Cesar Maia
1. Eleições neste final de 2017. Centro-Direita deve retornar ao
poder no Chile e a “Concertación” Socialistas e Democratas-Cristãos estará
desmontada. A Democracia-Cristã deve passar a ser um partido eleitoralmente
pequeno.
2. Eleições na Argentina renovam 50% do parlamento. A vitória de
Cristina Kirchner nas eleições primárias abertas na Província de Buenos Aires,
que representa 40% do eleitorado argentino, pode significar que a expectativa
de Macri de passar a ter uma base parlamentar superior a 40% muito dificilmente
será alcançada.
3. As avaliações dos presidentes na América Latina desabaram em
geral. Exceções são Uruguai, Paraguai e Panamá.
4. Os acordos com a entrega de armas pelas guerrilhas na Colômbia
já produzem uma significativa mudança nas plantações de coca, ampliando-as no
Peru e Bolívia. Brasil terá que reforçar as fronteiras e aprofundar seus órgãos
de inteligência em sincronia com os mesmos do Peru e Bolívia e o DEA. Com isso,
o mercado consumidor e o corredor brasileiros estão sendo estimulados.
5. O efeito Odebrecht fora do Brasil, na América Latina levou os
governos a fecharem acordos de indenização com a empresa e interromperem – em
geral – o multiplicador das
investigações em direção a políticos e empresários. Alegam que o impacto sobre
a economia e o emprego seria grande se adotado o modelo da Lava-Jato
brasileira.
6. A renúncia do vice-presidente do Uruguai – sem esperar as
investigações sobre o uso dos cartões corporativos – veio como um alívio para o
governo. Mas teve um efeito simbólico na esquerda, na medida em que o
vice-presidente, Raul Sendic, é filho do líder e fundador dos Tupamaros, que
tem o mesmo nome.
7. Venezuela e Nicarágua perderam a vergonha: já são ditaduras sem
adjetivos.
8. No Equador, a ruptura política do ex-presidente Correa com seu
afilhado e atual presidente Lenin Moreno afetou o equilíbrio de forças no país.
O vice-presidente Jorge Glas descarta renúncia em acusações no caso Odebrecht.
O aprofundamento, ou não, vai depender do interesse político do presidente.
9. No México o PAN – centro-direita – cresce e já governa doze
Estados, ou 40% da população. Para as eleições, em 2018, enfrenta dois
problemas: as primárias em curso estimularam candidaturas nervosas e são
lideradas – por pequena margem – pela esposa do ex-presidente Calderón. As
pesquisas antecipam uma disputa intensa com Lopez Obrador - que rompeu com o
PRD (algo como o PT de lá), criou um partido (MORENA) e cresce com seu
populismo e habilidade oratória.
Título e Texto: Cesar Maia, 13-9-2017
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