Cesar Maia
Pela cláusula de barreira de 5%, só sete
devem chegar ao parlamento.
1. A hipótese de uma coligação entre os democratas-cristãos e os
liberais alemães ganha força como cenário pós-eleições legislativas de 24 de
setembro, revelou uma sondagem divulgada pela estação de televisão ARD. 43% dos
inquiridos consideram "bom" ou "muito bom" um governo de
coligação entre a CDU/CSU de Angela Merkel e o FDP de Christian Lindner, o que
constitui uma subida de 7% em relação à sondagem de abril.
2. 61% dos eleitores ouvidos para esta sondagem afirmaram que
gostariam de ver os liberais regressarem ao Bundestag. Isto porque, em 2013, o
FDP ficou abaixo do mínimo de 5% dos votos que são necessários para ter
deputados no parlamento.
3. Uma tal coligação preta e amarela não seria inédita. No segundo
governo de Merkel, que esteve no poder entre 2009 e 2013, os liberais estiveram
coligados com os conservadores. O seu então líder, Guido Westerwelle, foi
vice-chanceler e ministro dos Negócios Estrangeiros.
4. Após as eleições de 2013, tendo o FDP falhado em conseguir
representação no Bundestag, Merkel virou-se para o SPD, com quem já tinha
governado coligada no seu primeiro mandato. Na sondagem da ARD, a hipótese de
uma reedição da aliança entre conservadores e socialistas surge como a
preferida de 44% dos inquiridos. No entanto, é um cenário que sofre uma quebra
de 7% comparativamente a abril.
5. Numa outra sondagem, essa realizada pela televisão ZDF, o
resultado sugere que pelo menos três partidos têm hipótese de conquistar o
terceiro lugar numas eleições em que a CDU e SPD são os favoritos. Os
democratas-cristãos de Merkel surgem com 39% das intenções de voto nesse estudo
de opinião da ZDF. Os socialistas, liderados por Martin Schulz, recolhem, por
seu lado, 22%. O FDP de Lindner tem 10%, o Die Linke e a Alternativa para a
Alemanha surgem ambos com 9%. Na quarta posição estão os Verdes, com 8% das
intenções de voto.
6. Com estes números - e tendo em conta alguns sinais de fadiga em
relação à grande coligação - tanto é possível um acordo de governação entre a
CDU, o FDP e os Verdes como uma aliança entre o SPD, o FDP e os Verdes. Isto
porque, à partida, os partidos dos extremos estão excluídos. Merkel já disse
que não contempla qualquer acordo quer com a extrema-esquerda (Die Linke), quer
com a extrema-direita (Alternativa para a Alemanha).
7. Merkel e Schulz enfrentaram-se no único duelo televisivo na
antena da ARD. De novo, segundo a sondagem realizada para esta estação de
televisão, 64% dos inquiridos aposta que a chanceler à procura do quarto
mandato terá melhor prestação do que o ex-presidente do Parlamento Europeu. 17%
apostam em Schulz. Na sondagem da ZDF, 33% acreditam numa vitória de Merkel,
10% na de Schulz. A fatia maior neste estudo de opinião vai para os indecisos:
46%.
Título e Texto: Cesar Maia, 6-9-2017
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