quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Notas latino-americanas

Cesar Maia

1. Eleições neste final de 2017. Centro-Direita deve retornar ao poder no Chile e a “Concertación” Socialistas e Democratas-Cristãos estará desmontada. A Democracia-Cristã deve passar a ser um partido eleitoralmente pequeno.

2. Eleições na Argentina renovam 50% do parlamento. A vitória de Cristina Kirchner nas eleições primárias abertas na Província de Buenos Aires, que representa 40% do eleitorado argentino, pode significar que a expectativa de Macri de passar a ter uma base parlamentar superior a 40% muito dificilmente será alcançada.

3. As avaliações dos presidentes na América Latina desabaram em geral. Exceções são Uruguai, Paraguai e Panamá.

4. Os acordos com a entrega de armas pelas guerrilhas na Colômbia já produzem uma significativa mudança nas plantações de coca, ampliando-as no Peru e Bolívia. Brasil terá que reforçar as fronteiras e aprofundar seus órgãos de inteligência em sincronia com os mesmos do Peru e Bolívia e o DEA. Com isso, o mercado consumidor e o corredor brasileiros estão sendo estimulados.

5. O efeito Odebrecht fora do Brasil, na América Latina levou os governos a fecharem acordos de indenização com a empresa e interromperem – em geral –  o multiplicador das investigações em direção a políticos e empresários. Alegam que o impacto sobre a economia e o emprego seria grande se adotado o modelo da Lava-Jato brasileira.

6. A renúncia do vice-presidente do Uruguai – sem esperar as investigações sobre o uso dos cartões corporativos – veio como um alívio para o governo. Mas teve um efeito simbólico na esquerda, na medida em que o vice-presidente, Raul Sendic, é filho do líder e fundador dos Tupamaros, que tem o mesmo nome.

7. Venezuela e Nicarágua perderam a vergonha: já são ditaduras sem adjetivos.

8. No Equador, a ruptura política do ex-presidente Correa com seu afilhado e atual presidente Lenin Moreno afetou o equilíbrio de forças no país. O vice-presidente Jorge Glas descarta renúncia em acusações no caso Odebrecht. O aprofundamento, ou não, vai depender do interesse político do presidente.

9. No México o PAN – centro-direita – cresce e já governa doze Estados, ou 40% da população. Para as eleições, em 2018, enfrenta dois problemas: as primárias em curso estimularam candidaturas nervosas e são lideradas – por pequena margem – pela esposa do ex-presidente Calderón. As pesquisas antecipam uma disputa intensa com Lopez Obrador - que rompeu com o PRD (algo como o PT de lá), criou um partido (MORENA) e cresce com seu populismo e habilidade oratória. 
Título e Texto: Cesar Maia, 13-9-2017

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