Cesar Maia
1. Nos últimos anos, as pesquisas eleitorais divulgadas mostram
números que muitas vezes ficam longe do resultado eleitoral. Independente de
inversão ou não dos números, a diferença proporcional entre as intenções de
voto e o voto tem sido significativa.
2. Partindo do princípio que as pesquisas dos institutos de maior
qualidade e tradição representam a opinião dos eleitores em cada momento, não
há nenhuma razão para que após as eleições a decisão de voto tomada tenha
sustentabilidade no tempo.
3. O regime parlamentarista, pela flexibilidade que incorpora, pode
corrigir essa variação num período maior.
4. Mas o regime presidencialista não tem essa flexibilidade, e a
inversão da opinião pública pode produzir forte desgaste dos governos e crises
políticas, como se tem visto mundo afora.
5. O sistema eleitoral é muito menos volátil no voto distrital
puro, como no Reino Unido e nos Estados Unidos. O voto proporcional é muito
mais volátil, especialmente nos dias de hoje. E muito mais na medida que essa
volatilidade ocorre entre os partidos e até na existência dos mesmos, como na
Itália e Espanha, recentemente, para citar apenas 2 exemplos de democracias
amadurecidas. E Europa Central e América Latina em geral.
6. Os Institutos de Pesquisa têm explicado essas diferenças entre
tendências nas pesquisas e resultados, afirmando que, cada vez mais, os
eleitores deixam para a última hora suas decisões.
7. Poder-se-ia supor que entre as pessoas menos informadas ou menos
ligadas ao processo político e eleitoral, a volatilidade tenderia a ser maior.
8. Mas em 2018, na campanha pré-eleitoral brasileira para
presidente, isto ocorre entre os eleitores mais bem informados e mais
conectados ao processo eleitoral, pois os resultados podem atingi-los.
9. Por exemplo, a "XP Investimentos" tem realizado
sondagens mensais com investidores institucionais: 204 agora no início de
junho. Num período de 30 dias ou pouco mais, a sondagem da XP Investimentos
mostrou uma enorme variação nas respostas sobre "quem será o vencedor da
eleição presidencial de 2018?".
10. Em abril, Alckmin tinha 48% e nos dias 4/5 de junho 31%.
Bolsonaro, em abril, tinha 29% e no início de junho 48%. Ciro Gomes tinha, em
abril, 1% e agora no início de junho 13%. São números e diferenças enormes num
espaço tão curto de tempo e entre pessoas das mais bem informadas, qualificadas
e interessadas.
11. A sondagem da XP Investimentos, com essa gigantesca
volatilidade em 30 dias, sugere que, mais do que nunca, as pesquisas de opinião
serão apenas sinalizadoras e que a decisão final do eleitor virá em cima da
urna. Acompanhem sem ansiedade.
Titulo e Texto: Cesar Maia, 13-6-2018
PELO JEITO A XP INVESTIMENTOS FEZ PESQUISA COM INVESTIDORES, ENTÃO É ÓBVIO QUE O ALQUIMISTA ESTEJA NA FRENTE.
ResponderExcluirSempre falo que pesquisas são direcionadas aos grupos.
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