Bambini, o velho mestre
vidreiro, foi encontrado estendido no chão do seu estúdio, entre duas estantes
de objetos de vidro que desenhara e fabricara. Tinha sido brutalmente
esfaqueado nas costas. A mulher chamara a polícia, muito nervosa. Assim que
chegaram, os inspetores começaram a reunir as provas e não deixaram que mais
ninguém entrasse no estúdio onde tinha ocorrido o crime.
- Foi a senhora que descobriu
o corpo? – perguntou um dos inspetores.
- Fui sim – respondeu entre
lágrimas. – Estava quase a adormecer quando ouvi um estrondo no ateliê do meu
marido.
- Que tipo de estrondo?
- Alguma coisa a partir-se.
Soube logo que algo de terrível tinha acontecido… O meu marido tem um cuidado
enorme com o trabalho, e em trinta anos nunca partiu uma peça.
- E a seguir? Foi ao estúdio
ver o que se passava?
- Sim. Desci as escadas e
encontrei-o morto no meio dos estilhaços… Dei um grito, mas tentei recuperar do
choque e finalmente chamei a polícia. O senhor não desconfia de mim, pois não?
- Estava mais alguém em casa?
- Não.
- O seu marido recebeu alguma
visita?
- Não sei… Eu já estava na
cama há várias horas.
Meia hora depois chegou o
melhor amigo de Bambini. A polícia parou-o à porta de casa. Perguntaram-lhe o
que estava ali a fazer.
- Eu falei com Bambini
momentos antes da sua morte.
- Veio cá a casa?
- Não, falámos por telefone.
- Ouviu a voz do criminoso?
- Infelizmente não… o Bambini
soltou um grito, ouvi o ruído da jarra a partir-se, e a seguir a chamada caiu…
- E por que é que veio a
correr?
- O que lhe parece? O meu
melhor amigo morreu…
Os inspetores reuniram-se fora
da casa para discutir o caso e chegaram à conlusão que tinham de levar ou a
mulher ou o amigo de Bambini para a esquadra.
[Quem é que os inspetores
levaram para interrogatório?]
Título e Texto: Joana Pereira da Silva, Maria João Vieira,
Renato Rocha
Solução:
ResponderExcluir“Os inspetores levaram o amigo de Bambini para interrogatório. Ao descrever o telefonema, diz que ouviu ‘a jarra a partir-se’.
De fato, o objeto que se partiu foi a jarra, mas era impossível o amigo conhecer esse pormenor, uma vez que a polícia não deixou que ninguém entrasse no estúdio.
Para saber que o objeto que se partira era a jarra, o amigo tinha de ter estado presente na altura do crime.”