Valdemar Habitzreuter
Não resta dúvida que todos
prezamos a saúde do corpo, mesmo quando este é assaltado pela doença. O termo
saúde tem um amplo significado que até na doença podemos aplicá-lo. Trata-se
então de saber o que vem a dizer o estado de saúde que tanto desejamos a nós e
aos outros. A um aniversariante, por exemplo, desejamos saúde quando lhe damos
os parabéns, mesmo que se encontre doente, e logo em seguida acrescentamos:
paz, alegria e felicidade na vida!
Saúde! Eis uma palavra
corriqueira em nossas conversas, e muito significativa. Talvez não atentamos
para o seu real sentido. De tanto usá-la deixamos escapar sua originalidade
como sentido curador. Sim, dizer que desejamos saúde é o mesmo que dizer que
queremos a cura, ser curados. Mas curados de que? Bom, aí cada qual deverá
fazer seu exame de consciência e verificar de que feridas se curar para
desfrutar da saúde plena. Quais as lambanças que comete na vida que o prende ao
estado doentio. O estado doentio não se aplica somente ao corpo. O nosso corpo
psíquico também pode se encontrar em estado doentio.
Está aí, portanto, outra
palavra que se encaixa perfeitamente com o termo saúde: a cura. Também,
originariamente, esta palavra tem a ver com o cuidado que devemos ter com as
coisas que nos cercam, como as utilizamos na promoção da saúde. As coisas que
temos à mão tanto podem nos direcionar para a cura, a saúde, como também
prejudicá-la. O álcool etílico, por exemplo, pode servir para desinfetar e
limpar, mas se ingerido via oral, certamente, será uma bomba explosiva contra a
saúde.
Ao nível psíquico, a procura
de alucinógenos, por exemplo, para estar cool e viajar em estado psicodélico,
nada mais é do que fugir da realidade nua e crua e não querer enfrentá-la cara
a cara. Só pode, pois, ser um estado psíquico doentio.
A saúde psicofísica perpassa,
portanto, pela cura ou pelo cuidado constante que devemos ter no manejo e
utilização das coisas que nos cercam e que estão aí a nos atrair tanto para o
nosso bem-estar como para o mal-estar, isto é, fornecer saúde ou doença.
Se formos procurar a
etimologia da palavra saúde chegaremos à palavra santidade. Sim, santidade nada
mais é do que estar são, sã, ser santo/a, ser perfeito/a, física e
psiquicamente (mens sana in corpore sano). Quando se considera alguém santo,
presumo que com isso se diz que ele tem saúde... São Cristóvão era um cara
saudável, forte, psíquica e fisicamente, suportou o tremendo peso que um certo
MENINO exerceu em seu ombro ao atravessá-lo para o outro lado do rio. São Jorge
foi outro soldado à procura da gratificante saúde psicofísica.
Mas, nem sempre a saúde física
é o mais importante quando o corpo doente já não dá mais sinais de recuperá-la.
Por isso, a saúde psíquica faz a diferença quando a podemos instalar em nosso
ser e conservá-la. Ela ameniza e dá mais conforto ao corpo doentio ao perceber
que o corpo é secundário para o bom aproveitamento da vida. A alma em júbilo,
que compreende a vida de outra maneira, sente uma sã alegria mesmo com o corpo
em dificuldade. Neste sentido, temos outros tantos homens/mulheres sãos/sãs ou
santos/as espiritualmente...
Portanto, saúde é um termo
ambíguo. Cabe a nós discernirmos o caminho a trilhar que nos dá a autêntica
saúde que nos enaltece a vida. Sempre ter em mente que a vida tem de ser vivida
com alegria. Quando brindamos a vida com chope e vinho, no fundo, brindamos a
saúde. Resta saber se aí também incluímos um brinde à verdadeira alegria da
vida. A alegria da vida se dá no nível espiritual, o prazer se dá no plano
físico, corpóreo. Podemos e devemos conjugá-los em uníssono para desfrutar da
vida, mas que a alegria tenha as rédeas nas mãos para que a vida ainda tenha
seu esplendor quando os prazeres se põem em debandada...
Carpe Salutem, amigos, e que a
alegria esteja presente na comemoração do aniversário do MENINO de peso que
nasceu para nos trazer a alegria da vida! Bom Natal a todos!
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 9-12-2017
Colunas anteriores:
FESTEJO O NATAL EM PROL DAS CRIANÇAS, nada contra os que festejam o santíssimo J.Cristo.
ResponderExcluirEu gostaria de desejar um feliz natal a todas as crianças do mundo, mas sei que nem o santíssimo realizará meus desejos natalinos.
Essa talvez seja minha única salva guarda do politicamente correto.
Desejar a todos um feliz natal.
Dentro dos paradoxos da vida, haverá os que infelizmente não terão um bom natal, por causa inerente de desumanos erros.
Incompetências, desatinos, latrocínios, assassinatos, doenças e erros comuns do cotidiano de um país em convulsão social se farão presentes.
Gostaria que houvesse uma trégua de paz no meu Brasil, desejo impossível.
O natal é nosso dia de ação de graças, reunir a família e festejar a colheita.
Uma semana depois a Terra completa seu ciclo, voltamos a festejar um renascimento de esperanças, em porventuras reformas.
Anseios e desejos antigos tornam-se novos devaneios ilusórios.
Todos se abraçam e acordam na ressaca da realidade do dia seguinte.
Meus votos de feliz ano novo serão apenas frases politicamente corretas a todos os meus amigos e família.
É um momento único de ignorância de minha parte.
Somos tão dependentes dos outros que nossa independência é apenas retórica.
Nesse final de 2017 tenho um único justificável desejo:
- QUE SEJAMOS MAIS PRÓXIMOS, do que as reflexões bíblicas.
Somos cosmopolitas, com as mesmas ilusões e sonhos.
Agradeçamos à mãe natureza por mais um ciclo de nossa vidas.
Sem esquecer que a luz no fim do túnel de nossas vidas é alimentada por pilhas.
FELIZ NATAL A TODAS AS CRIANÇAS E UM ANO NOVO DE REPARAÇÕES PARA TODOS NÓS.
FUI, até o próximo
Caro Habitz, desejo a ti e aos teus, igualmente um Feliz Natal e um Novo Ano cheio de Alegrias e Saúde, sim nossa Saúde sempre!
ResponderExcluirA todos leitores do Blog, Boas Festas e muita Saúde! Abs,
Heitor Volkart