Haroldo P. Barboza
Os debates de candidatos a
ocupar uma “boca” nas tetas do governo (qualquer esfera) só apresentam novidades
na vestimenta dos participantes. A maioria comparece com sapatos novos (ou
muito bem engraxados).
O cenário exibe os candidatos
numa formação oval (a mais adequada), bem-comportados (pelo menos isto) e
compenetrados.
De resto, os mesmos textos (trinta
anos) anteriores. Confira resumo ilustrativo.
O apresentador anuncia as
“regras” (previamente combinadas) de tempos que não são suficientes para
esclarecer nada. Os candidatos adoram este modelo porque se tiverem quinze
minutos para tentar explicar algo que a sociedade demanda, cairão em dezenas de
controvérsias que apressarão o eleitor (patrão que desconhece sua força) a
escolher 00 na urna.
Perguntas repetitivas:
“caso VE (ve = vossa
excrescência) seja eleito, o que fará para aumentar (PIB, oferta de empregos,
segurança, pesquisas científicas, fiscalização, arrecadação (*), vagas nas
escolas, salários de Professores, vigilância nas fronteiras, energia, blá-blá-blá)?”.
“caso VE (ve = vossa
excrescência) seja eleito, o que fará para reduzir (desemprego, evasão
escolar, desvio de verbas, burocracia, população carcerária, mordomias
públicas, poluição dos rios, exploração infantil, tráfico de drogas,
criminalidade contra a Mulher, blá-blá-blá)?”.
Notem que alguns temas se
repetem.
Resposta padrão (soma das
respostas usando sinônimos e adjetivos populares):
“Meus assessores já possuem
alguns modelos de gestão que pretendemos colocar em prática tão logo possamos
receber os dados da equipe de transição. Já na primeira quinzena de governo
faremos uma reunião com nosso secretariado para que logo no primeiro trimestre
a população sinta uma evolução em nosso cenário”.
Diante desta resposta, um
eleitor mais lúcido (que não adora o BBBB) questiona:
“Por que quando ele foi
Governador/Prefeito nos últimos trinta anos este “modelo” não foi colocado em
prática com sucesso?”
Apresentador finalizando:
“-Qual será sua primeira medida
após assumir o cargo?”
* Se o que vai ser substituído
for do mesmo partido a resposta será:
“Vamos montar uma força-tarefa
para definir prioridades e impulsionar os projetos agora em andamento.”
** Se o que vai ser
substituído for de outro partido a resposta será:
“Vamos solicitar uma auditagem
nas contas públicas dos últimos três anos para identificar licitações editadas
sem base legal e lesivas aos nossos amados contribuintes.”
E quem não ama contribuinte
que não faz valer seus direitos?
“E de quebra, vou reduzir a
lotação nos presídios libertando quem furtou menos de dez salários-mínimos, agrediu
idosos abaixo de 65 anos e apenas aleijou policiais”.
*****
***** *****
Já que contei o “final do
filme”, você pode colocar em outro canal com um programa mais atraente. Ou
ficar no mesmo canal para dar boas risadas.
Ou dormir, pois o Brasil precisa
de seu trabalho amanhã para sustentar as mordomias dos que agora assumirão o
controle dos cofres.
No dia seguinte os jornais
exibirão manchetes do tipo:
“Candidato A-171 sobe na
preferência popular ao anunciar isenção de taxas para bailes realizados dentro
de escolas públicas, que desta forma serão revitalizadas.”
“Candidato B-171 cai cinco
pontos nas pesquisas por sugerir que pedirá aumento da pena para quem dirige
embriagado.”
Título, Imagem e Texto: Haroldo P. Barboza, Rio de Janeiro,
agosto de 2018
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