Alberto José
O Panamá pertenceu à Colômbia,
e em 1835 o Congresso da Colômbia aprovou os planos para o início das
escavações a fim de construir a ligação entre os Oceanos Atlântico e Pacífico. Essa
autorização foi revista em 1838 e 1845 quando planejaram construir uma ferrovia
fazendo a ligação entre os dois oceanos. A construção começou em 1852 em uma
cidade recém-criada, Colón, e terminou em 1855 no Panamá, no Pacífico.
Em 1869 foi estabelecido um
tratado com os Estados Unidos para a construção do canal, porém, como o Panamá
fazia parte da Colômbia, o Senado não ratificou o acordo. Em 1878, o Congresso da Colômbia aprovou um
contrato com uma empresa francesa para a construção e a operação do canal
durante noventa e nove anos.
Em 1880, no litoral do
Pacífico, o engenheiro Ferdinand de Lesseps, da empresa francesa, inaugurou os
trabalhos, sendo que, na verdade, as obras só foram iniciadas em 1882 quando
abriram uma trincheira com setenta quilômetros de largura que separou o
continente americano para ligar o oceano Atlântico (Caribe) ao Pacífico.
Em 1884 havia dezessete mil e
quatrocentos e trinta e seis trabalhadores na obra.
O trabalho dos franceses
terminou bruscamente com a falência da empresa devido a grandes dificuldades
para drenar e corrigir o curso do Rio Chagres, chuvas intermitentes, enchentes,
desmoronamentos, grande mortalidade dos trabalhadores devido a malária e a febre
amarela, já que as obras eram feitas em florestas, pântanos e regiões alagadas.
Em 1903, pressionados por dívidas, corrupção e dificuldades técnicas eles
venderam para os norte-americanos por US$ 40 milhões os direitos e os
equipamentos que estavam abandonados no canteiro da obra.
O governo norte-americano se
interessou pela construção do canal e a Marinha dos Estados Unidos ocupou o
Panamá forçando a independência do país em 1903. Então, o Panamá pactuou com os
Estados Unidos a construção do Canal.
O médico cubano Juan C. Finlay
e o norte-americano Walter Reed, do Exército, visitaram os alojamentos dos
trabalhadores que ainda estavam vivos e descobriram que, para evitar que
escorpiões venenosos subissem nas camas, eles colocavam uma lata cheia de água em
cada pé da cama. As latas com água serviram para o desenvolvimento das larvas
dos mosquitos transmissores da febre amarela. A partir dessa descoberta, a doença
foi debelada com sucesso.
As obras foram executadas pelo
sistema de “eclusas” (com portas de 140 metros de altura e 745 toneladas) que é/era
uma técnica de engenharia hidráulica que permitia que uma embarcação subisse ou
descesse um rio como se estivesse escalando degraus para elevar os navios 26
metros até o nível do Lago Gatún.
Os norte-americanos iniciaram
as obras em 1904 e foram concluídas em 1914. Eles pagaram US$ 10 milhões “de
luvas” e US$ 250 mil anuais para operar e administrar o Canal até 1977, quando
foi iniciado o processo de devolução ao Panamá, concluído em 1999.
Câmaras gigantescas e
submersas que transferem o imenso volume de águas entre as comportas e as
bacias de reserva (Foto de 1913).
Construção de uma comporta,
com as portas basculantes de 140 metros e 745 toneladas, operadas
hidraulicamente (Foto de 1913).
Momento da chegada de dois
navios na eclusa, ladeados por quatro locomotivas sobre trilhos de cremalheira
que rebocam o navio ao longo do canal. Cerca de 70 navios cruzam diariamente o
canal. A tarifa chega a US$ 5 mil por tonelada, ou seja, um navio de 120 mil
toneladas tem que pagar cerca de US$ 500 mil!
São três jogos de eclusas que
elevam os navios ao nível de 26 metros de altura ao longo dos 80 km. do canal.
O cruzamento do canal dura entre 20 e 30 horas. Em 2007, foi iniciada a construção de um
terceiro conjunto de comportas com operação mais rápida possibilitando a
passagem de navios maiores.
Início da Travessia
Ás 05h00 o navio está saindo
da Baía do Panamá (Oceano Pacífico) e começa a entrar no Canal com destino à
Colón, no Mar do Caribe (Oceano Atlântico).
Duas locomotivas de cada lado,
sobre trilho de cremalheira rebocam o navio durante a travessia de cada seção
de comporta.
O navio à frente já desceu
para a comporta inferior; o cargueiro à direita está subindo e vai entrar na
comporta que está sendo alagada.
O navio está entrando na
próxima comporta enquanto o navio à sua frente já está em um nível bem mais
baixo.
A comporta à frente foi
alagada para que o navio possa entrar em mais um degrau que vai possibilitar a
sua descida. O navio à frente já desceu bastante e já está pronto para entrar
no Lago Gatún!
Aqui vemos um navio de 80 mil
toneladas entrando na comporta rebocado pelas locomotivas.
Comporta de Miraflores no
nível 15,5 metros abertas.
A locomotiva à direita vem
puxando um navio que está subindo em direção ao Oceano Pacífico.
Nesta foto a comporta foi
alagada e a porta foi aberta para o nosso navio prosseguir até o último degrau,
lá na frente, cerca de 10 horas depois da entrada no Canal.
Painel da Sala de Controle do
Canal.
Computador da Sala de Controle
do Canal.
Novas comportas construídas em
2007, maiores e mais rápidas.
A ferrovia Panamá Canal
Railway, corre ao longo do Canal; se o embarcador tem pouca carga e está com
pressa, ele transfere a carga do navio para a ferrovia que faz o transporte
rápido de um ponto a outro.
Centro da cidade do Panamá.
À esquerda, área residencial
luxuosa da cidade com vista para a baía do Panamá (com águas límpidas e
transparentes).
Título, Imagens e Texto: Alberto José, 4-5-2017
Título, Imagens e Texto: Alberto José, 4-5-2017
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