Almir Papalardo
Com os episódios fraudulentos
e indecorosos que estão sempre germinando na nossa tosca política, chegamos
cada vez mais fortes à convicção que o binômio "Quantidade e
Qualidade" são determinantes totalmente opostos. Quantidade (grandeza
expressa em números) jamais poderá nivelar-se à Qualidade (característica boa
de alguma coisa). Duzentos parlamentares poderão apresentar melhor performance
administrativa que seiscentos políticos confusos e improdutivos!
O Brasil é muito bem servido
em Quantidade de parlamentares, mas pessimamente servido no quesito Qualidade!
Temos quinhentos e noventa e quatro legisladores, entre senadores e deputados,
que, a bem da verdade, sem criatividade e inspiração, mais tumultuam que
solucionam os problemas discutidos nas sessões plenárias, deixando segmentos da
população à mercê de injustiças e sandices descabidas. Os parlamentares
alinhados com a Qualidade, são atrapalhados pelos outros parlamentares
pertencentes à Quantidade, que nada criam ou ajudam, só confundem, na aprovação
de projetos úteis.
Quantas barbaridades
encontram-se encruadas nos benefícios sociais, que para exemplificar cito
apenas uma, a qual considero a mais grave de todas: a discriminação
preconceituosa imposta ao velho aposentado, que é punido com a esdrúxula
atualização das suas aposentadorias com dois índices de correção diferenciadas!
Uma verdadeira e teimosa aberração, que nem com um enganoso e exagerado número
de políticos durante dezoito anos, tiveram a capacidade ou clarividência para
resolver. Só embananaram, afundando e embaraçando cada vez mais o problema. E o
velhinho aposentado que se exploda!...
É muita falta de criatividade!
É só acomodação! É desonestidade pura!
Puna-se os aposentados já que
são cidadãos idosos, sem maiores ambições já no fim da vida, sem
representatividade alguma e incapazes de se defender!
É bem mais fácil do que mexer
na Previdência toda, nossa válvula de escape que nos ajuda a solucionar
dificuldades financeiras, através dos contumazes e viciados desvios de
recursos, que fazemos sempre nos seus cofres, pensam assim os insensatos,
tacanhos e incompetentes políticos!! E com isso massacram impiedosamente os
velhos e indefesos aposentados, apenas, inofensivas sardinhas, entre tantos
outros peixes graúdos!
Lembremos também o cansativo e
vergonhoso Processo de Impeachment da ex-presidente Dilma, ainda com resíduos
quentes e esfumaçados pela explosão de uma bomba no finzinho do processo, que
segundo dizem, pela desobediência a nossa Constituição, foi parar no STF
através de liminares engendradas. Nove meses de discussões e julgamentos, e o
Senado com 81 senadores não foi capaz de solucionar um impeachment
presidencial, que seria de sua inteira e exclusiva competência!
E por que não solucionaram?
Porque dos sessenta e um senadores que votaram pelo afastamento definitivo da
Dilma, numa segunda votação, certa ou errada não vem ao caso, dezesseis votaram
contraditoriamente para não lhe tirar o direito de ocupar cargos públicos, e
mais três que preferiram se abster. Compreende-se, quiçá, que por ter um
coração talvez generoso, mas improdutivo, preferiram não estender a punição da
Dilma, achando que já era suficiente o seu afastamento da presidência.
Pensaram com o coração e não
com a razão. Se a lei é dura, severa, tem que ser aplicada sem exceção para
todos os cidadãos brasileiros, ricos ou pobres, poderosos ou simples, homens ou
mulheres. Ela agora (Dilma), robustecida, cheia de moral, ressurge-se contra
todos da governabilidade brasileira, iniciando ela e o Lula (mesmo com prisão
decretada), uma desestabilizadora e incômoda rebelião social! Aguardem que pode
ser apenas o início, tudo por causa de uma incoerência e insensatez no
finalzinho do processo de impeachment!
Deram margem para os aliados
da ex-presidente alegarem que trata-se tão somente de remorso, o que vem provar
o que eles sempre fizeram ecoar pelo mundo afora, que a Dilma é inocente e
vítima de um golpe parlamentar. O senador Fernando Collor deveria exigir uma
retratação da constituição para o seu impeachment, nesta altura, comparando,
precipitado...
Título e Texto: Almir Papalardo, 9-8-2017
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