quarta-feira, 22 de março de 2017

A crise do Rio, além de ser a maior do país, ainda não dá sinais de recuperação

Cesar Maia
               
1. As informações divulgadas na semana passada, que trouxeram sinais de alívio para a economia e a crise brasileiras, não se confirmaram para o Rio de Janeiro. A primeira delas foi a criação de empregos com carteira assinada.
               
2. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) informou que, em fevereiro, depois de 22 meses, foram criadas no país – liquidamente – 35.612 vagas formais, ou seja, 35.612 empregados com carteira a mais que os que perderam o emprego. Esse, certamente, é um indicador de recuperação da economia.
               
3. Mas o Estado do Rio de Janeiro foi exceção. No Rio de Janeiro houve mais desempregados que empregados com carteira. O déficit no Rio foi de 8.200 empregos perdidos com carteira.
                
4. O Índice de Gini, que mostra a concentração de renda, é provavelmente a pior situação de desigualdade de renda do Rio desde sempre. O Rio sempre foi a primeira – até o século XX – economia do país ou a segunda a partir daí. Com isso, sua renda por habitante e a desigualdade de renda sempre o situou entre as 5 regiões com melhor distribuição de renda.
                
5. O Índice de Gini, ou de concentração de renda, entre 0 e 1 – indica que quanto mais próximo de zero menor é a desigualdade. Numa tabulação feita pelo IETS (ver Gois – Globo, 16/03), na média nacional, o Índice de Gini alcançou a média nacional de 0,51 em 2015. Enquanto isso, o Índice de Gini do Rio ficou pior que a média nacional, atingindo 0,53. 
               
6. A crise fiscal do RJ e os desencontros da Prefeitura da Capital eliminaram os gastos com investimentos que têm um grande multiplicador sobre o emprego no curto prazo e sobre a economia em médio prazo. Ficaram só as rolagens de custeio.

7. Os problemas com as licitações no litoral do Rio de novos poços do pré-sal estão fazendo São Paulo aumentar significativamente sua participação na extração de petróleo e o Rio diminuir.
              
8. O fechamento do Maracanã, levando clássicos para Brasília, leva também uma significativa receita com serviços de entretenimento e muito mais com seu multiplicador do gasto envolvido por torcedores, imprensa...
               
9. E, se não bastasse, surgem os problemas com a febre amarela. A OMS focalizou municípios do Rio, pedindo que os viajantes tenham tomado vacina contra febre amarela fora da capital e, com isso, atingiu a região dos Lagos e a região Serrana, afetando as economias destas regiões com turismo interno.
Título e Texto: Cesar Maia, 22-3-2017

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