Aparecido Raimundo de Souza
OS GATUNOS e seus sectários finalmente
venceram a batalha como era de se esperar.
E vencerão sempre, bem sabemos, porque neste país de rurícolas e
‘manos’, engatados nos rabicós de boa parte dos Napoleões e seus pútridos
Mendes, entre outros seguidores, as cartas são ou misteriosamente aparecerão
marcadas. Assinaladas previamente com canetas de tinta forte para não deixar
dúvidas futuras. Nosso judiciário não é de hoje, explode em pizzas e
refrigerantes enquanto seus formidáveis Homens de Preto e línguas afiadas
(figuras que deveriam ter um pouco de senso de ridículo) brincam em salas
fechadas, ao sabor de cafezinhos feitos às pressas e aparelhos de ar
condicionado à força total para espantar as catingas de seus traseiros
intocáveis.
Esses ‘caras sujas’ de rostos pulcros,
reunidos sob o mesmo colmo, não são homens de verdade. Nem meios, ou inteiros.
Não passam de meninos inconsequentes com uniformes de ministros de matéria
plástica, julgando processos que não condenarão ninguém, a não serem as
consciências sujas que carregam, como igualmente dos demais que fazem parte do
catálogo febril onde estão postas todas as suas alucinações medíocres.
Desvairos e cegueiras que inventam para se mimosearem com palavras revestidas
de tolices e asneiras as mais intrincadas. Eles sabem disso, entretanto se
esquecem. Prosperados, enleados persuadidos pela força poderosa e dominante do
dinheiro. O eterno VIL METAL.
O dinheiro é e sempre foi e sempre
será a arma letal que alimenta o poder, a força centrífuga que entra de maneira
espúria, por baixo dos segredos que os caríssimos tapetes escondem. Esses
Soberanos de meia tigela apesar de todo saber que ostentam, se assemelham a
pérolas enclausuradas. Jamais chegarão à flor das vagas. Nessa linha sem volta,
beco sem saída, os Impávidos da Alta Corte sorriem à própria imagem, como
Narcisos fracassados diante de espelhos perplexos. Invadidos por um torpor
quase irredutível e soberbo, brincam, esses Putos, com nossa moral. Levam
nossos sonhos a força. Zombam de nossas fuças. Cospem em nossa seriedade. Para
completar o quadro desolador apunhalam e amelindram a nossa vergonha num
esfaqueamento trágico movido a energia TSE. TSE se traduz por ‘TERRITÓRIO DAS
SACANAGENS ESPECIAIS’.
Um TSE, diga-se de passagem,
invisível, cuja figura representativa da Lei (Lei??!!) traz os olhos vedados
por um absorvente cheio de sangue menstrual oriundo de alguma puta vinda de uma
dessas cidades satélites em derredor do Epicentro. Caixa preta lacrada
semelhada as lojas de maçonaria, onde a curiosidade não entra. Permanece do
lado de fora, como a sutileza da moral decadente, e os princípios básicos à
sorte de um milagre que nunca acontecerá, haja o que houver. Por trás de portas
sisudas, cerradas ao público que paga seus salários, em ambiente de pura podridão,
rola entre esses Deuses de barro e merda, um espectro ainda não conhecido pelos
mortais. Por sua vez, dessa abantesma, aflora o que a medicina denominou chamar
de câncer incurável. Fatal. Indômito.
Nasce, pois, a partir desse ponto
nevrálgico, a doença que recai sobre corpos ou costados inocentes. Os corpos ou
costados inocentes são os humildes, os irmãos da ralé sem chão, os
caraminguados de rostos entristecidos, de mãos vazias, barrigas esfomeadas e
pés descalços de meias e sapatos. Nessa hora, o mal atinge seu ápice e as
forças de diabos e duendes desafortunados se veem submergidos num imenso mar de
destruição total. Mar proceloso de lama e sujeira, cujas ondas gigantescas de
dejetos e imundícies, atingem todos os quadrantes da federação. Nesse encontro
desigual, se mesclam, numa retrógrada de abraço macabro, a aniquilação e o
falecimento de todas as pudicícias conhecidas. O bem vira mal, o mal vira bem.
Todavia, prevalece a chaga aberta com
as suas intransigências de garras afiadas. Semelhantes às algemas da danação
eterna onde, um dia, todos esses Estropícios infames que agora nos afrontam,
nos amedrontam nos coagem, nos pisoteiam, se verão frente a frente com o
Julgador Eterno. Os oprimidos, os amargurados e amofinados, não enxergam, mas
há uma enorme e pesada nuvem negra de toxidade mortal pairando sobre essa
indecente e corrupta complexidade. Do outro lado, num dos jaburus intocáveis, a
poucos passos dos Engravatados de preto, outros flagelos em forma humana
maquinam os próximos passos a serem revistos.
Conchavos criam feições, abraços se
multiplicam, tapinhas nas costas se sucedem numa matemática ímpar que talvez,
nem ‘O sujeito que calculava’ de Malba Tahan conseguisse achar solução
plausível. Enquanto jantares sufocam noites adentro, bebidas se derramam em
suntuosos copos de cristais, o país, amedrontado, sozinho e desamparado, chora
copiosamente. As conversas de pés de ouvidos se repetem e se misturam se
insinuam, criam formas dantescas como num gibi protagonizado por um desenhista
desequilibrado. No contra fluxo,
simulacros, contexturas, plataformas, ti, ti, tis, e blá, blá, blás se recriam.
Voltam à vida, por magia encantada, como a Fênix abatida pela mitologia
infecunda distante da era grega.
No fim, os Vultosos e Conspícuos saem
para seus esquecimentos levando seguradas, pelos cabelos, suas cabeças
decepadas, os miolos expostos pela total falta de brio, respeitabilidade, honra
e dignidade. Os Imorais se dispersam se dividem, se abancam em carros luxuosos,
com motoristas e seguranças. As carreiras seguem a veleidade da lua distante,
imaginando descansar suas caveiras em camas com lençóis exalando a perfumes
franceses. Mal sabem, voam para lugar nenhum, se recolherem ao inferno de suas
futuras condenações. Lugar comum de onde não haverá regresso nem a mansuetude
do perdão.
Risos falsos continuarão a esconder
fraudes incalculáveis, enquanto os Manés Sem Teto e as Marias Saudosas morrerão
esfomeados numa geleira nos moldes da distante e insondável Perito Moreno, na
Patagônia. Alguma nova profanação vinda do Chefe Maior, certamente abalará o
planeta. Jamais seus apaniguados. Como a ideia é catequisar os fracos e
oprimidos, os cabrestos das reformas as mais inimagináveis, cedo ou tarde serão
colocados nos pescoços de todos os estuprados filhos da Terra. Estuprados sim.
A cada novo dia, uma trolha grossa e rombuda nos alarga as pregas anais. Ação
pejorativa para que ninguém da raia miúda tenha a infeliz ideia de se sublevar
contra o sistema.
O Brasil em face de estar sentado a
mão direita do deus Temer e seus eternos budas ditosos, terá por consequência
de sua imbecilidade galopante, um destino bárbaro e cruel. Faz parte esse
rincão de um menu de larápios e bandoleiros politicamente incorreto. Questão de
tempo para se foder de vez, no verde amarelo de sua bandeira que a tempos
longínquos deixou de tremular para os olhos do mundo. Os Poderosos da Irmandade
estão aí, radiantes, belos e formosos. Eles mandam e desmandam e os cidadãos
comuns não tem vez nem regem seus próprios narizes. Obedecem.
Somos em conclusão, vaquinhas de
presépio, paus mandados. Estamos como um bando de pássaros a ser fulminados por
caçadores sem escrúpulos. O Brasil, como um todo sem talvez, mesmo lado da
moeda, se amofina com a saúde precária. Atrofiado das pernas, se colocou numa
cadeira de rodas. Seu fígado apodreceu. O coração quase a parar. Seu sangue se
contaminou pela lepra da insensatez e desonra. Logo a nação inteira se deitará
no grabato de colapso. Terminará seus dias (questão de tempo) restantes, de
vez, numa UTI do SUS, em algum lugar longe de qualquer espécie conhecida de
cura. Dos males o maior, enterrado como indigente numa cova rasa de cemitério
clandestino.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. De Campinas, São Paulo,
13-6-2017
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Será que nós meros cidadãos, que estamos sendo esmagados por esses gigantes impiedosos, sem chances de escapatória ou a quem pedir socorro. Estamos nos tornando prisioneiros de nossos governantes e sua corja. Nossas vozes estão se calando, perdendo forças para lutar, estamos cansando um a um, acuados presos nesse labirinto sem fim, porque em todos os lugares que olhamos, se torna mais visível a cada um de nós, que não temos mais em quem confiar ou pra onde correr, a cada instante surge uma nova criatura, que fazem parte desses titulados deuses da mentira, da ganância, do desrespeito. O Brasil se tornou um grande palco de orgias, onde cada vez mais vai entrando participantes para usufruir, para nos fuder e se divertirem ouvindo nossos gritos de dor, e se deliciando nesse imenso prazer que é destruir nosso país e aqueles que ainda estão do lado bem. Parabéns pelo texto Aparecido Raimundo de Souza, traduziu perfeitamente como nós estamos sendos estuprados por esses bandos de titulados deuses do inferno.
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