Vitor Grando
Trump é um monstro insensível
que tem lançado crianças aos milhares literalmente na jaula numa crueldade tal
comparável somente ao infanticídio de Herodes. Ao menos essa é a narrativa
replicada em uníssono pela mídia internacional indignada (aquela mesma que
previu a Terceira Guerra). Só um adendo: nunca antes na História da Humanidade
foi tão simples ser contado entre os virtuosos.
Basta replicar a indignação
oficial do momento e você é prontamente alçado ao panteão dos santos. Não
importa se você passa o fim de semana à caça “daquilo” rosado, conquanto que à
noite de domingo manifeste sua indignação em conjunto com a grita feminista do
momento. Já o homem-de-uma-mulher-só que levanta um “mas…” — ah! — esse é
evidentemente a razão da existência de todo e qualquer estupro. Bem farisaico
né? É o que chamo de farisaísmo secular.
Voltemos agora aos fatos sobre
a indignação em relação a Donald Trump. O que acontece é o seguinte. O
Procurador-Geral Jeff Sessions tem insistido numa política de tolerância zero
contra imigração ilegal (ênfase no
“i”). O que acontecia até então sob a administração Obama era a chamada
política do “catch-and-release”, que basicamente permitia que qualquer adulto
que atravessasse a fronteira com uma criança recebesse apenas uma notificação
para se apresentar à justiça sendo em seguida liberado. Surpresa: 80% deles não
se apresentavam. Agora, no entanto, sob a administração Trump todo aquele que
tenta atravessar a fronteira ilegalmente é detido e responde ao devido processo
criminal, o que é uma das três ocasiões em que uma criança pode ser separada da
unidade familiar.
Essas três ocasiões em que a
criança pode ser separada de seus pais na fronteira são as seguintes:
(1) quando há razão para se
duvidar do grau de parentesco alegado com os adultos,
(2) quando há suspeita de
tráfico humano ou abuso infantil e
(3) quando o adulto responde a
um processo criminal.
Se um sujeito atravessa a
fronteira ilegalmente (repito: ilegalmente), ele é preso e naturalmente encara
um processo criminal pelo óbvio crime de transgredir a lei.
Porém, em virtude de uma
decisão da justiça federal — a chamada “Flores settlement” — crianças não podem
ser mantidas em prisões federais junto com os seus responsáveis. O que faz o
mais perfeito sentido né? Mais recentemente em 2016, um juiz federal
interpretou essa decisão no sentido de que o Homeland Security não poderia
manter famílias sob custódia por mais de vinte dias. Nesse momento, portanto, é
que ocorre a separação: o adulto é transferido para a prisão e a criança para
um abrigo. Nisso, o governo tem três alternativas:
(1) entregar a criança a algum
responsável, que nem sempre é encontrado ou se prontifica a aparecer,
(2) abandonar a criança na rua
ou
(3) conduzi-la ao abrigo, onde
ficam até a chegada de um responsável. É esse abrigo que é comparado a um campo
de concentração pela mídia internacional, o que é nada mais do que pura
vigarice.
A decisão judicial do “Flores
Settlement” tem uma bela história e foi, olha só!, motivada por uma ação
judicial movida corretamente pela esquerdista ACLU (American Civil Liberties
Union). Nos anos 80, a ACLU processou o Governo Americano em nome de Jenny
Lisette Flores, uma menina de 15 anos de El Salvador. Flores havia deixado seu
país em busca de uma tia nos EUA até ser detida na fronteira pelas autoridades
americanas.
Em resumo, a decisão judicial
foi no sentido de vedar que ela e outras crianças fossem detidas em centros de
detenção de imigrantes compartilhando quartos com homens e mulheres adultos,
onde Flores era revistada intimamente com frequência e lhe fora dito que só
poderia ser liberada na presença de seus pais, mas não de sua tia. A decisão
corrigiu esse mal. As crianças agora são entregues ao Department of Health and Human Services como “crianças estrangeiras
não acompanhadas”.
Agora os menores podem ser
entregues a qualquer responsável e são mantidas nas condições de mínima
restrição possível e recebem abrigo, água, alimento e os devidos cuidados
médicos. Além disso, o DHHS trabalha em busca de seus pais ou parentes ou
orfanato para essas crianças, se necessário. Não, elas não são enjauladas como em
campos de concentração. Isso é um embuste.
Os republicanos no Congresso
propuseram legislação que permitiria que as crianças fossem mantidas com seus
pais sob custódia da Imigração e Alfândega dos EUA, o que resolveria as
restrições impostas pelo Flores mantendo as crianças junto ao seus pais
sem lançá-las nos centros de detenção. Mas nada foi aprovado pelo Congresso
nesse sentido.
Então, ao que tudo indica, a
situação atual é INCONTORNÁVEL por qualquer governo que cumpra a lei e as
decisões judiciais. A administração passada, como lhe era conveniente, fazia
vista grossa à imigração ilegal e, portanto, o problema não tomava as dimensões
que hoje toma.
No entanto, o problema JÁ
existia sob a administração Obama sem muita indignação da mídia internacional. Muitas
das fotos de crianças “enjauladas” utilizadas esses dias para gerar indignação
contra Trump são, na verdade, de 2014 quando Obama era presidente (cf. link 1).
A situação sob Obama era ainda
pior. Agentes federais reportaram às centenas a existência de corpos
abandonados (inclusive crianças usadas pelo tráfico) na fronteira após serem
usados por traficantes de drogas que se aproveitavam da leniência da última
administração ou pelos chamados “coiotes” que cobravam para supostamente
facilitar a travessia dos imigrantes.
Apenas em um condado do Texas
de 2012 a 2014, 259 corpos foram encontrados abandonados no deserto ao não
sobreviver ao trajeto. A travessia também é feita por traficantes de mulheres
vítimas do tráfico sexual. A situação era terrível e essas pessoas eram
estimuladas pela retórica leniente de Obama que acabava por convencê-los da
anistia ao chegarem aos Estados Unidos. Isso multiplicava o número de vítimas.
(cf. link 2)
Ainda pior: de acordo com
reportagem do The Washington Post em 2016, a irresponsabilidade da
administração Obama acabou por entregar muitos desses menores encontrados nas
fronteiras diretamente nas mãos de traficantes que se faziam passar por
responsáveis (cf. link 3).
Veja o relato, por exemplo, de
um garoto de 6 anos que depois de ser usado pelo seu tio para ter sua imigração
facilitada foi abandonado à própria sorte no deserto (cf. link 4).
Crianças eram usadas como o
“Green Card” de criminosos. Como já apontei, dois dos motivos pelos quais as
famílias detidas são separadas, sob o governo Trump, é quando não é possível se
comprovar o grau de parentesco entre o adulto e a criança ou quando há suspeita
de abuso. A separação, nesses casos, é literalmente uma proteção à criança e
não um abuso como a mídia vem divulgado (cf. link 5).
Não é nenhuma forçação dizer
que Trump está literalmente protegendo a vida dessas crianças vitimadas pela
leniência de outrora nas fronteiras.
De acordo com o Homeland
Security, nos último cinco meses houve um crescimento de 314% de adultos
chegando às fronteiras com crianças alegando de modo fraudulento se tratar de
unidades familiares. A mídia, porém, silencia.
É bom apontar também que há
uma alternativa bem simples para resolver a separação familiar. Basta o
responsável se declarar culpado que ele é prontamente reunido aos filhos e
deportados para o seu país de origem.
No entanto, instruídos por
advogados, os pais pedem exílio e o processo demora meses ou até mais para ser
resolvido. Assim, prolonga-se a separação familiar (Fonte: Yago Martins).
Além disso, existe uma
associação chamada “March Without Borders”, instalada no México e na Nicarágua,
que é feita de advogados americanos ligados ao Partido Democrata (ah, sério?
que surpresa), dedicados a instruir os imigrantes a pedir asilo, porque esse é
o buraco na lei americana. Só que essa estratégia prolonga o processo e promove
a crise politicamente conveniente ao Partido Democrata. (Fonte: Christian
Faber).
O abuso das brechas na
legislação só prejudica quem realmente necessita de asilo. Ninguém é preso ao
se dirigir a um ponto de entrada de imigração e solicitar o devido processo de
asilo. São presos exclusivamente os imigrantes ilegais durante a travessia, ou
seja, durante o ato criminoso. Prendê-los é nada mais do que o cumprimento da
lei promulgada pelo Congresso, ou seja, obrigação de ofício da administração
Trump.
O resumo da ópera, então, é o
seguinte: adultos responsáveis por seus filhos assumem conscientemente o risco
de atravessar ilegalmente a fronteira com seus filhos a tiracolo. Eventualmente,
são presos pela polícia da fronteira e seu filho é levado para um centro de
custódia. Tudo por culpa exclusivamente dos pais. A única coisa que a
administração Trump mudou foi a aplicação de tolerância zero à imigração ilegal
que, sim, multiplicou a ocorrência dos casos de separação da unidade familiar.
Porém, isso é um golpe duro no tráfico humano e na imigração de criminosos como
os da violenta gangue MS-13, que corriam soltos durante o governo Obama.
Trump não criou essa situação.
Ele só está lidando com a bagunça. A mídia não se importa com as crianças e nem
você, que se faz de tão profundamente indignado. O propósito é nada mais do que
usar o sofrimento infantil para sensibilizar as massas contra Donald Trump. É
vil, é covarde, é abjeto.
A única alternativa para o
problema é desrespeitar a lei, coisa que Trump não vai fazer e que resulta nos
graves problemas apresentados acima. Trump conseguiu movimentar a indignação
mundial para o problema. Trouxe respaldo para a assinatura de sua Ordem Executiva
que autorizou a detenção da unidade familiar pelo Homeland Security sem a
restrição dos 20 dias imposta pelo Flores e suas interpretações legais
subsequentes.
A separação nos demais casos
de suspeita de tráfico ou dúvida sobre o parentesco, que protegem a criança, é
mantida. Num único movimento, Trump resolveu os buracos na lei que estimulavam
o tráfico humano e abuso infantil ao mesmo tempo que manteve a tolerância zero
à imigração ilegal.
Agora com toda a pressão
midiática será absolutamente impossível a justiça ou o congresso reverteram sua
Ordem Executiva. Trump não brinca em serviço. Jogada de mestre. Xeque-mate.
Título, Imagem e Texto: Vitor Grando, 22-6-2018
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Excelente!
ResponderExcluirMelania Trump Visits Texas Facility Media Dubbed A ‘Concentration Camp,’ Debunks Fake Media Narrative
ResponderExcluirProgressives Care Nothing About Children Of Illegal Aliens – If They Did, They Would Have Spoken Up When Obama Was Doing The Same Thing As Trump
ExcluirPor mais argumentos que se busque para defender Trump, ele é definitivamente um ser do mal , só comparado a a um outro semelhante.
ResponderExcluirhttps://www.independent.co.uk/news/world/americas/us-politics/anne-frank-centre-donald-trump-america-president-hitler-nazi-germany-alarming-parallels-warning-a7884731.html
Paizote
O The Independent é tão imparcial quanto o meu amor pelo Flamengo.
ExcluirQuero pedir desculpas a todos , principalmente ao Jim ,pois minhas postagens tem sido enviadas antes da finalização. Problemas em meu equipamento , que breve será corrigido.
ResponderExcluirSorry!
Paizote
ResponderExcluir(PS.;Com revisão,)
E Esta postagem minha tem a possibilidade apenas de mostrar que existem muitas divergências sobre o Trump, assim como qualquer político.
Jamais alcançarão a unanimidade, porém, alguns se destacam com os que citei.
E não é nem por serem políticos, ambos conseguiram resultados que agradaram, num primeiro momento as populações de seus países, mas o tempo provou que embora bons políticos, eram sim... seres do mal!
Quando a pessoa tem tendências para o mal, mesmo quando reza é olhado com desconfiança.
Desculpe não concordar com os escritos acima, principalmente os do Vitor Grando, mas o mundo já julgou Trump, toda defesa será definitivamente inútil.
O diabo não
Quanto aos imigrantes, a familiares de Trump o são e sobre Melanie, ainda restam dúvidas sobre seu ingresso nos EUA.
Agora ele esta localizando pessoas que tiveram parentes mortos por traficantes durante a tentativa de ingresso nos EUA, para que admitem que os mortos estavam fazendo parte de operação ilegal, pretende explorar a dor dos mesmos em seu favor! Ilegal e que deviam ser combatidos energicamente são os traficantes que usam da ingenuidade das pessoas, que acreditam no sonho americano.
Eu particularmente, por ter filha casada com americano, e trabalhando para organização publica em Maryland, poderia _minha filha insiste nisto- ganhar Green card. Tive esta intenção, Trump me fez desistir.
E parodiando um ditado popular; "O diabo é suspeito não porque é diabo, mas pq é político.”.
Paizote
A esquerda norte-americana odeia tanto Donald Trump que muitos deles preferem não ter paz com a Coreia do Norte para não ver o presidente dos Estados Unidos recebendo o crédito por isso.
ResponderExcluirAh, mas são verdes
ResponderExcluirUma raposa – gascã ou da Normandia, diz-se – salivava por um cacho de uvas apetitosas, pendendo de caramanchão alto.
Mas como não conseguisse chegar-lhe, afastou-se a resmungar: “São verdes, não prestam, só cães as podem tragar.”
Quando ouviu um barulho de queda, no local da fruta, voltou a correr.
Mas era só uma folha.
Esopo revisto por La Fontaine, claro.
Mas por que é que me lembra a ci(u)meira Tump/Kim, e o futuro encontro Marcelo-Trump?
“É fácil desprezar aquilo que não se pode obter.” Provavelmente com outros atores, noutras circunstâncias, tudo isto seria notável.
Mas é preciso sair das obsessões pessoais para voltar a discutir o que se move no mundo, e o que (co)move os povos.
Nuno Rogeiro, in SÁBADO, nº 738, de 21 a 27 de junho de 2018
Migrantes, dor e hipocrisia
ResponderExcluirNinguém aceita a separação de filhos dos pais, imigrantes ilegais, nos EUA. Mas também ninguém concordará, espero, com o uso de crianças como escudo do crime, ou com a detenção de menores nas prisões de adultos.
Por tudo isso, administrações anteriores criaram a TVPRA (2008) e os tribunais acordaram no Caso Flores (1997), prevendo o internamento infantil em orfanatos e casas de acolhimento dignas, mas só se não for possível devolvê-los à procedência em segurança, ou entregá-los à guarda de outros familiares.
Já no caso Aquarius, há outro fenômeno: Itália e países europeus da “linha de frente” não querem mais sofrer pela inação e hipocrisia dos outros.
Nuno Rogeiro, in SÁBADO, nº 738, de 21 a 27 de junho de 2018
ALL FAKED! Fake photo, fake news, fake media and the engineering of fake outrage to push an open borders invasion of America
ResponderExcluirTIME Magazine's Shocking Cover Is A Total Lie. No Wonder Americans Don't Trust The Media.
ResponderExcluirA lei Trump sobre imigrantes ,pelo menos instigou que o Brasil em toque de caixa promulgasse a nossa.
ResponderExcluirPresidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 13.684, DE 21 DE JUNHO DE 2018.
Dispõe sobre medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária; e dá outras providências.
paizote
Continuando a leitura , não pude deixar de rir ao ler o texto da lei de imigração brasileira e as garantias da mesma.
ResponderExcluirArt. 5º As medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária visam à ampliação das políticas de:
I – proteção social;
II – atenção à saúde;
III – oferta de atividades educacionais;
IV – formação e qualificação profissional;
V – garantia dos direitos humanos;
VI – proteção dos direitos das mulheres, das crianças, dos adolescentes, dos idosos, das pessoas com deficiência, da população indígena, das comunidades tradicionais atingidas e de outros grupos sociais vulneráveis;
VII – oferta de infraestrutura e saneamento;
VIII – segurança pública e fortalecimento do controle de fronteiras;
IX – logística e distribuição de insumos;
paizote