terça-feira, 3 de outubro de 2017

Las Vegas: Esquerdistas aproveitam atentado para pedir controle estatal de armas

Flavio Morgenstern 
Enquanto o mundo pranteava o maior atentado com armas da história americana, esquerdistas se aproveitaram para pedir controle de armas.

Foto: Steve Marcus/Las Vegas Sun/Reuters
As informações sobre o atentado terrorista em Las Vegas vêm chegando a uma velocidade estranhamente mais lenta do que em outros casos semelhantes. Aparentemente, será o atentado terrorista que menos favorecerá a visão tipicamente progressista sobre islamismo, “supremacismo branco” e, claro, armas.

O atirador, Stephen Paddock, era branco e tinha uma namorada da Indonésia (país de maioria maciça muçulmana). Marilou Danley, em sua página de Facebook agora apagada, era formalmente casada com um sujeito chamado Geary Danely, ligado a causas políticas de esquerda, como a MoveOn.org, de George Soros.

 

Stephen Paddock matou 50 pessoas e feriu outras 400 com uma arma completamente automática em um clube de country, tradicional reduto conservador americano, a partir do 32º andar de um hotel nas redondezas. Paddock se suicidou antes de as autoridades policiais chegarem onde estava.

Nevada é um dos estados americanos com menor controle sobre armas, entretanto, vendedores, negociadores e compradores de armas automáticas no estado precisam se submeter ao National Firearms Act, tendo de se submeter ao rígido ATF Background Check e ser investigado por uma autoridade policial local, que pode levar até 4 meses para investigar o caso.

O Estado Islâmico assumiu autoria do atentado, mesmo que Stephen Paddock tenha usado sua arma para tirar a própria vida, o que é proibido pelo islamismo. Não foram oferecidas provas da ligação com o califado, e a América negou as possíveis ligações com o ISIS.

Mas esquerdistas inveterados se aproveitaram do massacre para fazer propaganda política e clamar por uma das pautas mais turronas da esquerda, sobretudo na América: o controle de armas e a destruição da Segunda Emenda da Constituição Americana, que impede o controle estatal de armas para proteção justamente da Primeira Emenda, que impede o Estado de censurar o povo, instituir “pensamentos oficiais” ou impedir a circulação e expressão de pessoas e idéias.

O comediante Patton Oswalt aproveitou o assassinato em massa para para atacar o presidente Donald Trump (o que qualquer celebridade hoje faz quando precisa ser lembrada pelos holofotes, ou quando quer falar qualquer coisa além de posar nua, em aberturas de festivais de música, casamentos, discurso de paraninfo ou enterros). Sua “piada” quis dar a entender que o discurso de Trump seria pior do que o atentado – mostrando-se um piadista que não é pior do que o terrorista por não usar armas.


O ex-comentarista esportivo alçado a comentarista político e obsessivamente psicótico Keith Olbermann, que escreveu o livro intitulado “Trump is f*cking crazy”, atacou a verdadeira resposta de Trump (não a esperada por Oswalt) e disse novamente que ele “não é um ser humano”, por nenhuma razão além de “sou louco por chamar Trump de louco”.



Postura não muito diferente do estrategista Democrata e comentador na MSNBC Scott Dworkin, que reclamou das orações que “não irão impedir pessoas de cometer atentados terroristas como este”, e adicionou: “Infelizmente, Trump & Republicanos não farão absolutamente nada”. Oh, Deus, como culpar mais Trump quando se matam branquelos white trash num show country?


Já o ícone do ateísmo Richard Dawkins mostrou mais uma vez que esse negócio de “ciência” é no máximo sua preocupação de superfície, uma fina casca externa: seu negócio mesmo é acabar com qualquer traço de liberdade individual para ser trocado pelo controle estatal. Aqui, compara as armas americanas a “psicopatas”. Estas armas devem ter sido contaminadas pelo gene egoísta.


O estrategista Tariq Nasheed resolveu usar o método caetanovelosado de emitir opiniões enquanto fala de um fato, e lembrou que na cidade natal de Stephen Paddock, a cabalística Mesquite, um grupo de “supremacistas brancos” já mostrou suas armas na rua: “não é uma coincidência”. Será que se preocupou em lembrar se mais brancos ou negros foram vítimas em uma festa country, de um atirador que parece ter todos os traços de um extremista… de esquerda?


Claro que o bolo deve ser coroado cerejosamente com ninguém menos do que Hillary Clinton. A derrotadíssima Hillary, muito mais preocupada em fazer politicagem do que em se preocupar com, digamos, vítimas, disparou (epa!): “A multidão correu quando ouviu tiros. Imagine [o número de] mortes se o atirador tivesse um silenciador, que a NRA quer tornar mais fácil de se adquirir”. Uma arma automática lançando rajadas sem interrupção a um quarteirão de distância e Hillary Clinton falando em… silenciadores. Agora.

Oh, espere. Hillary também disse que nós precisamos… “colocar a política de lado”, e “enfrentar a NRA”. What?!?! E “trabalhar juntos para tentar evitar que isso aconteça novamente”. Alguém mais acha que Hillary Clinton simplesmente não anda mais batendo bem?

As informações são de Emily Zanotti no Daily Wire. Mas o Brasil, obviamente, não ficou atrás em tentar culpar armas malucamente, por nenhuma outra razão além de “os jornais estão dizendo que as armas estão ficando bravas e estão saindo por aí matando aleatoriamente”.


Alguém avise pro lindo aí que ele mora num país com completo desarmamento, e com 56 mil homicídios por ano, meio milhão por década (com 207 milhões de habitantes), e que não há muitos relatos de brasileiros se sentindo seguros ao sair na rua…
Título, Imagem e Texto: Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen. Senso Incomum, 2-10-2017

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