José António Rodrigues Carmo
No léxico primário usado pela
maioria dos jornaleiros, provavelmente forma(ta)dos naquela célebre Faculdade
da Nova, onde a liberdade de expressão só se aplica às ideias apreciadas por
quem tem o poder de decidir, extrema-direita é tudo aquilo que está à direita
do "bem"
E o "bem" é, como é
sabido, sinónimo de "esquerda".
Por exemplo, por cá, chamam
"extrema-direita" a um partido socialdemocrata e a outro do centro (democrático
social).
Por aqui se vê a robustez da
formação dos nossos jornaleiros.
Na Holanda, ganhou as eleições
um partido de direita. Bem de direita. Que seria a "extrema-direita",
se não houvesse aquele partido do senhor Wilders.
O senhor Wilders, como se sabe,
é de "extrema-direita", porque, segundo a novilíngua oficial, tem
péssima opinião sobre o Islão.
E é a isto que chegámos, na
cosmovisão jornaleira:
Quem tem má opinião do Islão,
é de "extrema-direita".
Isso mesmo:
- Se leste o Corão, os hadiths,
conheces a História e olhas para o mundo e reparas que em mais de 90% da
violência planetária está o Islão envolvido;
- Se reparas nas
disfuncionalidades e no atraso das sociedades islâmicas;
- Se tens a clara noção da
intolerância e do supremacismo islâmicos;
- Se deploras a sua ética e a
sua moral;
- Se recusas aceitar que a tua
civilização seja paulatinamente carcomida por uma cultura atrasada e violenta,
que trata mulheres e o "outro", abaixo de cão.
Passas a ser de
"extrema-direita" e levas em cima com todo o pacote. Num instante
transformas-te em nazi, em xenófobo, em racista, em neoliberal, em capitalista,
em populista, em antissemita, em feio, porco, burro e mau.
O irónico é que, na Holanda,
os partidos maus (da direita), tiveram a esmagadora maioria dos votos e o que
ganhou teve de endurecer o seu discurso para com o Islão e os turcos.
Por enquanto é dos
"nossos". Um destes dias passa a ser de "extrema-direita".
P.S. De resto o mesmo destino
aguarda o nosso saltitante Presidente da República.
Hoje é popular e afetuoso. Um
destes dias, quando desagradar à esquerda bondosa e boa, é transformado, num
ápice, em populista e extremista de direita. O Galamba já deu um cheirinho. Vai
uma aposta?
Título e Texto: José António Rodrigues Carmo, Facebook,
17-3-2017
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