sábado, 8 de setembro de 2018

Lamento, mas vou BERRAR!

Cristina Miranda


O Presidente não quer que berremos por Venezuela. Diz que berrar é perigoso e pode pôr em risco os portugueses que lá vivem.  Como se já não estivessem há muito tempo no limite do perigo, a sobreviverem desgraçadamente no fio da navalha. Desculpem-me, mas sinto repúdio por estas declarações e por isso vou BERRAR minha indignação!

Não faltava mais nada! Logo ele que não se cala e fala e berra sobre o que deve e não deve, seja a comer na Pastelaria Suíça ou a nadar no rio, vestido ou de calças na mão. E  que por berrar pelos cotovelos sem ponderação nem responsabilidade,  em qualquer sítio em qualquer lugar a qualquer hora, já contribuiu para o caminho sem retorno do colapso financeiro deste país: ao desculpar os incompetentes no governo sempre que há desgraças; ao felicitar pelos “belos” défices martelados; ao elogiar a falsa diminuição do desemprego que não é mais do que o resultado do êxodo dos portugueses à procura de melhor vida lá fora; ao enaltecer os “excelentes” números económicos de umas míseras décimas; ao promover estas políticas de degradação social e económica com base na despesa sem controlo do Estado, aumentos de impostos, roubalheira descarada e cativações criminosas;  ao conotar de “sucesso” esta Geringonça com alicerces comunistas que já destruiu quatro anos de esforços coletivos!

Não se cala nunca, parece uma gralha,  mas silenciou de forma ensurdecedora sobre venezuelanos a morrerem de fome, sobre fazendeiros brancos a serem assassinados na África do Sul por racistas negros, sobre crianças a serem abusadas por padres, sobre cristãos e judeus a serem mortos, mulheres a serem estupradas e  famílias a chorarem a perda dos seus filhos por ataques de islamitas. Mas em contrapartida, quebrou o silêncio para nos informar que era preciso escancarar as fronteiras para receber massivamente jovens migrantes, sob estatuto de refugiados, que não fogem de guerra nenhuma. Por quê?

Também nos disse para não berrar por Pedrógão, não foi? quando denunciamos que era responsabilidade do Estado e não do clima, que havia gente sem receber ajudas, que o dinheiro fora desviado, que as mortes foram muitas mais, que ardia tudo propositadamente para receber fundos perdidos de Bruxelas e resolver problemas financeiros de Portugal.  Mandou-nos silenciar, acusando-nos de aproveitamento político para agora confirmamos que foi esse silêncio que permitiu tanta fraude, tanto saque e ocultação de factos por abuso de poder de gente sem escrúpulos. Pois é.

Querem o nosso silêncio à força, pois querem, porque o silêncio é o que mais convém aos ilusionistas populistas que vendem a todo o custo uma realidade que não existe para cativar eleitorado. Que fazem da farsa sua aliada na conquista do poder que almejam mais que tudo na vida e por isso mandam silenciar para não comprometer suas “gloriosas” caminhadas rumo à reeleição. Querem o silêncio porque esse, é a arma dos ditadores que não vêm com bons olhos quem se lhes opõe.

Mas eu não vou silenciar. Vou berrar, vou gritar, sempre que houver um populista a mandar silenciar as vozes que o incomodam. Entendido?
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias, 7-9-2018

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