quarta-feira, 6 de junho de 2018

A pergunta

Foto: AFP/Getty Images

Haroldo Barboza

O patamar de violência que a criminalidade armada implantou em nosso território, chegou a nível tão alto, que se tornou banal vermos na mídia o relato de uma chacina semanal com cinco ou seis cadáveres. E ainda somos capazes de ouvirmos um nativo dizer: “ainda bem que não foram doze pessoas!”.

O pior desta banalidade, que vai solidificando nosso estado de letargia que nos demove da ideia de reagir contra este absurdo, é acompanharmos os repórteres (principalmente de TV) no dia seguinte desenvolvendo a matéria ao vivo, junto à família que perdeu um ente querido e encontra-se num estado de desespero inapropriado para “depoimentos” à imprensa.

Perguntas (inadequadas e constantes) à viúva da vez:

- Como a família está reagindo neste momento de dor?

- O que os filhos estão sentindo com a ausência do pai?

- O que vocês pretendem fazer daqui em diante?

- Seu marido vinha sofrendo ameaças por parte de alguém?

Não vou citar outras que fazem parte deste elenco pobre que consta do roteiro padronizado. Vou apenas sugerir UMA única pergunta (a ser feita com veemência) dirigida à ”ortoridade” maior logo após qualquer fato trágico que nos espreita diariamente.

- USANDO O ABSURDO MONTANTE RESULTANTE DE NOSSOS IMPOSTOS, O QUE VOCÊS FARÃO PARA REDUZIR 95% DESTAS TRAGÉDIAS EM SEIS MESES?
Título e Texto: Haroldo Barboza, 6-6-2018

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