domingo, 5 de março de 2017

Secretária de Aparecido desabafa: "Na verdade, para os boçais que não sabem o que é ser a sombra de alguém, eu sou exatamente a sombra de alguém"

Meðjugorje


Carina Bratt

As pessoas vivem falando que eu não existo. Sou, segundo a maioria, uma personagem falsa, criada pela imaginação fértil do Aparecido. Interessante, as pessoas dizerem isso de uma figura que nunca viram pela frente. É natural. Acho natural e ao mesmo tempo cômico.

Natural, porque nunca apareci para ninguém, a não ser para alguns amigos escolhidos a dedo. Cômico, porque os imbecis de plantão pensam assim. Suponho que vegetem em seu mundinho de merda. Logicamente essas criaturas têm a cabeça de uma pulga (me desculpem as pulgas). Vamos arranjar um bicho menos popular.

A ameba, por exemplo. Os desocupados, os sem noção, os berlióticos, como diria o meu patrão Aparecido (berlióticos são os piores cegos que existem, ou seja, eles não se enxergam a si mesmos. Esquecem seus rabos sujos para espiarem o dos outros). São os Big Brothers frustrados de pais e mães.

Resumindo, os berlióticos não têm somente a mente da ameba. Pensam como ela e agem como se fossem membros de sua família. Como disse Marques de Cervantes, “quem nasceu para ser ameba, jamais chegará a um protozoário simpático, carismático, bom de conversa”. Por certo! Sempre esses xucros mal-amados andarão com um pé atrás. E o outro no meio da lama.

Quero que saibam, amados e amadas desses grupos de rizópodes que rastejam como eternos parasitas, não devo nada a ninguém. Um puto a quem quer que seja. Sou formada em jornalismo, tenho meu registro no MT, identidade, CPF, Carteira Profissional, Título de Eleitor, Carteira de Motorista para carro e moto, Passaporte, Cartão de Vacinação e, acreditem, até cartões de crédito.

Trabalho há anos com uma só pessoa, como seu assessor de imprensa e revisor, ganho o que dá para viver dignamente e manter meus vícios, tipos roupas, sapatos, calcinhas, algumas joias, malas, maquiagens, perfumes, xampus, enfim, não preciso que pensem que eu vivo como aqueles zânganos que passam a existência inteira sugando o cu da bunda dos elefantes.

Quanto ao fato de aparecer ou deixar de aparecer, também não preciso dar explicações a quem quer que seja. Na verdade, para os boçais que não sabem o que é ser a sombra de alguém, eu sou exatamente a sombra de alguém. E esse alguém é o meu patrão Aparecido. Ele é a estrela. Ele é quem deve aparecer, mostrar a cara, ser fotografado, bajulado... ter os holofotes guindados à sua beira.  

Eu sou uma espécie de Lombardi. Lembram do Luiz Lombardi, do programa Silvio Santos, que falava, falava, matraqueava o tempo todo e ninguém via a fuça dele? Recordam do Sombra, do programa do Ratinho?

Luís Lombardi Neto
 
"O Sombra", Alvino Batista Soares
Querem Sombra mais fantástica que a do Louro José [imagem abaixo], da Ana Maria Braga? Ele existe, e ninguém vê. Se ele, Tom Veiga, pode ser um fantoche, qual a diferença de euzinha ser uma marionete?


Sou, portanto, amebas de plantão, o Louro José do Mais Você, o Sombra do Ratinho, o Lombardi do Silvio Santos. Eu não preciso mostrar meu rosto. E nem quero. Às vezes é melhor ficar por detrás das coxias, quietinha, só observando, que conviver com certos tipos de humanos - trocados por um monte de bosta sairia caro.

Portanto, para finalizar meu pensamento, vocês, amebas homens, amebas mulheres (ameba não tem sexo, é tudo uma porra só, todavia...) cuidem de suas vidinhas medíocres, levianas, inócuas, insignificantes, inábeis politicamente triviais, banais, comuns, popularescas, reles, mesquinhas e sordidamente inexpressivas.

Acordem para o que fazer, ao invés de ficarem por aí, nos Facebook e WhatsApp tomando conta da vida dos outros. Não têm com o que se preocupar? Quebrem pedras, varram ruas, deem uma trepada.

Vendam seus rabos e línguas nas casas das luzes vermelhas, mas, por favor, bandos unicelulares das extensões fluídas dos citoplasmas. Me deixem continuar sendo a Rainha da paz de quem gosta de mim a acredita piamente no meu trabalho. Estou fazendo o meu melhor. Sou profissional. Meu patrão adora meus serviços. E eu amo ser a SOMBRA DELE.  O resto, amados e amadas, gravem isso, escrevam num papel. Engulam, prendam na geladeira. Colem em seus óculos. O resto (perdão pelas palavras inadequadas) que vá para a puta que pariu. 
Texto: Carina Bratt, Secretária e Assessora de Imprensa do Jornalista e escritor Aparecido Raimundo de Souza – do Sítio “Shangri-La”, um lugar perdido no meio do nada. 3-3-2017

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2 comentários:

  1. Uau... linguinha afiada, mocinha. Não sabia que pessoas vivem perturbando a sua paz. De qualquer forma Ca, quero morrer seu amigo. Com todo respeito, por favor, não me processo por assédio. Mas cá entre nós. Você quando fica zangadinha, seu rostinho de boneca se transforma numa princesa linda e formosa. Eu diria que... você não é só a Medjugorje, mas a Rainha da Paz de todas as pessoas que convivem diariamente com você. Na verdade, quero dizer que você é a minha Sombra, digo, o meu braço direito, esquerdo, e, claro, a minha Rainha da Paz. Aparecido.

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  2. Todo desabafo é permitido.
    Desabafos são chapéus jogados a esmo, alguns os colocam em suas cabeças.
    Eu não.
    Aliás esta é a primeira vez que vejo seus comentários.
    Você fala de ser tal e qual o Sombra do Ratinho, ou o Lombardi do Sílvio Santos.
    Bem para mim é indiferente, pois nunca tentei saber quem eram, nem tampouco assitia ou assisto tais programas.
    Eu acredito que sempre haverá uma grande mulher, por trás das figuras de um grande homem.
    Com meus quase 30 anos de voo, nunca fui o comandante, sempre me considerei um excelente coadjuvante.
    Se houvesse OSCAR na aviação todos os coadjuvantes o mereciam.

    As pessoas no mundo parecem, eu diria com certeza, jogadores de um imenso jogo de RPG, digo isso, porque alguns seres humanos fazem as tarefas que estão nos seus scripts.
    Algum religioso fanático irá dizer que o script foi recebido e concebido por uma divindade.
    Se assim for, não existe o livre arbítrio, quando você sai do script, você quebras as regras do jogo.
    Acontece que nesse RPG que vivemos não existe G "game master", existe uma coletividade que cria regras conforme seus prazeres.
    Quebrar as regras é uma dádiva humana.
    Não MATARÁS, diz a lei, exceto em legítima defesa da vida sua ou de outrem, porém matar e morrer por uma divindade específica pode.
    No mundo real, não existe dados para serem jogados a fim de decidir-se as jogadas aleatórias da vida.
    Quando nos aproveitamos dos furos das regras, apelamos contra a ética e a moral, o único que pode burlar as regras é o GAME MASTER, por isso ele joga os dados escondido, dando oportunidade que se mude o jogo, afinal fico satisfeito em saber que as divindades não sabem jogar dados.
    Então preciosa moçoila, seja GM no seu jogo.
    Até ator coadjuvante tem seu OSCAR, muitas vezes com mais prestígio e habilidade que o ator principal.
    Não se considere "sombra" nem "louro José" seja a necessidade incondicional, essencial, sem a qual um voo qualquer não pode decolar.

    bom dia...

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