sexta-feira, 3 de março de 2017

Como usar as brechas do fascismo cultural para destruir a esquerda? Pergunte-me como…

Luciano Ayan


Acabamos de ver mais uma polêmica grotesca causada pelo fascismo cultural, que decidiu atacar Anitta por usar dreads nos cabelos para o carnaval. Esses são os fatos, mas as oportunidades políticas vão muito além do caso em si. O caso é que o fascismo cultural (ou politicamente correto) oferece uma grande brecha para detonarmos a esquerda.

Como muitos já ouviram, os esquerdinhas sempre nos contaram historinhas dizendo que eles “lutam pelos pobres e pela classe trabalhadora”. Claro que isso sempre foi uma mentira, dado que a luta esquerdista sempre foi pela aquisição de mais verbas estatais para seus líderes a partir, é claro, do aumento do poder estatal, da estatização, do aumento de impostos e do totalitarismo. Mas ainda assim, havia uma historinha contada. E muita gente da direita caía no conto, dizendo “é, eu opto pela liberdade, enquanto ele, esquerdista, opta pela igualdade”. Isto é cair feito patinho na conversa esquerdista.

Seja lá como for, o frame “lutamos pelos trabalhadores” tem seu efeito psicológico, mas o fascismo cultural simplesmente abandona essas supostas lutas. Não se fala mais de “pobres contra ricos” ou “trabalhadores contra padrões”, mas de “negros contra brancos”, “LGBT contra heterossexuais”, “mulheres contra homens”. Sempre surgem oportunidades para a luta contra “coisas que ofendem”. A cada oportunidade, eles se lançam em ataque em bando contra seus alvos. Em muitos casos destroem por completo as vidas das pessoas. Eles se deliciam com isso, pois são sádicos. Não é o caso de Anitta, que é uma atriz rica, que dificilmente terá sua vida destruída e capitalizará positivamente coma polêmica. Mas se ela fosse uma atendente de supermercado, por exemplo, talvez fosse vítima de linchamento virtual a tal ponto que dificilmente conseguiria novo emprego.

Justamente aí é que se encontra a grande oportunidade política para destruir a esquerda a partir das brechas dadas pelo fascismo cultural. Ao encontrar oportunidades para destruir vidas dos outros (ou, pelo menos, tentar censurá-las ou justificar violência contra elas), os fascistas culturais tomam como alvos pessoas que supostamente seriam rotuladas como inimigas de suas minorias escolhidas. Claro que eles não protegem nenhuma minoria quando Lula diz que as feministas do PT possuem grelo duro, mas destruiriam um adversário que falasse o mesmo. Os ataques são sempre seletivos. O detalhe é que ao fazer isso, muitas vezes eles atacam pessoas da classe trabalhadora.

Eles lutaram para destruir inteiramente a vida da médica Gabriela Munhoz, que nunca mais vai conseguir trabalhar em sua profissão, ao inventarem que ela teria vazado exames da esposa de Lula (o que ela não fez). Talvez Gabriela tenha até que mudar de país. Lutaram para provocar o desemprego de um estagiário, Gabriel Vaz, apenas por ter feito uma piadinha sofre feministas (e não sobre as mulheres em geral, o que transforma acusação de “machismo” em mentira deslavada). O que estamos vendo aqui é o seguinte: eles destroem a vida de trabalhadores quando possuem picuinhas para destilar seu sadismo, combustível sem o qual o fascismo cultural não pode prosperar.

Em resumo, cada instância em que eles jogam com o fascismo cultural – e não é algo que eles vão interromper tão cedo – é uma oportunidade perfeita para que a esquerda seja exposta ao público como aqueles que odeiam a classe trabalhadora. A prova desse ódio está nas diversas oportunidades que eles encontram para destruir vidas de trabalhadores.

O fascismo cultural serve para mostrar que a esquerda de fato odeia os pobres e a classe trabalhadora. Agora é só expor isso ao público. É a principal razão das derrotas de Freixo e Hillary. Mas podemos ir além e usar cada caso de linchamento público do fascismo cultural como exemplo do ódio da esquerda pelos reais oprimidos, que são os pobres e trabalhadores. 
Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 25-3-2017

Um comentário:

  1. Esses fascistas estão colaborando para o mundo ficar mais chato, onde até uma marchinha de carnaval eles entendem que pode ofender alguém.
    Edson

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