sábado, 11 de março de 2017

What madness!

Carina Bratt

Meu voo estava marcado para as 22h. Minha primeira viagem de avião. Rio de Janeiro, Miami. Que loucura! Meu Deus, finalmente realizaria meu maior sonho. Voar... voar... voar... voar...

Liguei nervosa, afoita, solicitando um Uber. Dez minutos depois, o carro estava à minha disposição, na portaria do meu prédio, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Pulei para dentro do veículo e solicitei ao motorista que metesse o pé no acelerador e rumasse para o Tom Jobim, na Ilha do Governador, tendo em vista que em menos de meia hora meu avião decolaria. E, com ele, euzinha a bordo, e meu sonho de voar... voar... voar... voar...

Não contava, contudo, com um imprevisto logo à frente. Entre minha casa na Lagoa e o Internacional, no Galeão, um acidente de moto, com vítimas fatais, me deixou presa no meio do caminho. Um bando de curiosos atrapalhando o tráfego, carros da polícia, bombeiros, ambulâncias. Conclusão:

Ao chegar ao Internacional, por três minutos, apenas três minutos de atraso, perdi o avião. Ainda tive tempo de sofrer mais um pouquinho, correndo para vê-lo taxiando na pista. Meu sonho de voar, literalmente, se esvaiu no espaço.


Tive vontade de abrir a boca e gritar.  Ao invés disso, tomei um taxi e voltei para casa, chorando igual a uma criança perdida dos pais. Restava, agora, afogar as mágoas do meu lindo sonho interrompido. Dia seguinte, ao acordar, descobri que havia saído do chão literalmente.

Delirado mesmo, numa boa. O mais cômico da história, de cara limpa. Não solicitei Uber não houve nenhum acidente atrapalhando o fluxo das avenidas e em nenhum momento estive no Internacional. Pior descobri depois. Jamais desejei ir pra Miami. Completando a paranoia, tampouco perdi avião algum. 


Título e Texto: Carina Bratt, Secretária e Assessora de Imprensa do escritor e jornalista Aparecido Raimundo de Souza. Do Sítio “Shangri-La”, um lugar perdido no meio do nada. 11-3-2017

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