Haroldo P. Barboza
Parece
título de filme de ficção.
Talvez no
futuro elaborem um filme. Ficção é imaginar que nosso podre
cenário político se renovará antes de 250 anos através de eleições infestadas
de ratazanas que cultivam a impunidade. Isto se a convulsão social não puder
ser contida com os factoides que iludem a população deliberadamente alienada.
Vejamos as
“esperanças” de mudanças que podemos ter dentro do quadro atual.
Teoricamente
as alterações fundamentais para recuperarmos a dignidade do povo seriam
redigidas pelo grupo legislativo federal. Tal grupo possui quase 600 elementos
oriundos de 35 corporações suspeitas chamadas de “partidos”. Nome
apropriado para a turma que “parte” nossa dignidade, “parte” nossas
oportunidades de crescimento, “parte” nossas esperanças, “reparte” nossa grana
entre eles. Só os impostos não são partidos (fracionados).
É possível
que uns 15 ou 30 frequentadores da “casa” tenham boas intenções para com seus
eleitores. Mas pelo fato de não se desligarem do grupo nem denunciarem
as maracutaias regularmente arquitetadas (muitas durante as madrugadas ou
durante festejos populares) que crescem ao lado de suas salas, acabam se
transformando em “inocentes úteis” para dar uma aparência de “honestidade” ao
fedorento local.
Então a
maior parte do povo (que acredita em urna-E sem recibo) imagina que numa nova
eleição será possível efetuar uma faxina para exterminar as ratazanas que
comprometem a saúde (orgânica, mental e financeira) da nação.
Sem
perceber os seguintes detalhes (breve resumo) deduzíveis:
- alguns
com a ficha encardida, saem. Mas com a grana acumulada depois de 30 anos
lesando nossos cofres, patrocinam seus herdeiros que manterão as
artimanhas de seus mentores distantes (nada de CPI) dos holofotes. E criarão
novas mutretas tendo aquelas como exemplo;
- novos
nomes ainda não relacionados (nenhuma coligação) às raposas esfomeadas, terão poucas
chances de serem eleitos por falta de verba e pelo temor dos eleitores de
que mais uma “quadrilha” esteja sendo montada. Se apenas 20 ou 30 jovens
conseguirem esta proeza, terão seus projetos
rejeitados pelo bando que não abre mão do poder tirano
através de suas canetas criminosas. Estes sonhadores jovens correm o risco de
reforçar o grupo de “inocentes úteis” que acabam sendo motivo de chacota dos mal-intencionados.
A NÃO SER QUE ...
... o novo
partido que os lança, dê uma CLARA demonstração de que está chegando ao tablado
para uma luta em prol da limpeza. E como ganhar a confiança da população
que já não mais acredita no velho discurso que começa com “se eu for eleito,
prometo blá-blá-blá”?
Com comprometimentos
anotados em cartório (disponíveis aos eleitores por meios eletrônicos) e
atitudes que possam ser conferidas por “balancetes” frequentes.
Seguem
apenas duas sugestões.
Como o
novo rumo tem como carro-chefe a eliminação das mordomias imorais atualmente
“legalizadas”, o regimento interno (RI) do novo partido deve conter os
seguintes compromissos a serem assinados pelos integrantes quando da
filiação ao novo partido:
Art 1 –
qualquer integrante de nosso partido, caso venha ocupar qualquer cargo eletivo,
abrirá mão de “complementos” salariais (disfarçados) do tipo: (*0*)
( *0* ) = a regra vale para qualquer
idade do “complemento” (antigo ou recém criado).
§1 – Sua
verba para contratar assessores, patrocinar eventos e adquirir artefatos será
reduzida em 75%.
$2 – Suas
viagens jamais serão efetuadas em aviões da FAB (nem outra entidade militar)
nem “emprestadas” por governadores amigos.
$3 – Caso
deixe de comparecer (*) ao seu
local de trabalho mais de 10 dias por ano, pedirá a renúncia de seu cargo.
(*) = sempre que a falta for
justificável, o motivo constará do “balancete” que ilustraremos a seguir.
$4 – Abrir
mão de 75% de “auxílios” (moradia, gasolina, selo postal, assemelhados).
$5 –
Enquanto estiver ocupando o cargo eletivo, matricular filhos em escola
pública de sua região de moradia ou adjacências.
Prezado
leitor: acrescente algo mais que seja viável.
Art 2 –
Caso o comando legislativo alegue que ninguém pode abrir mão do que está
“definido” (eles não querem que parceiros demonstrem que é possível exercer o
cargo sem estas verbas), isto será feito (e exibido no “balancete”) através de
cheques emitidos pelos comprometidos com a lisura (isto o comando da “casa” não
poderá impedir) que norteia nosso partido. Os valores de cada cheque ou
comprovante de transferência (BD de digitalizados de fácil acesso por meios
virtuais) serão destinados às instituições (diversos municípios) que há dezenas
de anos (**) prestam serviços úteis à
sociedade (SUIPA, ABBR, creches, abrigos, desabrigados, outras do gênero) e
atualmente NADA recebem do poder público.
(**) = isto evita que uma “nova”
ONG se torne “laranja” de algum esperto.
Art 3 –
Trimestralmente nosso partido editará um “balancete” (acesso por meio virtual) de fácil compreensão
para todas as camadas de eleitores. Qualquer estagiário elabora e alimenta este
BD.
Neste
documento (em forma de tabela) constarão:
nomes dos
doadores + quantidade de faltas dos parlamentares;
Itens
complementares de ganhos adicionais;
valores
destes itens;
valores
doados;
entidades
beneficiadas + CNPJ; (***)
códigos
dos documentos (para consulta ao BD digitalizado).
(***) = quatro adendos aqui:
- nenhuma
entidade poderá receber mais de 15% do montante acumulado que o benfeitor
reservou para as doações;
- nâo
poderá receber doações do mesmo benfeitor mais de seis vezes por ano;
- não
poderá receber doações de mais de 5 benfeitores no mesmo mês;
- fica
obrigada a exibir estas doações em seu site ou em sua página no facebook (quem
não tiver este espaço, que o crie. Não é caro) para conferirmos contra o
“balancete” do partido que abriga os benfeitores.
Art 4 –
Nas convenções que antecedem as eleições da época, cada candidato será
convidado a assinar documento (com firma reconhecida) concordando com os
artigos anteriores. Sem isto, seu nome não será homologado para a
disputa eleitoral. A mídia estará acompanhando a convenção.
$1 – Em
tendo assinado e não praticando o que aqui ficou acordado, será excluído
do partido e o povo será adequadamente informado (mídia pesada) sobre a prática
do “cidadão” que fere nossa ética comprometida com a transparência.
Se estes 4
“artigos” constarem do RI (fonte tamanho 16 negritado) de algum partido novo,
até eu passarei a orientar meus colegas (104, que como eu) estão propensos a
votar NULO (teoria dos alimentos vencidos).
E
posteriormente, passaremos aos nossos herdeiros a certeza (apesar daquele túnel
que abrigava luz lá no fundo ter desabado faz tempo) de que ainda temos onde
ancorar para seguir na luta (áspera) por um futuro digno numa trilha isenta de
ervas daninhas.
Vamos ver
quem realmente é coerente quando em busca de votos.
Nossa
sociedade é um colosso. Sobrevive no fundo do poço.
Título, Imagem
e Texto: Haroldo P. Barboza, Rio de
Janeiro, 2-9-2018
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