Aparecido Raimundo de Souza
Em Brasília, capital do país
(ou melhor, o que restou dele) as quadrilhas continuam à solta. Isso só não é
cômico por ser, na verdade, trágico. Vejamos os motivos. Os ladrões que compõem
o berço das grandes picaretagens nacionais se multiplicam como larvas que,
todavia, em contrário, não desovam respostas a problemas que a sociedade tanto
procura. Como parasitas peçonhentas, esses salteadores dos nossos bolsos,
quando a coisa é para eles, ou para benefícios de meia dúzia, os cafajestes se
movimentam numa rapidez indescritível. Lembra o The Flash.
Furtivamente, quando ninguém
está de olho, esses mesmos canalhas se deslocam de um lado para outro, sem que
força oculta alguma os impeça. Não param, não ficam estáticos. Mesmo lado, as
matilhas de cães ferozes perseguem por terrenos palacianos invasores marginais
que tentam se aproximar do deus ditatorial.
Vigiando essas quadrilhas, de
prontidão, dia e noite, faça chuva ou sol, os audaciosos pitbulls estão prontos
para atacar ao menor sinal do Superior Hierárquico, o outro nome do
uniformizado e impermeável deus ditatorial. Os leitores perguntarão: quem é
esse Superior Hierárquico ou deus ditatorial que precisa de toda essa logística
a seu lado?
A resposta, meus caros, é
simples. O Superior Hierárquico é antes de tudo, um merda. Uma bosta fedorenta.
Cocô de rodoviária. Já viram cocô de rodoviária? Dito de outra forma mais
branda, uma desgraça infame. Ou a infame desgraça em figura de gente. Em
resumo, o vagabundo famigerado que comanda o poder. Que tripula a nação para os
confins do nada.
Na verdade, esse patife
tripudiador acariciado pelas blindagens de uma faixa presidencial, não gera, ou
não guia coisa alguma. Simplesmente envergonha, afronta e manobra. Ao mesmo
tempo em que denigre e acanha, leva para o buraco negro da destruição uma nação
inteira embalada pelas fedentinas de um Jaburu (tipo “Clube dos irmãos
Batistas”), onde só ingressa quem sem se curva aos seus desejos e aspirações.
É por essa razão (entre
outras) que o país vive um caos tremendo. Uma balbúrdia medonha, embaralhada,
escangalhada, sem volta. A boa terra das “palmeiras e sabiás gorjeando” cantada
por Gonçalves Dias está caótica, capenga, inconsistente, literalmente frágil e
anarquizada. Possivelmente os sabiás de Gonçalves foram, “a Dias”, para o raio
que os parta.
Seus filhos, ou os rebentos da
terra, mesmo lado da moeda, se esborram carentes, órfãos de pai. Sem saída, sem
eira nem beira, avançam às escuras, sem noção, assombrados, atônitos,
confundidos, atrapalhados, como se vivessem o Apocalipse de forma açodada.
E vivem. Os agrupamentos dos
fracos e oprimidos, dos humildes de coração aberto, o esteio firme e sólido que
sustenta toda essa patifaria, virou uma grande farsa, uma infindável fileira de
bestas humanas, como narrado magistralmente por Émile Zola nos idos de 1890 ou
mais precisamente, 127 anos atrás.
Somos, pois, sem tirar nem
pôr, uma irmandade de jumentos e éguas vegetando num pasto falido. O habitat dos pobres e alanceados se
esfacelou num marginalismo desenfreado, diante de tantas conspirações
asquerosas e falta de patriotismo e respeito. Resumindo, o povinho é a escória
afastada ao refugo. O subproduto despojado como um zero à esquerda. E o que é um zero à esquerda? Porra nenhuma!
No mesmo buzu superlotado da
Viação Planalto, em direção às cidades satélites em derredor do epicentro, a
transparência, o brilho, a pureza, a limpidez foi agredida pelo inevitável do
medonho, do negro, do pavoroso, do sinistro, como o Rio Doce pela lama da Samarco
descida de Bento Rodrigues, colada a histórica Mariana (os senhores e as
senhoras se lembram da lama de Mariana??).
Nossos representantes
enternados em linhos de grifes famosas, mosqueando como insetos pelas paredes
sujas do Congresso e Câmara (em outras palavras, os tijucos podres travestidos
de “ilustres parlamentares”), viraram garotos de programas. Se venderam e se
entregam a quem der mais e pagar o motel mais chamativo.
Vendendo seus rabos sujos, se
quedaram prostitutos engravatados em perversão do dinheiro fácil, sujo,
contaminado, propinado a gana do Poder. Esses amaldiçoados barganham a mãe na
zona, pelo Comando e, em nome dele, livre-arbitriam ad aeternum.
Enquanto isso, por baixo dos panos,
nos subterrâneos da residência oficial jaburuense, à força total, as agulhas
das maquinas a serviço do Superior Hierárquico (lembrando o deus ditatorial),
começam a trabalhar. Costuram, cosem para cima e para baixo, cerzem para lá e
para cá. Os jeitinhos brasileiros entram em ação, se propagam, se difundem e,
igualmente, se harmonizam se amarram se unem e se estreitam.
Num só objetivo, os
maquiavélicos se revezam, se pervertem e se entrelaçam num imenso amplexo. É a
putaria entrando em cena, como tiro certeiro. Dito de outra forma, as balas
perdidas, em sua melhor forma de assombração. Viva a suruba. Viva Brasília, a
eterna e bela vagabunda das pernas tortas!
No castelo da Dinamarca (outro
nome bonitinho do Jaburu) os barulhos ensurdecedores, as confabulações, as
discussões, as conspirações, as maquinações e os conchavos seguem a todo vapor.
Criam vida. Desabrocham formas obtusas, escusas, imorais, dúbias, desonestas,
escabrosas e duvidosas. Somente a mente iluminada do detetive Sherlock Holmes
desvendaria tantos mistérios numa única cacetada e traria toda a podridão à
tona. Porém, Sherlock segundo anunciou seu agente, Arthur Conan Doyle, Holmes
está em gozo de férias. Enquanto isso, o Brasil que se foda (e se fode) no seu
verde amarelo sem verde e sem amarelo.
Nessa briga de foice, com medo
de perder a vez, as poucas vergonhas dos outros ladros e delinquentes, se
juntam e se imutam às sacanagens expostas. “Que País É Este?” - continua
gritando, a plenos pulmões, desde 1990 o Affonso Romano de Sant’Anna. Todavia,
ninguém até agora respondeu. Nem Sant’Anna sua santinha preferida teve coragem
de sair de seu altar e vir correndo em auxilio.
Os larápios estão no poder.
Lembrem todos, os larápios estão no poder. Cada dia chega mais. Grudados,
mamando nas tetas. Tetas gordas, cheias do bom leite. Bebida consistente. Em
face disso, esses putasquelhos não saem não desarredam, não desapegam e, muito
menos, descolam. Talvez devêssemos agradecer toda essa manipulação irrefreada a
Maurice Leblanc que trouxe dos cafundós de Marcos Valério e Pimenta da Veiga o
pior ladrão conhecido na face da terra, Arsène Lupin. Nossos espoliadores têm
Lupin como um marco para seus roubos e afanos.
Até agora vem dando certo as suas patacoadas.
Em idêntico fluxo, de mãos dadas,
uma leva tríplice de cúmplices e apaniguados advindos de outros Poderes se
materializam e se aproximam. A farra não para. Vem a jato numa operação lava
tudo. Quem estiver na frente, que se dane. Seu Moro, o Brasil em pedaços lhe
pede Socorrooooooo!
Longe da praça do “Três
Fuderes”, da beleza impar do “Lago Paranãochorá”, nas Gamas e Sobradinhos,
Ceilândias e Núcleos Bandeirantes e outras localidades
satélites do imenso boeing pousado, enquanto a raia miúda morre lentamente no
inverno gelado do desnorteamento da pior das estações do ano, enquanto
Bebetinho está como presidente, e enquanto, ainda, o nosso atual passeia as nossas custas, na Alemanha, novos
tumores satanizados e nocivos se mostram unidos, coesos e fortes.
São, na verdade, indestrutíveis.
Mesma bota da era Vargas enterrada na merda fedida, a folia dos velhacos
avança. Vagabundos, safados, vadios, todos reunidos num enorme saco de gatos,
formam a eterna caixa preta que nos amedronta numa orgia apavorante. Essas
figuras vindas dos rincões de lúcifer deveriam ser extirpadas indubitavelmente
da face da terra. Deveriam, mas, infelizmente, a força do mal é maior. O PODER
predomina. Criou raízes. O “Jabucu”
virou uma fortaleza indestrutível.
Assim como Brasília, senhoras
e senhores a aeronave pousada no esterco da festança, necessita ser limpada
imediatamente. Dedetizada, desinfestada. O veneno a ser usado, carece de ser
forte, robusto, fortificado, reforçado. Ratos como o doleiro Lucio Funaro, o
ex-ministro Geddel Vieira Lima, Antonio Palocci, João Vaccari Neto, Eduardo
Cunha, Aécio, Lula, Lores, Eliseu Padilha, o ET de Varginha, José Serra, Guido
Margarina Mantega, JBS, e outros, outros, outros, e outros párias de caráter
duvidosos, precisam ter fim. Fazem mal. Dão azia. A questão, entretanto,
continua em estado de passividade. Como expurgar Brasília??!!
Enquanto ninguém tem peito
para responder, devemos ter em mente que todos, sem desvio da regra, deveriam,
ou melhor, devem ser enterrados vivos, ou jogados num tanque de ácido puro.
Assim como o Superior Hierárquico, o deus ditatorial, esses camundongos
punguistas e gatunos com fôlegos de sete vidas são ardilosos, velhacos e
ladinos. Sobretudo velhacos e ladinos. Ácido neles, morte aos patifes. Uma pena que a Coréia do Norte não direcione
um de seus mísseis para fazer cócegas nos fundilhos do Planalto Central e, de
roldão, leve para o infinito o Senado, a Câmara, enfim, tudo mais que não
presta e, por azar nosso, abundam com todas as mazelas que desmantelam o
Brasil.
O problema, meus caros, é que
uma porrada de malas com quinhentos mil reais continua cobrindo os privilégios
exponentes, as tramas e tramoias numa reiteração epicamente delitiva. Não para,
não estanca. Não há Comissão de Justiça que dê jeito. Não há lei que enquadre,
nem código penal que vislumbre uma pena justa. Sem contar que dona Justiça é
cega dos três olhos, notadamente daquele que ninguém vê, ou melhor, só os
carregadores das malas de plantão a serviço do Colegiado Maior.
Para terminar, vamos abrir um
parêntese para trazer a público uma noticia de primeira mão. Falamos tanto em Jaburu. Em Brasília não
procriam, a céu aberto, só os ratos, as traças, as baratas, as lacraias, enfim,
os cânceres insanáveis que corroem os corpos sofridos dos Zés Manés e das
Marias Bananas espalhadas do Oiapoque ao Chuí e vice versa.
O berço das grandes
putrefações nacionais é o maior criadouro de Jabucus, perdão, Jaburus do
universo. Para quem não sabe e desconhece, jaburu é uma ave de bico grosso, e
afilado na ponta, além do pescoço preto e a parte do papo, dotada de elevada
elasticidade. Sem tirar nem colocar, esse bicho (bicho ou ave??!!) se enquadra
direitinho com seu atual ocupante, um tal de Michel Jackson Temer. Jaburu, ou
tuim-de-papo vermelho, por corruptela, também lembra cão chupando manga, mulher
feia, homem esquisito, bruxas, barangas, putas, etc. etc...
Finalmente, do tupi-guarani,
vem a versão ou a visão mais acertada ou ainda mais apropriada para a sua
descrição. “Jaburu. Indivíduo de papo cheio”. Cá entre nós, amadas e amados,
esses indivíduos de PAPOS CHEIOS, por coincidência coincidente ou ironia
irônica do acaso acasante, onde estão?! Como??!! Falem alto. Parêntese fechado.
Título e texto: Aparecido
Raimundo de Souza, jornalista. De Brasília Distrito Federal, 7-7-2017
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Parabéns pelo desabafo, é certeiro pena que poucos tem peito para dizer o que realmente pensa. Estamos atolados numa enorme fedentina com certeza, e cada dia que passa fica provado que nesse nosso país quem comanda são os engravatados. É o tal ditado a merda quanto mais mexe, mais fede. E nosso Brasil esta podre. Tiro o chapéu pra você e sua coragem Aparecido Raimundo, mais uma vez parabéns.
ResponderExcluirE o Lula??
ResponderExcluirTambém foi citado em meu texto.
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