sexta-feira, 11 de agosto de 2017

[Aparecido rasga o verbo] Cognome Brasília, o bordel das putas e veados

Aparecido Raimundo de Souza

"Projetar Brasília para os Políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores para vocês usarem como “pinico”. Hoje eu vejo, tristemente, que Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de avião, mas sim de Camburão".
(Frase atribuída erroneamente ao arquiteto Oscar Niemeyer). Na verdade, essa “tirada” pertence a um cancioneiro popular anônimo, insatisfeito com a atual política brasileira.

O Brasil, ou melhor, o bispote, ou o imenso urinol de excrementos em que se tornou a nossa nação, virou um calhamaço de piadas mundo afora. Nesse tom, gracejos e sátiras as mais diversificadas, são feitas em torno de outra latrina de merda conhecida, entre nós, como Brasília, a malcheirosa e catingosa Capital Federal. Ou Fedemal, como acharem melhor.

Infelizmente, caros leitores, prova viva de que nosso paizinho de bosta virou, realmente, um prostíbulo da melhor qualidade, um rendez-vous de porte, onde as vadias, os putos, os vagabundos, os veados e as lésbicas fazem de nós, cidadãos honestos e trabalhadores, o que bem entendem e o que querem, sem que nada lhes aconteça. Nessa altura em que anda o voo dos pilantras e ladrões, ai daqueles filhos de Deus que acharem ruim, ou pior, se insuflarem contra o sistema.

Bem oportuno, por essa razão, falarmos do livro “COGNOME BRASÍLIA, O BORDEL DAS PUTAS E VEADOS” do escritor Leoberto Carneiro, 150 páginas, edição 2017, que será lançado mês que vem em São Paulo, pelo Grupo da Editora Scortecci, no espaço da própria empresa, com sede em Pinheiros, centro da Capital Paulista. O livro trás um apanhado de zombarias e pilhérias, escárnios e achincalhamentos os mais picantes e azedos, colimados, por longos seis meses, a maioria, oriundos da Internet e de amigos do escritor, que lhe enviaram via e-mail. O lançamento ocorrerá dia 23 de setembro sábado à tarde, a partir das 16 horas com entrada franqueada ao público. O exemplar será vendido a R$ 50 reais. Parte da renda será doada ao Projeto Vovó Gertrudes, ou Associação de Voluntários da Saúde do Hospital Joana de Gusmão, AVOS, com sede em Florianópolis, Santa Catarina, cidade natal do autor.

Estivemos com Leoberto em seu escritório, na Avenida Paulista (nas horas vagas se dedica a difícil arte de advogar), que nos concedeu breve entrevista e permitiu soltar uma prévia do que será entregue ao público dentro de alguns dias.

Da página 25, destacamos:

“O Congresso Nacional Brasileiro é um local que: se gradear vira zoológico, se murar, vira presídio, se colocar uma lona em cima, vira circo, se colocar lanternas vermelhas, vira prostíbulo e, se der descarga, não sobra ninguém”.

***

“Lula, Temer e Joesley entram no banheiro do Palácio do Planalto e fazem confissões entre si:
Lula diz:
- O tríplex e o sítio de Atibaia ‘é meu!’.
Temer rebate:
- Roubei e ainda roubo. O povo que se foda!
Joesley, morrendo de rir, arremata dono da situação:
- Estou gravando o que vocês acabaram de falar. Serei, em breve, considerado o maior fofoqueiro da paróquia”.

***

Da página 58:

“Um motorista está preso em um engarrafamento na avenida que passa ao lado do Congresso Nacional em Brasília. Nenhum carro se movimenta. De repente, um homem bate na sua janela. O motorista abre o vidro e pergunta, espantado e nervoso:
- O que está acontecendo. Por que todo esse trânsito caótico?
O sujeito explica:
- Terroristas sequestraram todo o congresso brasileiro e estão pedindo dez milhões de reais como resgate. Caso contrário, os facínoras jogarão gasolina em tudo e queimarão o parlamento com todos os deputados presentes. Acho que 513. Por isso estamos passando de carro em carro e coletando doações.
O motorista, sem pensar duas vezes:
- E quanto, em média, cada pessoa está doando?
O cidadão responde:
- Ah, por volta de uns 5 litros”.

***

Da página 67:

“1 médico – um doutor
2 médicos – uma cirurgia
3 médicos – uma clínica
4 médicos – um esquema para fraudar plantões.

1 advogado – um doutor
2 advogados – um escritório
3 advogados – uma reunião
4 advogados – uma associação criminosa

1 carioca – um surfista
2 cariocas – dois surfistas
3 cariocas – uma boca de fumo
4 cariocas – um arrastão

1 gaúcho – um cabra macho, tchê!
2 gaúchos – uma briga de faca
3 gaúchos - um rodeio
4 gaúchos – uma parada gay

1 baiano – um escritor famoso
2 baianos – uma luta de capoeira
3 baianos - um grupo de axé
4 baianos – um terreiro de macumba  

1 árabe – lojinha
2 árabes – um restaurante árabe
3 árabes – um shopping de camelô
4 árabes – corre corre, vai explodir

1 chinês – uma lavanderia
2 chineses – uma pastelaria
3 chineses – uma equipe de pingue-pongue
4 chineses – a 25 de março em São Paulo

1 veado - um animal cervídeo
2 veados – dois boiolas 
3 veados -  três maricas
4 veados -  quatro senadores

1 ladrão – Michel Temer
2 ladrões – Temer mais Cunha
3 ladrões – os dois mais Renan
4 ladrões – Está formado o Congresso Nacional”.

*** 

Dá página 75:

“O médico alemão comenta:
- Na Alemanha, fazemos transplantes de dedos. Em 4 semanas o paciente está procurando emprego.
O médico espanhol afirma:
- A medicina espanhola é tão avançada, que conseguimos fazer um transplante de cérebro. Em 6 semanas o paciente está procurando emprego.
O médico russo se empolga:
- Fazemos um transplante de peito. Em 1 semana o camarada pode  procurar emprego.
O médico grego não fica atrás. Dá seu recado:
- Temos um trabalho de recuperação de bêbados. Em 15 dias o indivíduo pode procurar emprego.
O médico norte americano não deixa por menos:
- Nos Estados Unidos implantamos um chip no cérebro do cidadão analfabeto e, em uma semana ele está alfabetizado e apto para procurar emprego.
Ao que o médico brasileiro, orgulhoso, explode, emocionado:
- Isso tudo que vocês disseram, não é nada. No Brasil, nós  pegamos um cara analfabeto, sem dedo, sem cérebro, sem peito e chegado a uma boa doze de pinga, acompanhado de um pacote  de chips de cebola para acompanhar como tira-gosto e  colocamos na presidência da república. Agora o país inteiro está procurando emprego”.

***

Da página 99:

“O filho relata calmamente para a mãe que acabou de chegar do trabalho:
- A senhora acredita que hoje veio um ladrão aqui na nossa casa?
A mãe, entre desesperada e atônita, se assusta:
- Meu Deus, meu filho. E o que ele levou? Você está bem? Ele te machucou?
O moleque, todavia, responde tentando acalmar os ânimos agitados da pobre mulher:
- Fica fria, mãe. Ele só veio pedir seu voto”.

***

“Na aula de química o professor quer uma resposta objetiva:
- João, considero você o meu melhor aluno. Portanto, não me decepcione. Qual a diferença entre DISSOLUÇÃO E SOLUÇÃO?
A resposta do jovem João é fulminante e não se fez esperar:
- Se colocarmos um político brasileiro num tanque de ácido, para que dissolva, será uma DISSOLUÇÃO. Agora, se conseguíssemos colocar todos, de uma só vez, teremos, indubitavelmente, uma SOLUÇÃO”.

***

Da página 112:

“Haverá um dia em que a felicidade voltará para todos nós brasileiros, independentemente de nosso sexo, cor ou religião. Será o dia em que: GENUÍNO será algo verdadeiro; ROSINHA apenas uma for; GAROTINHO um moleque safado; GENRO, o marido da sua filha; SERRA, um acidente geográfico da nossa paisagem; FERRAÇO, ferro grande;  LEÃO, apenas um animal em extinção,  SEVERINO, o ator Paulo Silvino da Rede Globo; FREUD, tão somente o criador da psicanálise; LORENZETTI, uma “marca de chuveiro” que temos em nosso lavabo; DIRCEU, PALLOCI, AÉCIO, DELÚBIO, SILVIO PEREIRA, FERNANDO COLLOR, BREZOINI, GEDIMAR, TEMER, LULA, DILMA, ROMERO JUCA, HELDER BARBALHO, RODRIGO MAIA, EDSON LOBÃO, PAULINHO DA FORÇA, FACHIM, RENAN, etc. etc., simples presidiários. Por essa razão, quando olho para meu título de eleitor entendo o verdadeiro significado do que as pessoas chamam de ZONA”.

***

Leoberto nos explicou que fez uma série de adaptações aos textos inseridos, sem, no entanto, fugir da essência dos sarcasmos. “Com as palavras repetidas, foi onde tive mais cuidado e atenção”. Ao ser perguntado o motivo de publicar essas glosas e alfinetadas à galera do Grande Avião Pousado, esclareceu que “Pensei em todos os cidadãos e cidadãs que se sentem de pés e mãos amarrados e com vontade de vomitar o que têm entalado na garganta, mas, por algum motivo, temem perder seus empregos, serem presos e até processados. Foi uma forma tranquila e livre que descobri para dar voz a todos esses brasileiros que vivem em meio a esse caos pelo qual atravessa o nosso Brasil”.
Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza. De São Paulo Capital. 11-8-2017  

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