A esquerda radical impõe pelos jornais
aquilo que não logra alcançar nas urnas, pelas convenções e formalismos
próprios do processo democrático: apesar de valer entre cinco a dez por cento
nas preferências dos eleitores, a esquerda radical equivale a oitenta por cento
das redações de jornais
João Lemos Esteves
1. É verdadeiramente vergonhoso o que está a suceder na Europa (e
em alguns órgãos de comunicação social norte-americana, com destaque para a
outrora respeitada e exemplar CNN): a cobertura jornalística mentirosa e
completamente desligada da realidade (manipulando, truncando, inventando e
omitindo factos) sobre os acontecimentos ocorridos ontem na Faixa de Gaza
ultrapassa todos os limites admissíveis numa sociedade democrática pluralista.
Uma comunicação social forte,
independente, comprometida com a verdade e a imparcialidade tornam a democracia
uma aspiração humana (individual e societária) possível – uma comunicação
social ao serviço de uma agenda política (escondida, não declarada),
subserviente aos interesses e conveniências de alguns, protagonizada por
jornalistas com vínculos precários, que utilizam o jornalismo como rampa de
lançamento para outras carreiras (designadamente, em gabinetes ministeriais), é
uma (se não mesmo “a” ameaça) à vitalidade do regime democrático.
A esquerda radical impõe pelos
jornais aquilo que não logra alcançar nas urnas, pelas convenções e formalismos
próprios do processo democrático: apesar de valer entre cinco a dez por cento nas preferências
dos eleitores, a esquerda radical equivale a oitenta por cento das redacções de
jornais. Eis o paradoxo democrático para o qual temos chamado por
inúmeras vezes a atenção das estimadíssimas leitoras e estimadíssimos leitores.
2. As “fake news” não nasceram nas redes sociais, nem foram os
“deplorables” os seus autores cimeiros: foram jornalistas (profissionais com
carteira de jornalista), remunerados por órgãos de comunicação social
tradicionais, que atraiçoaram o código deontológico a que estão vinculados por
dever de ofício – passando a informar sobre a realidade virtual (a sua versão
dos factos, após passarem pelo respectivo filtro ideológico), num estilo mais
próximo da propaganda política do que informação.
As “fake news” são um problema
da comunicação social tradicional – o controlo exercido pela esquerda radical
nas redacções (e, logo, no domínio das narrativas veiculadas, sem contraditório
sério) converteu-se na maior ameaça à democracia pluralista. Todavia, este
problema é ignorado pelos decisores políticos; ninguém da comunicação social
radical e mentirosa de esquerda foi chamado a depor no Congresso, no Parlamento
ou na Assembleia da República… O Facebook e as redes sociais é que eram o
verdadeiro perigo! Pois…
3. Pois bem, na quarta-feira, o Hamas lançou um violento ataque
contra Israel a partir de Gaza, tendo obrigado grupos de crianças a
refugiar-se, com urgências, em abrigos criados para o efeito. Ora, perante tal
cenário, as autoridades israelitas, no cumprimento do seu dever
político-jurídico de defesa dos seus concidadãos (incluindo árabes israelitas),
reagiram, gerando o infeliz incidente da morte de uma senhora grávida.
A comunicação social
portuguesa (como a generalidade da europeia, com honrosas excepções em França e
em Itália, cingindo a nossa análise à
Europa ocidental) apressou-se a condenar Israel pelo acidente: alguns dos nossos
jornalistas (militantes empenhados e honorários do Bloco de Esquerda ou do PS
costista radical) viram aqui mais uma oportunidade para confirmar o
carácter “racista e violento” de Israel.
Omitiram, no entanto, para
enganar os portugueses (que eles – a vanguarda avançada do Banhada de Esquerda
– acham que são idiotas…), que quem iniciou o ataque foi o Hamas, um grupo
terrorista que se profissionalizou no assassínio de cidadãos inocentes que
professam esses ideais pecaminosos que são a democracia e a liberdade. Esta coligação
entre os jornalistas portugueses (controlados pela esquerda radical) e grupos
terroristas como o Hamas é algo confrangedor – e perigosíssimo.
4. É que o Hamas não mata apenas israelitas: antes, apoia
igualmente grupos que promovem a morte de cidadãos inocentes em Paris, em
Berlim, ali mesmo em Barcelona, em Nice, em Munique… e sabemos que estes
terroristas não ficarão por aqui. São uma verdadeira ameaça à nossa segurança,
individual e coletiva – com a conivência dos poderes mediático e político
europeus que colocam as suas conveniências acima das suas convicções. Que
colocam os interesses empresariais (de alguns) acima do interesse na defesa da
liberdade e segurança (de todos).
Por esta razão, a União
Europeia não é levada a sério por ninguém, sendo verdadeiramente irrelevante no
contexto internacional. Veja-se o que sucedeu no caso (em debate) das sanções
norte-americanas contra o regime tirano de Teerão: a União Europeia estendeu a
mão às autoridades iranianas, perfilando-se ao seu lado contra o aliado
norte-americano. Qual foi a retribuição do Irão? Ameaçou a Europa com um brutal
ataque! Depois, admiram-se que os cidadãos europeus se revoltam contra o
“establishment” que incompetentemente controla a União Europeia! Andam a cuidar
dos interesses de algumas empresas francesas e alemãs, colocando em causa a
segurança dos cidadãos que deveriam proteger!
5. E nas Nações Unidas – sob a liderança do nosso compatriota
António Guterres – a situação tem-se agravado. Na presente semana, um alto
funcionário das Nações Unidas (a tal organização supranacional que deveria
zelar pelos valores da democracia, da liberdade e da tolerância), Michael Lynk
de seu nome, manifestou que quer expulsar Israel da ONU, apelando ao isolamento
seu internacional e eventual destruição do Estado.
Quem é Michael Lynk? É um Professor canadense, da Western
University, que é reconhecidamente um
apoiante do movimento BDS – Movimento Boicote, Desenvolvimento e Sanções, o
tal que pretende a aniquilação total do Estado israelita. Como podemos aplaudir
este multilateralismo dominado por grupos terroristas que deveria combater?
Então, a maioria dos países
proíbe, na sua ordem jurídica interna, o discurso de ódio e considera o BDS (e
bem!) um movimento terrorista – mas depois estes mesmos países estão obrigados
a financiar uma organização (que é a ONU) que promove esse mesmo movimento
terrorista, nomeando até alguns dos seus apoiantes para cargos cimeiros da
organização!
Não admira que o Presidente
Donald Trump (com o apoio claramente maioritário dos cidadãos americanos)
pretenda acabar rapidamente com esta brincadeira: em troca do financiamento
norte-americano, António Guterres terá rapidamente de arrumar a casa, ou seja,
de instituir procedimentos e nomear funcionários que sirvam os valores
fundacionais da ONU; e não estejam ao serviço de movimentos e organizações
terroristas. Percebemos assim mais uma razão pela qual a ONU tem sido um
falhanço total nos últimos anos…
6. Quer saber mais, caríssimo(a) leitor(a)? Um amigo nosso
confidenciou-nos que a fonte da agência Lusa (tutelada pelo Governo português),
que publicou a notícia de que Israel matou uma senhora grávida, foi a “Al
Jazeera”. Estamos a brincar?
Para informar os portugueses,
é preciso recolher informação, comparar fontes, estudar os assuntos que não se
dominam e expor aos leitores os factos com o fito de estes exercerem –
livremente! – a sua razão crítica. Ou seja: é preciso fazer tudo ao contrário
do que a “Lusa” fez (e que outros jornais, preguiçosamente, se limitaram a
reproduzir).
Mais uma vergonha para o
jornalismo português (atenção: salvo honrosas excepções que ainda existem em
Portugal e que vão permitindo considerar o jornalismo uma profissão séria) e,
por consequência, mais uma vergonha para a democracia portuguesa.
Título e Texto: João Lemos Esteves, SOL,
10-8-2018
Não é só em Portugal...
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