Carina Bratt
Meu voo estava marcado para as
22h. Minha primeira viagem de avião. Rio de Janeiro, Miami. Que loucura! Meu
Deus, finalmente realizaria meu maior sonho. Voar... voar... voar... voar...
Liguei nervosa, afoita, solicitando
um Uber. Dez minutos depois, o carro estava à minha disposição, na portaria do
meu prédio, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Pulei para dentro do veículo e
solicitei ao motorista que metesse o pé no acelerador e rumasse para o Tom
Jobim, na Ilha do Governador, tendo em vista que em menos de meia hora meu
avião decolaria. E, com ele, euzinha a bordo, e meu sonho de voar... voar...
voar... voar...
Não contava, contudo, com um imprevisto
logo à frente. Entre minha casa na Lagoa e o Internacional, no Galeão, um
acidente de moto, com vítimas fatais, me deixou presa no meio do caminho. Um
bando de curiosos atrapalhando o tráfego, carros da polícia, bombeiros,
ambulâncias. Conclusão:
Ao chegar ao Internacional,
por três minutos, apenas três minutos de atraso, perdi o avião. Ainda tive
tempo de sofrer mais um pouquinho, correndo para vê-lo taxiando na pista. Meu
sonho de voar, literalmente, se esvaiu no espaço.
Tive vontade de abrir a boca e
gritar. Ao invés disso, tomei um taxi e
voltei para casa, chorando igual a uma criança perdida dos pais. Restava,
agora, afogar as mágoas do meu lindo sonho interrompido. Dia seguinte, ao
acordar, descobri que havia saído do chão literalmente.
Delirado mesmo, numa boa. O
mais cômico da história, de cara limpa. Não solicitei Uber não houve nenhum
acidente atrapalhando o fluxo das avenidas e em nenhum momento estive no
Internacional. Pior descobri depois. Jamais desejei ir pra Miami. Completando a
paranoia, tampouco perdi avião algum.
Título e Texto: Carina Bratt, Secretária e Assessora de
Imprensa do escritor e jornalista Aparecido Raimundo de Souza. Do Sítio
“Shangri-La”, um lugar perdido no meio do nada. 11-3-2017
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