José Manuel
Já de há muito não me iludo
com o Brasil. Já de há muito perdi a esperança em dias melhores. Já de há muito
deixei de acreditar nas instituições e por isso mesmo já de há muito não perco
mais o meu tempo com textos bem elaborados ou em comentários sobre o que é,
como é e o que virá a ser o Brasil daqui para a frente.
Apenas e por impulso, ainda
faço pequenas inserções em rede social, sem o compromisso de que alguém me
leia.
Isto, claro, não deveria ser
assim e à primeira vista parece ser antipatriótico, anticidadão, anticívico e
blá-blá-blás costumeiros, mas não tenho alternativa senão ficar calado e em
stand by, porque o Brasil não me dá, ou melhor, pensando bem, nunca me deu
oportunidades. O que sou e o que tenho, devo exclusivamente aos meus 50 anos de
trabalho, que ainda por cima foram criminosamente surripiados em boa parte por
esse mesmo Brasil que se diz preocupado com o cidadão e com a sociedade.
Mentira.
Nunca foi e nunca será!
O Brasil, não sabe e não quer
saber o que seja democracia. Não lhe interessa.
O Brasil desconhece o que seja
cidadania. Não lhe convém.
O Brasil confunde educação com
escolaridade e não tem nem uma nem outra. Está perdido.
O Brasil desconhece o que são
deveres para com a sociedade. Só cobra obrigações.
O Brasil não é normal, pois
deslumbrados 5% acham que são ricos e os outros acomodados 95% desconhecem ou
vivem a miséria que cresce por todos os lados. Os que desconhecem, passam ao
largo, no Caribe ou nos paraísos fiscais e nunca olham para a esquerda ou à
direita, quando passam numa periferia.
O Brasil não percebe e nem
sabe onde começa a bandidagem trivial e termina a máfia oficial. Tá tudo junto
e misturado.
Todo mundo sabe, menos o
Brasil.
O Brasil pode ser resumido
pelo contraste do que você vê na sua garagem e aqueles que sobem com você no
elevador. É bastante sintomático.
Então, leio nas redes sociais,
pessoas cultas, tentando explicar o inexplicável. As suas boas intenções são
diretamente proporcionais ao descaso do seu país por aquele que perde o seu
tempo em tentar consertar o torto viciado.
Estão preocupados com 2018,
porque simplesmente não existem salvadores da pátria. A preocupação deveria ser
outra.
Agora, para terminar, e me esquecerem,
o Brasil só será algo pujante como a sua natureza, a sua beleza e a sua riqueza
natural, no dia que eliminar do seu nefasto currículo, o voto obrigatório.
As nações mais desenvolvidas
em nosso planeta já o fizeram há muito tempo e são democracias de valor,
intelectualidade e pujança econômica.
Em tempo, o crepúsculo da
caserna e a alvorada dos Generais aconteceu agora, porque sabem, têm certeza,
de que a única pessoa em quem confiam para consertar o Brasil, está dando
sinais visíveis de esgotamento físico e psicológico, e sem ele, um buraco negro
se aproxima com contornos de tragédia.
Pois é, caro amigo que não
cansa de escrever, continue fazendo o que de melhor faz, mas mude o tom, mude o
discurso, escreva para acabar com o voto obrigatório.
O voto obrigatório é cabresto,
jamais democracia.
O voto obrigatório colocou o
país de rastros, de joelhos, jogou você na vala comum.
O Brasil que você idealiza,
poderá ser realidade.
Tomara!
Título e Texto: José Manuel, não sou cidadão, sou
tutelado num país perdido em contradições. Lamentável. 2-10-2017
Colunas anteriores:
Prezado e respeitado colega Jmanuel;
ResponderExcluirTem dias que eu me sinto assim também.
Mas ,ao contrário de vc , jamais pela obrigatoriedade do voto.
Minha percepção de voto não vê obrigatoriedade, pois não voto.
É a minha opção!
Nunca votei, não concordo com o formato, recuso-me me a sujeitar-me e fazer,algo que sei totalmente inútil.
Meu sentimento de “abandono” é maior.
É causado pela falta de fé.
Para que eu quero um governo, se nem tenho um Deus?
E na falta deste tudo o resto é insignificante.
Não aceito outro “gestor” para minha vida.
Qualquer governo é “governo”... E anarquicamente, dispenso!
Principalmente a exigência feita ao cidadão, para que com seu voto valide, alguém para me tutelar.
Não sei outros, mas escrevo muito, às vezes mais do que as pessoas estão dispostas a ler.
E se o faço ,assim como outros, é para dar vazão a esta insatisfação, esta sensação de impotência.
É uma terapia, que talvez seja o caso do amigo que você se refere no seu texto.
Hoje... então, estou prolixo, capaz até ,de comentar sobre o ensaio do absurdo, onde o personagem mitológico Sísifo, rolando montanha acima uma pedra que sempre volta a cair, e que encarna a inutilidade do esforço humano.
Um grande e sincero abraço!
Paizote
Obrigado Paizote pelo seu comentário.
ResponderExcluirO meu texto na realidade não é bem um desabafo como à primeira vista parece ser. É muito mais que isso. É um alerta para que as pessoas se conscientizem de que sem o fim do voto obrigatório este país não irá a lugar nenhum, porque sempre existirão as compras de votos, as malditas urnas adulteradas e coisas do gênero que mantém este país refém dessas máfias conhecidas.
Também não voto, até porque não preciso mais pois estou com 71 anos, mas há vários anos que anulava, não comparecia e pagava a multa dependendo do meu humor. Mas uma andorinha não faz verão e o que é necessário é acabar com essa industria malévola que não deixa o país crescer, se desenvolver
Depois, punição todos nós sabemos que é uma palavra em desuso por aqui, então....
Um abraço
José Manuel
ResponderExcluirBem, já escrevi, e volto a escrever.
Sem voto obrigatório jamais tiramos eles do poder.
Nas últimas eleições 28 milhões não votaram, 15 milhões foram brancos e nulos.
Com voto livre PMDB e PT jamais deixariam o poder.
Com voto obrigatório, talvez esses 43 milhões tivessem feito alguma diferença.
O assunto é atualíssimo. Merece uma pesquisa. Vai sair.
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