Cesar Maia
1. As informações divulgadas na semana passada, que trouxeram
sinais de alívio para a economia e a crise brasileiras, não se confirmaram para
o Rio de Janeiro. A primeira delas foi a criação de empregos com carteira
assinada.
2. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) informou
que, em fevereiro, depois de 22 meses, foram criadas no país – liquidamente – 35.612
vagas formais, ou seja, 35.612 empregados com carteira a mais que os que
perderam o emprego. Esse, certamente, é um indicador de recuperação da
economia.
3. Mas o Estado do Rio de Janeiro foi exceção. No Rio de Janeiro
houve mais desempregados que empregados com carteira. O déficit no Rio foi de
8.200 empregos perdidos com carteira.
4. O Índice de Gini, que mostra a concentração de renda, é
provavelmente a pior situação de desigualdade de renda do Rio desde sempre. O
Rio sempre foi a primeira – até o século XX – economia do país ou a segunda a
partir daí. Com isso, sua renda por habitante e a desigualdade de renda sempre
o situou entre as 5 regiões com melhor distribuição de renda.
5. O Índice de Gini, ou de concentração de renda, entre 0 e 1 –
indica que quanto mais próximo de zero menor é a desigualdade. Numa tabulação feita
pelo IETS (ver Gois – Globo, 16/03), na média nacional, o Índice de Gini
alcançou a média nacional de 0,51 em 2015. Enquanto isso, o Índice de Gini do
Rio ficou pior que a média nacional, atingindo 0,53.
6. A crise fiscal do RJ e os desencontros da Prefeitura da Capital
eliminaram os gastos com investimentos que têm um grande multiplicador sobre o
emprego no curto prazo e sobre a economia em médio prazo. Ficaram só as
rolagens de custeio.
7. Os problemas com as licitações no litoral do Rio de novos poços
do pré-sal estão fazendo São Paulo aumentar significativamente sua participação
na extração de petróleo e o Rio diminuir.
8. O fechamento do Maracanã, levando clássicos para Brasília, leva
também uma significativa receita com serviços de entretenimento e muito mais
com seu multiplicador do gasto envolvido por torcedores, imprensa...
9. E, se não bastasse, surgem os problemas com a febre amarela. A
OMS focalizou municípios do Rio, pedindo que os viajantes tenham tomado vacina
contra febre amarela fora da capital e, com isso, atingiu a região dos Lagos e
a região Serrana, afetando as economias destas regiões com turismo interno.
Título e Texto: Cesar Maia, 22-3-2017
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