sexta-feira, 21 de setembro de 2018

[Aparecido rasga o verbo] Estatísticas

Aparecido Raimundo de Souza

“Vivemos em um mundo de estatísticas, como Dante em seu inferno particular”.
Flutônio de Alencar, um dos moradores da estação de trem em Barão de Cocais, MG.

NOSSOS FUTUROS PRESIDENCIÁVEIS, a bem da verdade, o correto seria nossos SERVENGONHÁVEIS ao cargo de Chefe Maior desta republiqueta de merda elevada ao quadrado (como é do saber geral, esses parasitas só estão de olho gordo nas benesses por debaixo das pocilgas palacianas). Os porvindouros ladrões visam chupar ou sugar nosso sangue, como as abelhas colhendo o néctar das flores. Numa apresentação sintética, esses bostas se constituem, sem exceção, sem tirar nem pôr, em meras estatísticas. Não importam os partidos que esses cânceres representam. Como o nome realça a palavra, e o faz de modo catastroficamente lurbeco, P-A-R-T-I-D-O, é porque, de fato, a cagada está faccionada, quebrada, despedaçada.

Nesse espaço sem saída, tudo o que é partido ou está partido, é porque não está inteiro. Se não está completo, qualquer babaca, logo perceberá, ou conseguirá concluir, por mais imbecilênico ou lerdaço da cachola que venha ser, concluirá que realmente a coisa manifestamente se digladiou patenteada, ou seja, quem está chegando agora, poderá arregalar os músculos faciais, brospiar a cara de abestalhado e exclamar: “Meu Deus, os partidos se manietaram espatifados”. Mergulhando de cabeça no ponto nevrálgico, temos a dizer que esses samexungas estão pensando apenas e não só pensando, sonhando com o PODER. O poder é tão enfático e dominante, que tira a vergonha, mancha a honra, contamina os princípios básicos que afluem de dentro de bom ânimo, energia que vêm ou pelo menos deveria vir de berço.

Daí, senhoras e senhores, a nossa insistência quase doentia, em batermos na tecla dos números. Ganhe quem ganhar, vença quem vencer, suba a rampa do chavascal Planalto quem subir (daremos aqui uma de Conselheiro Acácio, aquele personagem de Eça de Queirós, que se especializou em proclamar, aos quatro cantos do planeta, o óbvio ululante), nada fará nada criará. Dito de forma mais direta para que as damas e os cavalheiros entendam. O óbvio ululante é aquilo que está diante do nariz e da fuça de todos. Esse cagalhão salta aos espantos da raia miúda, como um elefante disfarçado de Lula dentro de um ônibus lotado em horário de rush. Estatísticas.

Nenhum desses malandros, ao sentar o rabo sujo no xinximbroso Planalto, terá por objetivo o conforto, o amparo, e o alívio comuns. Nenhum desses párias perseverá pela elevação da sociedade a um patamar que seja balsamizada ou lenitivada em prol de uma nação inteira. A um rincão sem nódoas, onde todos possam viver decentemente e com garbosidade. O que ocorre, na prática é simples de ser entendido. O sujeito que ganhar o Poder sentou a bunda, sentiu o cheiro da boa farra, que se foda a violência nas ruas, a segurança pública fragilizada, a polícia despreparada, a corrupção galopando no lombo de um Pégaso. No mesmo saco de mazelas, ele dirá baixinho aos colhões dentro de sua cueca. “que vá para os quintos, tudo o que possa vir a ser útil e aproveitável para esse clã de otários”. O futuro comandante não quer tomar conhecimento se o Zé Trouxa seguirá morrendo a mingua, ou se policiais em confrontos com bandidos verão o Altíssimo mais cedo, ou ainda, se as balas perdidas desses facínoras continuarão em apressurada busca por novas vítimas. Estatísticas.

Poder para esses mafiosos ignominiosos é o oposto da honestidade, o antagonismo da ética, o desafeiçoado da coragem, o rival do trabalho. A depravação, a venalidade, a deterioração, portanto, que progrida. E faça vida abundante a olhos vistos. Nessa aceleração que se entrelace e se perpetue. Quanto mais bandalheiras e patacoadas, embustes e muambas, melhor o resultado final. Linha idêntica, quanto mais falcatruas e molecagens, maior e agradável será o volume das “granas e bufunfas” entrando nos bolsos do futuro Mandachuva por debaixo dos panos. O povo sofrido, pisoteado, escorraçado, que vá para a puta que pariu. Os princípios morais das famílias, os chamados “esteios das sociedades constituídas”, que se afumentem. Mar de lama e podridão é o que não falta. 

Enquanto isso, no Castelo da Dinamarca, as desigualdades sociais se alastrarão, se propagarão e se difundirão como noticias de qualidades duvidosas. Que as barbáries criem, pois, raízes e levem a ralé sem eira nem beira para os buracos esgolios de além-túmulos. Que as crianças e jovens, a saúde e a educação, tudo amados leitores, tudo, indubitavelmente siga o mesmo trilhar da destruição que até agora se faz presente em nosso dia a dia. Abreviando a putaria que estamos e continuaremos a ver, de camarote, toda essa enxurrada de pequeninas facadas aqui e acolá, ora em nossas barrigas, ora em nossos corações, suportam cotidianamente os braços e os tentáculos de uma grandiosa e fumérica E-S-T-A-T-Í-S-T-I-C-A.

Pelo pequeno exposto concluímos que somos fórmulas para engordar estatísticas de uma malfadada estatística complexa. Estatística de números, números, números condexos. A cada dia, em progressão maior.  Números complexos. Nada mais que números condexos.  Não há sequer, dentre esses boçais que estão correndo, algum tipo não conhecido de mágica. Essas ilusões, amados, são velhas e de antiquados carnavais. Esses calhordas são argutos tão somente para proverem seus bolsos. Para darem “status” aos seus familiares. Haja coelhos saindo de cartolas. O resto, kikikikikiki, em repeteco, NADA MAIS É, OU NADA MAIS SERÁ QUE PURA E SIMPLES, SIMPLES E PURA ESTATÍSTICA. 
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. Da cidade de Barão de Cocais, nas Minas Gerais. 21-9-2018

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2 comentários:

  1. Gostaria de dizer que gostei demais do texto,especialmente a parte que diz; "Nenhum desses malandros, ao sentar o rabo sujo no xinximbroso Planalto, terá por objetivo o conforto, o amparo, e o alívio comuns".
    Mas ao constatar minha ignorância e apanhar vergonhosamewnte do "vocabŭlorum",como "xinxinbroso ",de outRos menos estranhos,reconheço apenas que concordo com a idéia. São todos iguais (os servengonháveis (?)) , ou não seria isto que se pretendia passar?
    PAIZOTE

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  2. PAIZOTE,
    boa noite.

    Fico imensamente feliz que tenha gostado dessa parte do texto. Na verdade, "nenhum desses malandros, ao sentar o rabo sujo no auspicioso ou suntuoso, ou ainda no magnificente Planalto, terá por objetivo o conforto, o amparo e o alívio comuns". Esses malandros, esses gúbios e bilópritos só tem uma coisa em comum: o poder. São como disse, no inicio da crônica, "servengonháveis". Um forte abraço. Aparecido Raimundo de Souza. Belo Horizonte Minas Gerais.

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