Rodrigo Constantino
Desde o início de 2016, a Universidade do Estado do
Rio (Uerj) se tornou o reflexo da derrocada do serviço público no estado. Não
pelos servidores, mas pelas condições de trabalho imposta a eles. O EXTRA
conversou com quatro docentes da universidade, que somam prêmios e titulações
internacionais, para saber de cada um o sentimento frente ao atraso dos
salários — maio e junho não foram pagos, além do 13º de 2016 —, os problemas
estruturais da universidade e o futuro nada promissor. Nesta semana, por sinal,
a reitoria da universidade suspendeu o ano letivo até o fim de 2017.
Diretor
do Instituto de Geografia, Hindenburgo Francisco Pires, de 60 anos, 27 deles
dedicados à Uerj, teme pela representatividade alcançada pela instituição ao
longo dos últimos anos em função da dedicação dos servidores.
—
A gente vê tudo o que construímos desmoronar. Os investimentos ao longo dos
anos em pesquisa estão sucumbindo. A universidade conseguiu ser referência no
país, e fora dele, pelo corpo acadêmico — lamentou o diretor.
Docente
do Programa de Pós-Graduação em Educação, Stela Guedes Caputo, de 50 anos,
traduz o sentimento de muitos outros servidores.
—
Sinto revolta. Trabalhamos muito para nos constituirmos professoras, uma
formação que não é fácil, é longa e dispendiosa. Não podemos chegar agora, já
nessa altura da vida e pensar como recomeçar — desabafou.
A primeira reação ao ler essa
reportagem é sentir um misto de pena e revolta. Mas logo depois a razão vai
dominando as emoções, quando lembramos que a Uerj tem sido um antro de
doutrinação ideológica, ao lado de quase todas as federais e estaduais do
Brasil. Tomadas por militantes esquerdistas disfarçados de professores, essas
universidades se transformaram em palco para todo tipo de proselitismo
ideológico e partidário, inclusive cometendo crimes para tanto.
Alguém poderia questionar:
“Ok, entendo perfeitamente sua revolta, mas e os professores em particular, vão
todos pagar pelos erros de alguns?” Pergunta legítima, claro. Não podemos
generalizar. Ocorre que nesse ambiente só os que aceitam jogar o jogo avançam.
É raríssimo ver professores de fora do “sistema” construindo carreiras
promissoras, até porque os responsáveis pelas promoções são também marxistas em
sua grande maioria.
E, surpresa!, parece ser
justamente o caso dos quatro docentes entrevistados pelo jornal. Everton
Rodrigues, do Students For Liberty Brasil,
fez uma pesquisa pelos
perfis deles, e eis o que encontrou:
O Jornal Extra fez essa
matéria entrevistando 4 professores da UERJ, que estão em situação triste, sem
salários e sem perspectiva de melhoras.
Aí eu fui procurar um por
um esses professores no Facebook. Hindenburgo
Francisco Pires, compartilha video do Jean Wyllys. Stella Guedes Caputo tem fotos em Cuba no monumento do Che Guevara. Bruno Sobral tem várias fotos em
protestos de esquerda e compartilha postagem do sites aliados à esquerda. Inês Barbosa Oliveira tem foto da Dilma
no perfil e logomarca do PSOL50, fora aquele papo todo de governo golpista.
Resumo da ópera: Não dá pra
ter dó, não consigo. Passaram a vida toda pedindo Estado grande,
intervencionismo, gastos exagerados em todos os setores do governo, militaram
contra políticas de austeridade e responsabilidade financeira. Acharam lindo
ver governos durante anos usando a máquina pública como bem queriam, sem
limites, e ainda atacavam o capitalismo que é o grande meio de produção de
riqueza, único meio que sustenta um Estado.
Tudo o que é gasto eles
apoiam freneticamente (SUS, PAC, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, FIES,
ProUni, Ciências Sem Fronteiras, bolsa isso, bolsa aquilo, auxílio disso,
auxílio daquilo, concurso desse, concurso daquele outro, Copa, Olimpíadas, etc,
etc) e na outra ponta tudo o que é meio de fazer economia ou gerar caixa eles
são contra (Reforma da previdência, privatizações etc), e também nunca acharam
grande problema os prejuízos recorrentes de estatais como a Petrobrás,
Eletrobras e Correios. É como se o dinheiro caísse do céu.
Agora que tudo ruiu, que
tudo veio abaixo, que o sistema faliu e sobrou dívida pra todo canto, agora
ficam de choro com cara de criança que colocou o dedo na tomada e se arrependeu.
Só que esses são adultos, acadêmicos, educadores… É triste, mas é bem
feito. O pior de tudo é que nem assim aprendem, nem assim...
Ideias têm consequências. Quem
planta vento colhe tempestade. Não dá para ficar pregando o socialismo a vida
toda, aplaudindo aumento de gastos públicos, condenando privatizações, atacando
o livre mercado, defendendo mais impostos, e depois reclamar quando a grana
acaba. O socialismo dura até o dinheiro dos outros acabar. E ele sempre acaba
sob tal mecanismo perverso de incentivos.
Já alertei aqui várias vezes
que mesmo os funcionários públicos, da classe claramente privilegiada em nosso
país, deveriam defender mais capitalismo, reformas estruturais e redução do
estado, ainda que à custa de alguns benefícios. É que se o peso dos parasitas
ficar demais para os hospedeiros, todos saem perdendo, eventualmente até os
parasitas. Se matarem a galinha dos ovos de ouro (capitalismo), matam também os
ladrões de ovos de fome (socialistas).
Título, Imagem e
Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 7-8-2017
Muito bom o Rodrigo Constantino. Obrigado Jim.
ResponderExcluirFelicito o autor deste texto que retrata a triste e vergonhosa verdade!
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