este pequeno escrito é uma grande declaração de guerra; e no
que concerne à ausculta dos ídolos, é importante ressaltar que os que estão em jogo,
os que são aqui tocados com o martelo como com um diapasão, não são os ídolos
em voga, mas os eternos; - em última análise, não há de forma alguma ídolos
mais antigos, mais convencidos, mais insuflados... Também não há de forma
alguma ídolos mais ocos... Isto não impede, que eles sejam aqueles em que mais
se acredita; diz-se também, sobretudo no caso mais nobre, : que eles não são de
modo algum ídolos...
Turim, 30 de setembro de 1888, no dia em
que chegou ao fim o primeiro livro da Transvaloração de todos os valores.
Friedrich
Nietzsche”
Para finalizar sugiro a
leitura. Link para baixar o livro.
Bom dia
Fui.
Título e Texto: Vanderlei dos Santos Rocha, 16-2-2017
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"Ainda corre na justiça um processo civil do antigo diretor, por ofensas via internet."
ResponderExcluirOfensas via e-mail, em blogues, orkut...?