Cesar Maia
1. Bolsonaro deu a partida. Não terá candidato a governador em
nenhum Estado. Quem quiser que o apoie. Será um prato feito para a
fiscalização. Os candidatos a governador, senador e deputados que se
cuidem.
2. Inversamente, em função da impopularidade do Presidente Temer,
os candidatos do MDB e eventuais coligados vão procurar se descolar.
3. Vão proliferar os panfletos que, para driblar as
irregularidades, virão com nomes de pessoas físicas, em cima do panfleto,
afirmando: Fulano apoia e embaixo listando uma chapa com todos os cruzamentos
possíveis.
4. Como ao lado do nome desses “Fulanos” terão que vir seus
registros legais, o trabalho da fiscalização terá que ser localizá-los e
comprovar que realmente patrocinaram os panfletos, indo também atrás do nome
das gráficas.
5. Será necessária uma fiscalização com lupa para enxergar o nome
dos candidatos majoritários - sem expressão em pesquisas - das chapas, de forma
a respeitar a legislação.
6. Os exemplos mais acima são os casos extremos e conhecidos. Mas
com uma campanha em que praticamente todos os candidatos a presidente têm uma
baixa porcentagem nas pesquisas, a atração à traição será generalizada.
7. Especialmente pela alta proporção de abstenção e votos brancos e
nulos. Com isso, se forma um quadro de candidatos pulverizado, sinalizando para
poderes legislativos igualmente pulverizados.
8. Se o presidente da República e os governadores têm tido
tradicionalmente dificuldade em construir uma maioria orgânica no poder
legislativo, agora muito, muito mais.
9. Poder-se-ia afirmar que este quadro gera vantagem para um ou
outro candidato favorito. Mas isso só será verdade se o favoritismo for amplo e
regionalmente espalhado.
10. Isso para presidente da República será raro. E para governador
da mesma forma nos maiores colégios eleitorais.
11. Ou seja, uma eleição de candidatos "independentes".
Título e Texto: Cesar Maia, 6-6-2018
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