domingo, 31 de dezembro de 2017

[Para que servem as borboletas?] Passa ano, entra ano: é a dinamicidade da vida...

Valdemar Habitzreuter

A vida nos convida a não nos acomodar no bem-bom, acho eu. Isso representaria um repouso danoso para nossa evolução pessoal. É necessário furar o bloqueio que nos prende e impede de avançar junto com o impulso vital que nos quer ver escalando a montanha da vida onde não se almeja, propriamente, o cume, mas o novo que está sendo desbravado e que serve de apoio para refinar nossa consciência na senda da evolução espiritual. O cume pode não ser alcançado porque não o avistamos e pode estar a uma distância infinita. Entretanto, convém escalar e não se entreter em piqueniques festeiros sem participar da verdadeira aventura da vida.

Participar da verdadeira aventura da vida não significa entregar as rédeas, exclusivamente, à inteligência. Ela não entende muito da vida. Não é capaz de apreender seu movimento evolutivo benfazejo. Atém-se muito à mesmidade para facilitar a vida. Tem medo de ser surpreendido pelo que o novo pode lhe afetar. Por isso quer garantia de estabilidade; de bem-estar; de segurança; de permanência do status-quo; de piqueniques prazerosos; do bem-bom assegurado...

O modo ideal de entregar-se à aventura da vida, me parece, é tê-la armazenada na alma. É desse ponto que faremos parte de sua trajetória, envolvendo-nos em seu projetar evolutivo do qual nossa consciência se beneficiará com o descarrego do peso da matéria bruta (bem-querida da inteligência) que ocorre na medida em que se sobe na escalada da evolução espiritual.

É do interior da alma, portanto, que vem o poder da compreensão da vida. É pura intuição cognoscitiva que inunda a alma de alegria e que a faz desejar patamares superiores, sem estações intermediárias, não importando a ingremidade da montanha. Ao contrário da inteligência que quer sossego ao pé da montanha e tem como absurdo sua escalda, a intuição fustiga a alma para a escalada dando-lhe a certeza da conquista de uma felicidade perene.

Enquanto a inteligência força paradas à vida, detendo-se nas estações da materialidade do mundo para se refestelar, que ao fim e ao cabo a torna monótona e enfadonha, a intuição vislumbra no movimento contínuo da vida a chance de a alma ser feliz, pois é uma aventura da qual participa onde não há estagnação, mas evolução.

Vida que se preza tem que nos transformar para melhor, evoluirmos junto ao seu movimento contínuo onde possamos abandonar a carga pesada que nos impede de participar de sua aventura feliz. Que os entraves do ano velho fiquem para trás e a aventura no enfrentamento do ano novo mais leve e feliz

BOA AVENTURA! BOM ANO NOVO A TODOS!

Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 31-12-2017

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Um comentário:

  1. Isso me faz pensar na música do cantor e compositor Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar." Eu tenho duas filhas com personalidades diferentes, uma é focada em ser concursada e ganhar muito dinheiro, a outra em viver somente o momento e conquistar boas amizades, ganhando o suficiente para sua sobrevivência. Quem está certa? A quem a vida nos belos dias da juventude está enganando com falsas promessas?

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