segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Como o eleitor vota. 2018 não será diferente. Os binômios políticos

Cesar Maia

1. Existem dois vetores políticos que atraem os votos dos eleitores. E as alternativas dos eleitores entre eles formam uma combinação de quatro hipóteses.

2. Esses vetores políticos são: Conservadores e Liberais. Conservadores na Economia ou intervencionistas. Liberais na Economia, com um intervencionismo mínimo. Conservadores nos Valores, que se poderia resumir como Valores Cristãos. Liberais nos Valores em relação à vida (aborto), em relação à família, e em relação ao comportamento.

3. Pesquisas nos últimos anos procuram entender as tendências políticas não mais na clássica disjuntiva direita/esquerda, ou mesmo nas alternativas partidárias. Para isso, fazem perguntas sobre economia, estado, comportamento, família, sexo, etc., aos eleitores.

4. E, em seguida, agrupam os eleitores nas quatro hipóteses citadas.
1) Liberais na economia, Liberais nos valores;
2) Liberais na economia, conservadores nos valores;
3) Conservadores na economia, liberais nos valores;
4) Conservadores na economia, conservadores nos valores.

5. A Direita tanto pode afirmar-se liberal como conservadora na economia. Mas sempre se afirma como conservadora nos valores. A Esquerda será sempre conservadora na economia e liberal nos valores. Raramente se encontra uma representação política liberal na economia e liberal nos valores. Esta última hipótese é de baixa atratividade eleitoral, pois confunde os eleitores.

6. Quanto mais claras as opções políticas nestas hipóteses e alternativas, mais fácil o eleitor identificará sua representação. Usando as pesquisas recentes e a movimentação dos pré-candidatos, se vê que Lula é claramente conservador na economia e liberal nos valores.

Bolsonaro, sempre conservador nos valores, recentemente fez uma opção por ser liberal na economia em sua viagem aos Estados Unidos. Com isso, sua candidatura passa a ter uma imagem mais nítida.


7. O PSDB, seja com Alckmin como com Dória, afirma-se conservador nos valores. Na economia, com ambos, afirma-se liberal, embora de forma mais nítida com Dória.

Marina, enquanto personagem, flutua na economia entre afirmações liberais e conservadoras e, da mesma forma, em relação aos valores. Isso já ficou claro em 2014 e fica muito mais claro hoje. Dessa forma, será difícil aglutinar maiorias.

8. O PDT afirma-se sempre como conservador na economia. Mas, nos valores, será muito difícil ter unidade com Ciro, o que dificultará a identificação com maiorias de opinião eleitorais.

Alvaro Dias mistura, em suas posições, opiniões liberais e conservadoras tanto em economia como nos valores. Dessa forma, muito dificilmente marcará uma identidade e tenderá a flutuar num patamar muito baixo.

9. Tentar ser as duas coisas ao mesmo tempo, para conseguir votos, é o caminho para confundir e perder votos. É claro que somente em campanha se poderá identificar o binômio de cada candidato. Essas são hipóteses em função das posições que divulgam e que a mídia clássica e social multiplica.

10. Há que esperar. Mas serão os binômios descritos acima e a identidade relativa dos candidatos em relação a eles que informarão a competitividade dos candidatos, esses ou outros que surjam. 
Título e Texto: Cesar Maia, 16-10-2017

3 comentários:

  1. Com o bom texto acima permite deduzir, podemos ter uma ideia de que qualquer dos extremos ideológicos peca em seus limitados conceitos, e não tem lugar num mundo evoluído.
    Apenas acrescentaria que, tenho como papel absolutamente importante as diferenças religiosas. Mesmo aqueles que creem em um Deus, o fazem pequeno ao determinar que outros, que tiverem diferenças filosóficas ou de credos e práticas, estejam excluídos do mesmo.
    Como se Deus não fosse suficientemente poderoso ou magnânimo que pudesse levar aos demais sua presença, e sua vontade.
    E isto não tem nada a ver com livre arbítrio.
    Um Deus que ama o ser humano e que o criou, não permitiria que seus filhos se afastassem e vivessem nas trevas, apenas por serem ignorantes.
    Apenas por fazerem escolhas erradas.
    Seria como negar a existência de um DEUS!
    As principais causas de diferenças, foram ( e são!) forjadas pela desigualdade social e pelas religiões.
    E a religião tem muito há ver com política, sim!
    Religião é a política de persuasão baseado no imaginário divino.
    Nenhum ser humano pode prescindir de um poder maior, real ou imaginário, que o discipline. Mas daí a discriminar aqueles que por filosofia ou cultura adotam diferentes formatos, é simplificar o problema.
    O equilíbrio entre ser liberal e conservador, exige posições por vezes de recuo , em relação a ideologias que já não cabem num mundo globalizado e em pessoas esclarecidas,
    Os radicais exigiam (exigem?) a classificação de individuos em castas previlegiando como verdade absoluta apenas aquilo que o atende (e aos suas!) necessidades.
    Sejam estas quais forem!
    Isto só teria justificação na idade media, onde a cultura ficava restrita a grupos dominantes, e não permitiam que a plebe fosse esclarecida, sobretudo pelo medo de ver ameaçadas suas posições .

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  2. Em busca de igualdade social, se torna imperante a critica aos elitismos de ambos os lados.
    Direita ou esquerda!
    Temos que termos cuidados ao enveredar pela direita ou esquerda sempre sem radicalismos. E sempre manter possibilidade de dialogo, sem ceder a exageros. Independente de quais ideologias de enquadrarem.
    O bom senso determina que se excluam atos criminosos, ou condenações precipitadas,dos itens em discórdia. Comportamentos que não dependam de voluntaria expressão, devem passar por crivo , antes da condenação . Tudo em nome do equilíbrio der um ou outro lado.
    Como preponderante também, é a busca do entendimento sobre o próximo, antes do julgamnento, quando não entendemos os motivos que o levam a assim agir se contrariam nossas enraizadas ideologias.
    Limitando-nos ao julgamento e condenação, quando já soubermos apontar as razões das diferenças , e pudermos discutir com conhecimento.
    E constatado o crime, terrorismos, ou privação de liberdade de expressão, cabe à condenação.
    Os moderados acreditam que o desenvolvimento humano floresce quando os indivíduos se envolvem em relações cordiais e cooperativas, respeitando-se mutuamente e que todos só podem prosperar quando as diferenças, excessivas, de status, poder e riqueza são diminuídos. Hoje os partidos de esquerda agregam socialistas democráticos, progressistas e ambientalistas, entre outros, e os partidos de direita unem conservadores, democratas cristãos, nacionalistas, como foi bem descritos no artigo acima, sem no entanto, escusar-se a debater diferenças. Mesmo grupos radicais podem ambos os lados surpreender-se tendo conceitos muito próximos, apenas separados pela falta de dialogo.
    Não creio que os direitistas ou esquerdistas moderados, possam admitir posição diferenciada, pois i é o ideal do ser humano.
    Salvo, quando nossos conceitos estão tão deturpados, que já não podemos nos isolar e manter um olhar isento.
    E aí toda Direita ou esquerda, torna-se “chucra”!
    Ignorando esta possibilidade de chegar a um aproximado ponto comum (O Centro!), nos distanciamos tanto da direita e da esquerda.
    Tornamo-nos extremistas!
    É instalado ao centro, com visão e possibilidades abertas para ambos os lados moderados, com ideologias à parte, visando preservação tanto de valores aceitáveis, como de questões econômicas necessárias, que estaremos caminhando para construção de um mundo melhor.

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  3. E como se nota _novamente no texto comentado- não cabem mais posições políticas excludentes, sem o imprescindível equilíbrio e discussão.
    Se bem analisados todos somos de esquerda e de direita alternadamente, ou moderadamente de centro!
    Paizote

    PS.;Temo que poucos leiam um comentário tão longo , mas como escrevo principalmente para mim ,,,

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