Anselmo Souza escreve, no
Facebook:
Culpar Danilo Gentilli pela
demissão do repórter é mau caratismo. O repórter pode fazer a matéria como
quiser e o entrevistado tem o direito de falar sobre isso. Acabou o tempo em
que os jornais não eram cobrados pelo que escrevem.
O que realmente incomoda os
preocupados com a “intolerância” é o fato de verem suas mentiras confrontadas.
Danilo Gentilli não “pediu a cabeça” do jornalista (como Lula fez com Sinara
Policarpo). O que ele fez foi contestar e desmentir o repórter, além de postar
a entrevista NA ÍNTEGRA para que você possa tirar suas conclusões, algo que o
repórter devia ter feito.
Com as redes sociais, a
imprensa é questionada como nunca fora antes e reage a isso produzindo notícias
falsas e perdendo cada vez mais a confiança do público. Talvez seja hora de
quem sabe, a imprensa entender que seu papel é mostrar o que o povo pensa e não
tentar impor suas crenças. Só assim, um jornalista vai ter a decência não
tentar enquadrar recortes da realidade em uma narrativa própria e assumir a
própria responsabilidade frente a consequência de seus atos.
Essa outra mensagem encontrada
no Facebook – e não tenho o nome do autor aqui – também vale a pena ser lida:
– O jornalista era militante do PT. Sim, isso é um fato, apesar dele achar absurdo alguém afirmar que ele defende o PT só porque acharam 5 posts em seu Facebook… defendendo o PT! Há várias formas de militar, e fazer isso por redes sociais é uma delas. Mas nenhuma novidade até aí. O DataChammas afirma que 98,5% das redações de jornais são compostas por pessoas de esquerda, e boa parte dos meus colegas – infelizmente – ainda apoia o PT.
–
O repórter foi para a entrevista já com a matéria escrita na cabeça, só em
busca de uma aspa de Danilo para encaixar no texto e ilustrar sua tese. Prova
disso é que direcionou todas as perguntas para o mesmo tema e, segundo o
humorista, fez questão de dizer que não gostou do filme, após a entrevista.
Mais uma vez, nenhuma novidade. Todo jornalista já fez isso alguma vez na vida.
Até eu. E isso não chega a ser antiético. Se a matéria é sobre o filme, e o
cara já viu o filme, a entrevista seria mesmo só um complemento.
–
O repórter não gostava do entrevistado. Se o cara é jornalista, petista e
politicamente correto, a chance de ele gostar de Danilo era abaixo de zero. E,
mais uma vez, não há nada de extraordinário nisso. Muitas vezes jornalistas
entrevistam pessoas de quem não gostam. E é muito mais gostoso fazer perguntas
constrangedoras para quem você não gosta. Mas ele se deu mal, porque Danilo
passou a maior parte da entrevista calado, e quem falou mais foi o outro rapaz
(diretor do filme, eu acho). Jogada de mestre: nenhuma pergunta ficaria sem
resposta, ao mesmo tempo em que o cara não ia conseguir arrancar nenhuma fala
comprometedora de Gentili.
–
E ele não conseguiu mesmo, mas isso não foi suficiente para desistir de
escrever um texto militante lacrador, dizendo que o filme era opressor,
pedófilo (ainda não assisti, mas pela defesa de Danilo, trata-se de um crime
cometido pelo vilão do filme, como poderia ser um assassinato, um sequestro, um
assalto… e não algo defendido como se fosse arte) e que o humorista teria se
recusado a responder sobre o assunto (o que é mentira, como pode ser visto no
vídeo). Bom… matérias com mimimi esquerdista e deturpações de entrevistas para
comprovar uma tese também não chegam a representar uma grande revolução
contemporânea. Sempre existiram e não deixarão de existir tão cedo.
Mas
então… o que tornou esse fato tão escandaloso, causando até a demissão do
repórter-militante? Simples… a Folha de S. Paulo tem pouco mais de 7 milhões de
seguidores. Danilo Gentili tem quase o dobro: 13 milhões. Quando a Folha
atacou, Danilo se defendeu contra-atacando (normal), e seus seguidores resolveram
ajudar. A coisa tomou uma proporção enorme e todos os olhares se voltaram para
a tal matéria. Não sei se teve mais algum fato (o jornalista diz que não pode
entrar em detalhes), mas parece que a Folha quis se redimir com essa parcela
gigantesca do público e demitiu o cara (se foi a atitude mais acertada, é
assunto para outro post).
O
fato é que com 13 milhões de seguidores e um programa líder de audiência na TV
(conseguido, grande parte, graças ao seu sucesso nas redes sociais), Danilo não
precisa dos elogios da Folha de S. Paulo para promover seu filme. Ao contrário,
garanto que a confusão ajudou bem mais na divulgação do que uma crítica
positiva e despolitizada ajudaria.
Danilo
Gentili não precisou de um grande jornal ou sequer de seu programa de TV para
protestar contra o artigo e se defender. São as redes sociais dando voz a quem
antes teria que entrar na Justiça para – quem sabe – conseguir um direito de
resposta no mesmo jornal. Ele não precisa disso. Ele é maior que a Folha.
Tempos sombrios para quem estava acostumado a falar sem ser confrontado, não é
mesmo?
Esses são os fatos.
A verdade é que a cobrança
sobre a mídia aumentou. A cada dia que passa, jornais como a Folha ficam mais
desacreditados.
Diego Bargas foi afobado
demais em sua sanha de mentir. Escreveu achando que estava no Brasil247, onde
nem sequer existe a dissimulação das mentiras. Mas na Folha ainda existe um
pouco de dissimulação.
Se nem isso ele conseguiu
fazer, o resultado está aí: sua demissão. A culpa pertence apenas ao jornalista
e não a Danilo Gentili.
Título, Imagem e Texto: Jonielson Malta, Ceticismo Político, 17-10-2017
Relacionados:
Danilo Gentili na minha opinião é um produto do meio e da época em que vive. Talento zero, carisma zero, formação desconhecida, humor nebhum. Vive num pais decadente e produz isso: himor decadente e sem nenhuma graça. Os que o defendem são farinhas do mesmo saco, assim como seus seguidores.
ResponderExcluir