Aparecido Raimundo de Souza
ESTAMOS,
MAIS UMA VEZ,
diante de uma nova patacoada. “INTERVENÇÃO FEDERAL”. Essa bazófia
recém-chegada, pelo menos, carrega nas costas um nome mais bonitinho e
engraçado. Soa melhor nos ouvidos da raia miúda. Não fere a “ombridade” dos
poderosos, tampouco a nossa moral.
Aliás, a nossa moral, leão sem dentes, faz tempo, partiu, imoral, de
mala e cuia para a casa do Carvalho.
Em vista disso, continuamos guerreiros,
todavia, combatentes vencidos, bancando os palhaços, os bufões, os girafales,
indefinidamente, até o dia em que resolvermos surtar de vez. Carecemos, sem
mais delongas, nos tornarmos aguerridos, audazes, loucos varridos, para
ponto-finalizarmos com essas barbáries. É essencial que criemos vergonha na
fuça, tomemos coragem e, como belicosos soldados decidamos ultimatar essa
cambulhada de ladrões e safados, pilantras e embusteiros que fazem de nós,
gatos sapatos. Aí sim, iremos exercer plenamente nosso exercício do que
conhecemos (mas atenção, caríssimos, apenas conhecemos) por cidadania.
Nesse patamar, uma pergunta básica
surge matreira: os senhores já ouviram falar nos termos “Manés e Otários”?
Deveriam! Ambos estão em voga, de braços dados com aquele outro fenômeno do
momento, o portento insubstituível e incomparável Pabllo Vittar. Somos todos,
meus caros amigos leitores, somos todos Manés e Otários. Otários e manés.
Caricaturados a ferro e fogo numa fusão confusa. Como ao Zeca Pagodinho, “nos
deixamos ser levados” não pela vida, pelos párias, pelos vândalos, pelos
estólidos. Somos imprudentes e boçais.
Consentimos de contrapeso, vegetar
enganados, logrados, fraudados por essa súcia de malfeitores que fosforescem como algas invisíveis e
abundam na suja bunda do gigantesco penico do mundo, reputado, na intimidade,
como Brasília. Brasília não é e nunca foi e, acreditem, jamais será a capital
do país. Brasília, ao inverso, é o chiqueiro, o curral de porcos, o lodaçal
nojento, onde mantemos, a todo vapor, uma quadrilha de manequins de vitrine,
bandidos da pior espécie. Na medida em que envelhece (e não parece), a jovem
filha de Juscelino segue se prostituindo. Trocando suas entranhas em flor
alvorada, por um punhado de propina ao primeiro parlamentar que aparece de mala
em punho.
Brasília é ainda o díspar das utopias
irreais, o eterno enxurdeiro (entendam enxurdeiro como aquele pedaço de chão,
onde no imenso lamaçal que escorre do senado, no chavascal que brota da câmara
e, pior, das fezes que pululam do rabo da justiça). Vivem, por aquelas
paragens, como reis, velhos e conhecidos patifes de carteirinha. São 513 de um
lado e 81 de outro. Os malandros e nababos. Os faustosos, os senhores de
terninhos e sapatos de grifes, que deveriam lutar de unhas e dentes por nossos
direitos. Seguir à risca a Constituição.
E o que fazem esses calhordas com
nossos direitos? Providenciam para que virem pizzas os mais diversos sabores.
Em contrapartida, para não perderem o pique, nos enfiam, junto com a Carta
Magna, goelas abaixo, os restos -, grosso modo -, as mais diversas formas de
falcatruas, artimanhas tretadas de chicanas e embuços os mais tensos e
cabeludos.
Bem sabemos, eles podem. Somando os
salteadores, hipoteticamente falando, chegamos a um estapafúrdico número. 594.
Essa maioria tem o poder. Goza da glória do auxílio moradia, regozija-se do
foro privilegiado. O mais importante: esses larápios, unidos por abraços
fraternos, detém a grana que falta no dia a dia, para se sustentar a saúde,
para se alinhavar a segurança, alentar o transporte, e dar um empurrãozinho na
educação, entre outros itens importantíssimos e indispensáveis.
E para onde vai toda essa dinheirama?
Certamente para pagamentos de bons e hábeis advogados e outras “cositas” que
nem vale a pena trazermos à baila. Nós, infelizmente, não temos a força de
He-Man, nem a personalidade inquestionável de Bruce Waine. Tampouco a disposição do Homem Aranha e a
velocidade invejável de Clark Kent. Por estarmos de pés amarrados e as mãos
manietadas, o crime organizado segue sendo uma metástase que se espalha como
doença incurável pelos quatro cantos de nosso saudoso brasilzinho.
Diante desse quadro sepulcral,
INTERVENÇÃO no Rio de Janeiro é a mesma coisa que um coice certeiro em nossas
esperanças, um pontapé (tipo Temer-Dilma) nas nossas retaguardas. Vejam,
senhoras e senhores o que diz os dados do 11º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Não é só o Rio de Janeiro que necessita de intervenção.
Estão na lista outros estados, como Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas,
Pará, Amapá, Pernambuco, Bahia, Goiás e Ceará. E o Poderoso, sequer, teve a
delicadeza ou o desplante, para ser mais objetivo, de convocar seu generalzinho
de pijama e INTERVIR.
Por ser assim, resta balançarmos os
chifres, como bois à porta do matadouro. Fazermos igual o governador da
província romana da Judéia, um crápula de nome Pilatos. Esse cara lavou as mãos
quando lhe apresentaram Jesus e Barrabás. Ou se não quisermos levar a culpa
sozinhos, repetir o gesto pouco ortodoxo de Pilates (irmão caçula de Pilatos).
Ao tomar conhecimento que seu consanguíneo deixara Jesus entregue à turba
desenfreada que o queria crucificar, preferiu sair de cena, à francesa, e
banhar os pés num chafariz onde o Filho de Deus seria acoitado antes da
crucificação no Gólgota. Pilates tinha a hediondez da “pedofilia”. Adorava suas
patas.
Trocado em miúdos, senhoras e senhores,
queremos sinalizar que a nova impostura, ou a mais nova “marmelada” que acaba
de cair sobre nossas cabeças, a natimorta I-N-T-E-R-V-E-N-Ç-Ã-O F-E-D-E-R-A-L
na In-segurança Pública, chega até à Cidade Maravilhosa, falecida, sem forças.
Concordam que o nome é apolínio e garboso? Apesar de cambeta, a frente desse
processo intromissivo, está o ilustre e altaneiro general cem-sem estrelas (tem
mais corpos celestes orbitando em sua farda, que a nossa galáxia).
O frúcio atende pelo nome de Walter
Souza Braga Neto e vive às voltas com a chefia do Comando Militar do Leste. Sob
sua batuta se agrupam 50 mil homens brincando de pilotar tanquinhos
enferrujados e aviões do tempo em que Hitler coçava o saco dando uma de líder
do Partido Nazista.
Papai Michel Jackson Temer, numa jogada
de mestre, prometendo vender a mãe e a sogra, para conseguir votos na Câmara,
em barganha de carguinhos e benesses a seus pares, assinou o “deucerto”
(perdão, decreto) oficializando essa fuzarca que, de antemão sabemos, não dará
em nada. Mesma pancada em nossos lombos de filhos da puta será a criação de um
novo cabide de empregos, qual seja o Ministério da Segurança.
Ora, meus prezados, pelo amor de Deus!
O Ministério da Segurança existe há anos. Não é outro senão o Ministério da
Justiça, que de passagem, devemos alertar, não trata de justiça porra nenhuma.
A lei por aqui, sempre esteve ao lado dos bandidos, não das vítimas.
Tipo os cagalhões dos direitos humanos,
que não socorrem os ofendidos, se prestam a visitar as prisões, para garantir
os direitos dos facínoras que cometeram os delitos mais hediondos. Intervenção,
em resumo, é uma miséria vil que a terra expele em ígneas convulsões, uma
putaria que sangra em espasmos frementes, uma baita sacanagem que ergue muros a
moldes berlinenses sobre seres cegos de futuro.
Os notórios personagens que assinaram o
decretinho (Michel Jackson Temer, Pesão Chulé Frieira e Rodrigo Maia), não se
omitam, não se olvidem, sem exceção, são personagens de atos de bandalheiras e
corrupção. Passaram meses e meses esperando a merda feder, para em resposta a
esta sociedade de bundas moles e imbecis embrulhados em mortalhas de fome,
apresentarem uma solução que parece mágica. Mágica, amados, nem nos quintos do
inferno. Por derradeiro, se preparem.
Ei, nos prepararmos para quê?! Simples.
Para a surpresa. Será mais uma conta camuflada em algum tipo de imposto que
virá e cairá, como uma nuvem negra (de gafanhotos indisciplinados, por exemplo)
direta para “tomar” no sopapo, os nossos minguados, escassos, franzinos e
inválidos salários. Essa INTERVENÇÃO mostra, num primeiro momento, a fraqueza
do governo, o seu despreparo, a sua falta de visão, a sua ausência de pulso
forte para governar uma nação às moscas.
Num segundo ponto, só não vê, ou não
enxerga, quem não tem orelhas. Tudo não passa de um grande circo armado, um
show para televisão em capítulos meticulosos, bem escritos, nos moldes do BBB
18. Para os que são surdos da burrice galopante, abrimos aspas. BBB é a sigla
da Boca Boceta e Bunda que a Globo exibe todos os dias, em horário nobre.
Fechamos aspas.
Mister se faz deixarmos claro e
declarado, destapado e esculpido, a incompetência do Jackson Temer, o seu
raquitismo insosso, o seu escasso despreparo para estar à frente de uma NAÇÃO
atolada, chafurdada, imbecilizada, idiotizada, até os colhões, num gigantesco
buraco do qual, só um milagre divino, a livrará do caos grotesco em que se
encontra. Vamos torcer, para que todos esses desgraçados do imenso Avião
Pousado que hoje nos escravizam (a porvindouro quase às portas), se fodam, se
lasquem, se arrebentem e tenham o mesmo destino de Belerofonte.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, do sítio “Shangri-la”, um lugar
perdido no meio do nada. 20-2-2018
Colunas anteriores:
As Forças Armadas são para proteger o país contra ataques de países inimigos. Esta é a função. Aqui no Brasil ela é usada para proteger o país do próprio povo. Quando forças especiais de outros países forem chamados para intervir na baixaria em que se encontra o Brasil... Aí será fincada a guerra civil.
ResponderExcluirPelo que se lê por aí, estamos muito próximos da unanimidade, direita e esquerda estão convergindo quando se trata da intervenção "apatralhada" no rio.
ResponderExcluirFoi uma decisão sem nenhuma garantia de sucesso e sem um planejamento detalhado.
Ou como diz um jornal do rio, “O exército pegou um abacaxi político!".
Até o Bolsonaro e o Ciro , já se pronunciaram ,fazendo coro com Dilma e Gleise, portanto...
Insisto na minha tese de que direita ou esquerda não tem nada a ver com isto, ou com as falhas de caráter das pessoas.
Temos canalhas em ambos os lados, faz parte de nossa raça e não de ideologia.
O que deve ser combatido é o mal em si.
Seja este de direita ou esquerda!
Aliás , alguém já disse aqui ,que já não existem separações entre extremos ideológicos.
Os extremos se confundem e se atrapalham!
Pelo menos aqui na nossa política tupiniquim.
O próprio Lula execrado pela direita teve comportamentos conservadores na economia, proporcionando lucros estratosféricos ao sistema financeiro.
Então, pelo menos no Brasil, não há mais que se falar em esquerda ou direita!
Independente destes conceitos retrógrados, o que vale é o respeito pelo próximo e a luta pelo bem comum.
Paizote