Valdemar Habitzreuter
Noto algo inusitado nas redes
sociais: comportamentos os mais variados de internautas expressando-se também
de maneiras diversas, ora educadamente, ora agressivamente, mas sempre
preservando sua suposta personalidade impoluta, sem mácula - cuidando para não
deixar escapar uma imagem negativa (incluo-me neste quadro). Talvez, psicólogos
e sociólogos se deliciem com esse fenômeno...
Mas o que mais me chama a
atenção é a frequência de se aludir à religião como uma espécie de amuleto para
todos os males. Até na política - agora, com as eleições -, os candidatos todos
são muito religiosos e invocam o deus do voto e da sorte...
Será que se tem o correto
significado de religião? Qual o sentido de alguém pertencer a uma religião? O
Deus das religiões é deveras cultuado e reverenciado com o intuito de promover
a união e fraternidade entre nós? Ou a religião é apenas um repositório de
superstições para nos prover sorte na vida?...
Munir-se de uma crença
religiosa pode ser um perigo para muitos, um verdadeiro veneno, em que a
intolerância pode muito facilmente prevalecer em detrimento do amor fraterno. O
espectro da violência e destruição é frequente. Temos exemplos mil, História
afora, de que religião e violência andaram e ainda andam de mãos dadas quando
fanáticos impõem suas crenças a fogo e ferro, com decapitações e fogueiras.
É deveras lamentável quando
pessoas se arrogam o privilégio de seres perfeitos por pertencer a esta ou
aquela religião e, no entanto, nutrem hostilidade, ódio ao próximo por
divergência de crença ou ideias. A obtusidade religiosa separa ao invés de
unir.
Comumente, para muitos,
religião é um dogmatismo misterioso em que prevalece a irracionalidade que é
entendida por fé. Essa fé não vem acompanhada de um mínimo de racionalidade e,
em nome dela, então, promove-se desavenças, o desamor, para salvaguardar suas
crendices e superstições.
Portanto, é uma falsa fé. Não
se cultua o Deus concreto do aqui e agora presente no outro e na natureza. O
que se cultua é um Deus fantasma escondido algures invocando-o com preces
egoístas…
Mas, felizmente, há, e conheço
muitos, que abraçam uma religião e a praticam com verdadeiro espírito
religioso. São pessoas que dão colorido espiritual e de paz a sua vida e aos
que se encontram a sua volta. Estes, sim,
têm a compreensão do significado religião - união e não desunião…
E o que falar da política que
desperta tanto arroubo nas pessoas como se tratasse de “religião” em que
políticos são endeusados e outros demonizados? Pois é, é o que experimentamos,
no momento, no calor das nossas discussões pela escolha de nossos
representantes. Alimentamos um certo sectarismo político que nos joga um contra
o outro. É o mesmo espírito de desavença do praticante da religião irracional.
Endeusamos nossos candidatos como únicos qualificados a exercer o poder de
governar. Também aí procedemos irracionalmente e provocamos a desunião. Avaliar
depreciativamente o candidato endeusado do outro, por exemplo, provoca
verdadeira ira ao fiel seguidor. Se não bastasse, vez ou outra, traz-se à baila
a Bíblia para sair em defesa de seu candidato-deus. Deus é convocado a ser um
cabo eleitoral. É pau para toda obra, tanto para o bem como para o mal. Se for
um candidato agressivo, pistoleiro, cita-se, por exemplo, a passagem de Jesus
expulsando os vendilhões do templo ou “eu não vim trazer a paz, mas a espada”,
sem o mínimo de entendimento de seu significado. Não se quer eliminar o mal,
quer-se aniquilar o malfeitor…
Assim, religião e política são
temas problemáticos. Portanto, se te refugias em alguma religião e promoves a
hostilidade e a desavença por causa dela, vira ateu e viverás melhor. Se a
política que praticas não é discussão para o bem-estar comum, não é política, é
sectarismo…
Reavalia teus conceitos de
religião e política, sem misturá-los numa sopa indigesta!...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 29-8-2018
Colunas anteriores:
Há diferenças gritantes que impedem uma comparação honesta.
ResponderExcluirVejamos:
Se Eu acredito num deus qualquer que vai me premiar com a vida eterna num Paraíso também qualquer, não há motivo nenhum para eu me indispor com quem descrê do deus que eu cultuo para bter dele as maravilhas que me concederá.
Afinal, se creio efetivamente no deus que me premiará, se o outro não crê o prejuizo é somente dele. Não implica em qualquer agressão a meus interesses e muito menos a meu Direito de viver e prosperar pelo meu esforço ou sorte.
Claro que o paragrafo acima refere-se ao caso em que uma crença ou descrença alheia não impedem a minha, ou nada fazem para impedir que eu cultue o meu deus.
Ou seja se cada seguidor de um deus ou seguidor de uma das várias interpretações de um mesmo deus não almejar fazer da sua crença a "verdade" que todos devem se submeter, todos os crentes e descrentes podem viver em paz e hamonia.
No caso onde uma creça sincera ou não irá determinar como milhões de pessoas vão viver e se relacionar, a coisa é muito diferente.
Escolher uma SÚCIA que vai impor sua vontade a todos é muito diferente de escolher um deus ou versão divina que vou seguir.
Isto chama-se liberdade de expressão, para quem não sabe!
ResponderExcluirNota: Prezados, tenho consciência da minha pessoal ignorância. Somos todos ignorantes, com exceção dos prepotentes que acham que sabem de tudo. (podia dormir sem essa, heim?) Beijinho no machucado, então, pra dormir sem a dor da verdade. Fui!
ESSE FUI É BASTARDO, NÃO É O MEU...
ResponderExcluirOlha aí, Vanderlei, para você fundir a cabeça: “Por isso peço a Deus que ele me livre de Deus; pois meu ser essencial está acima de Deus na medida em que concebemos Deus como a origem das criaturas. (...) mas se eu não fosse, também Deus não seria; que Deus seja Deus, eu sou a causa para tanto; se eu não fosse, então Deus não seria Deus. (...) nessa descoberta me é compartilhado que eu e Deus somos um”.
ResponderExcluirEckhart
Abraço Valdemar
Ateu não existe!
ResponderExcluirSobre o rotulo de "ateu", citado, tenho que o mesmo é impróprio!
Pois acordo definição aceita geralmente ,etimologicamente, a palavra ateísmo se originou a partir do grego "atheos", que pode ser traduzido literalmente como "sem deus".
Então "ateu" seria sem Deus".
Sem o quê?
Se entendo bem, para ser ateu é preciso primeiro aceitar que existe algo ou alguém denominado Deus, e após recusar aceitar como dotado dos poderes a ele atribuidos.
Então "ateu" é alguém rotulado pejorativamente , por ter conceitos deste Deus diferenciados da maioria.
Ateu tem Deus, diferente...mas Deus!
paizote
Ateu não existe!
ResponderExcluirSobre o rotulo de "ateu", citado, tenho que o mesmo é impróprio!
Pois acordo definição aceita geralmente ,etimologicamente, a palavra ateísmo se originou a partir do grego "atheos", que pode ser traduzido literalmente como "sem deus".
Então "ateu" seria sem Deus".
Sem o quê?
Se entendo bem, para ser ateu é preciso primeiro aceitar que existe algo ou alguém denominado Deus, e após recusar aceitar como dotado dos poderes a ele atribuidos.
Então "ateu" é alguém rotulado pejorativamente , por ter conceitos deste Deus diferenciados da maioria.
Ateu tem Deus, diferente...mas Deus!
E não me refiro ao agnosticismo amplo e irrestrito!
Os hoje ,geralmente chamados "ateus" , estariam melhor definidos e mais corretamente, como teístas agnósticos (aqueles que acham que um Deus existe, mas não afirmam conhece-lo).
A-teu=sem-Deus...Sem o quê?
Ao admitir ser sem sem algo, pela lógica. antes reconheço a existência deste algo, para depois negar minha crença nas qualidades de...
Ateu não existe!
Paizote
OK PAIZOTE...
ExcluirTodos nós temos raízes telúricas.
São copiadas, imitadas e instruídas por nossos pais, vizinhos, parentes, padrinhos etc... e tal...
Viemos alguns, de escolas que haviam orações e hino nacional nos seus inícios de turno.
TODO MUNDO NASCE ATEU, depois que nascemos todos são religiosos.
EU ME TORNEI, ME FIZ COM CONVICÇÃO ATEU.
Eu não tenho essa porra de temente na velhice.
A moral é que todo mundo vai morrer.
Infelizmente são as tradições familiares que nos ensinam algo, a partir daí somos criados e educados pelo temor a Deus.
Parto da premissa que um DEUS não pode fazer duas coisas:
1 - JAMAIS FAZER OUTRO SER TÃO PODEROSO QUANTO ELE.
2 - JAMAIS PRODUZIR OU CRIA ALGO QUE NÃO POSSA LEVANTAR, OU EXTERMINAR.
Sempre achei, que se acreditarmos em demônios, não se pode crer em deus.
Eu não acredito em demônios, nem em deuses.
O grande avatar universal, é o próprio universo, em si e por si.
Nós somos amebas gigantes com DNA de apenas 1/4 da verdadeira.
Nós machucamos a natureza, o grande avatar do universo.
Minha oração de todos os dias é quando levanto, me olho no espelho e digo:
Bom dia, estou vivo.
Não existe fatalidades, apenas erros dos que se dizem humanos.
Deuses não produzem fatalidades, homens sim.
A natureza nos cobra sempre as faturas de nossos débitos com ela.
Ateus não possuem ideologias, mas sim filosofias.
Ateu, apesar de algumas definições, não é "SEM DEUS", SIGNIFICA "SEM DEUSES", PORQUE NA ÉPOCA ACREDITAVA-SE EM MUITOS DEUSES E SEMIDEUSES.
Criaram o termo agnóstico, eis a definição:
AGNÓSTICO é um homem que se acha em estado de gravidez, ou uma mulher meio grávida.
Não acredito em divindades e santidades.
Se o tal deus é onisciente, não precisa de lacaios para propagarem suas virtudes.
Nem vou citar filósofos famosos, pois você não gosta.
DEUS ESTÁ MORTO, Deus e outras crenças religiosas são invenções humanas, criadas para atender a várias necessidades psicológicas e emocionais.
Humanismo verdadeiro é aceitar a morte como a última prestação que a natureza nos cobra.
bom dia...
FUI, esse o verdadeiro...