Cristina Miranda
Já pararam para refletir
porque razão temos tão fraca qualidade de governantes quer em Portugal, quer no
resto do Mundo? E já repararam também que além de serem medíocres agem de forma
irresponsável, sem ética, sem valores, corrupta e mentirosa como se fosse algo
perfeitamente normal e aceitável sem sequer se esconderem muito? A explicação
para esta podridão legalizada está em nós, cidadãos. Somos os culpados porque
nos deixamos manipular por eles.
A primeira defesa contra os
manipuladores é a tomada de consciência da sua existência e
questionar sempre tudo o que nos dizem ou apresentam como teoria ou explicação
para uma determinada situação, seja de quem for. Quando não duvidamos
estamos a abrir uma porta à manipulação que, se for bem-feita, toma
imediatamente conta do nosso pensamento, contaminando-o. Já não somos nós a
tirar conclusões, mas sim através dos manipuladores que de forma subtil
usam o sentimento para provocar uma reação emocional que nos vai
condicionar o raciocínio lógico. É o caso dos “migrantes refugiados” que nos aparecem em botes sobrelotados em suposto “desespero”, onde nos vendem um “resgate” que não o é, quando na verdade as ONG vão buscá-los à costa da Líbia, enquanto nem reparamos que quase não há mulheres,
crianças ou idosos. Se fogem da guerra porque só vêm milhares de homens muito
jovens? Pensem.
Questionar, duvidar,
pesquisar enquanto houver dúvidas sobre uma determinada teoria oficial não é
criar uma teoria da conspiração (se assim fosse, o MP e investigadores da PJ
seriam uma organização legalizada de conspiradores).
É demonstrar capacidade
crítica independente. É demonstrar força contra as manipulações
governamentais que nos querem submissos e ignorantes. Os manipuladores querem
que fiquemos satisfeitos com as “provas” que fabricam para nos sossegar ou
levar a pensar o que eles querem e por isso sonegam informação. São os
primeiros a proibir acesso a dados, a destruir prova, a censurar investigação
independente e claro, a classificar como “conspiração” tudo o que sai do seu
controle para descredibilizar quem faz investigação paralela. Vejamos um
exemplo em Portugal com Pedrógão Grande: Foi o não criada uma verdade
alternativa dizendo que tinha sido a natureza a provocar aquela tragédia? Foi
ou não verdade que impediram todos os organismos de revelar o número real de
mortes? Foi ou não verdade que foi criado entraves ao acesso à informação sobre
a tragédia para que fiquemos convencidos da versão oficial? Foi ou não
destruída prova na ANPC e INEM? Continuam ou não muitos mistérios por
responder enquanto governo fala de “teorias de conspiração”?
Claro que este exercício não é
fácil. Sobretudo se estivermos emocionalmente ligados a essas pessoas. É o caso
da política quando é o “nosso” partido que governa; é o caso do futebol quando
é o “nosso” clube que está a ser investigado; é o caso de um familiar ou amigo quando
é apanhado num ato ilícito.
As ligações afetivas
tornam-nos menos racionais. Logo, mais susceptíveis de manipulação. Colocar
o coração de lado na hora de analisar uma situação, a frio, não é fácil, mas
também não é impossível. Para muitos será natural porque já nasceram com essa
habilidade, para outros requererá treino. Contudo tem de ser feito. Porque
a manipulação de massas é um facto como o descreve Noam Chomsky e todos os poderosos do Mundo a usam em seu benefício.
Infelizmente para nós que não passamos de meros peões neste tabuleiro gigante
prontinhos para sermos usados como lhes convém, sem olharem a meios para
atingir fins.
As estratégias de
manipulação de massas visam bloquear a capacidade crítica para manter o
Mundo nas mãos dos poderosos do jeito que eles o idealizam: sob seu total
controlo. Nós somos apenas vistos como carneiros estúpidos que eles julgam
capazes de neutralizar. Despertar consciências para esta realidade é uma missão
de muitos como eu que acreditam que a saída deste lodo político, desta podridão
de gente nos governos só acaba com a mudança nos cidadãos. Aprender a
exigir, responsabilizar e depois condenar e correr a ponta pé esta corja,
é vital para a sobrevivência das sociedades.
A culpa é nossa, só nossa, que
aceitamos tudo o que nos é dito sem contestação, que não duvidamos nem
questionamos nada. Se queremos mudança temos de promovê-la começando desde
já a mudar a forma como olhamos para os políticos, sejam eles de que partido
forem. Não podemos sonhar com melhores resultados se continuarmos a insistir
nos mesmos erros.
Título e Texto: Cristina
Miranda, Blasfémias,
11-6-2018
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