segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Zé Dirceu — “Nós vamos tomar o poder!”

Péricles Capanema

O presidiário Dirceu e Haddad, escalado por Lula para disputar a presidência
“É questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”.

Aviso de José Dirceu, ganhar eleição é só caminho. Tomar o poder, questão de tempo e de fundo, o objetivo. E vão consegui-lo, garante, sob vários aspectos, o mais simbólico e importante líder do PT. “El Pais”, o jornal espanhol, publicou em 27 de setembro entrevista reveladora com Pedro Caroço (ou Daniel, ou Carlos Henrique) em que reconhece, continua ativo nos bastidores:

— Tenho 53 anos de direção política.

Lembrou ainda Zé Dirceu: Em 2013, eu era a peça principal do PT.
Pergunta o jornalista: E o que significa o senhor e Lula estarem presos?
— Não muda nada no Brasil.
— E para o PT? As duas principais cabeças do PT estarem presas não significa nada?
— Estão presas, mas não param de dirigir, de comandar.

Chefiar rumo a quais objetivos? O antigo guerrilheiro na entrevista mira as eleições de 7 e 28 de outubro. Mas ao distinguir claramente entre vencer uma eleição e apossar-se do poder, indica passo além, em verdade, a venezuelização do Brasil.

Ao esboçar objetivos últimos, açula mais uma vez a militância radicalizada, coisa que sempre tem em vista e sabe fazer. Adiantou aos seguidores, o partido avança para tomar o poder (“fui o principal dirigente do PT por quase duas décadas”, de novo recordando a autoridade para falar).

Na etapa de domínio totalitário do Estado, o Partido teria tarefas novas. Plasmaria a sociedade segundo modelo coletivista, ateu, igualitário. Com isso, moldaria mentalidades, talharia convicções, tentaria criar o homem novo da utopia marxista. Perpassam as ameaças (para nós, brasileiros, vítimas do experimento; para os petistas, sopa no mel) de Dirceu, seu bolchevismo de raiz, atavismo totalitário do qual o PT nunca se libertou.

Por que venezuelização do Brasil? Por ser atual. E sua atualidade provém de recentes promessas de Fernando Haddad. De um lado, procura amolecer a rejeição crescente mediante propostas analgésicas, com o que acena para o centro político, melhorando posição para o segundo turno. De olho também em partidários mais próximos, não abandonou o receituário clássico.

Mostrou veneno ali escondido, a Constituinte exclusiva, instrumento próprio para o Brasil se espatifar no abismo da Venezuela (ditadura, miséria extrema, Estado aparelhado, Exército e Judiciário domesticados, milícias matando opositores). Não para por aqui a catadupa de horrores: senadores norte-americanos de enorme relevo requereram que o governo de Washington ponha a Venezuela na lista do terror, de outro modo, seja considerada promotora do terror no mundo. E apresentaram provas para tal.

Volto ao candidato petista. Em Goiânia Haddad avisou, seu governo criará condições para a convocação de nova Constituinte, cobrança já antiga de setores extremados do PT e agora, lembrou o candidato, exigência também do aliado na chapa, o Partido Comunista do Brasil:

— Isso já foi mediado. Quando o PC do B passou a integrar a chapa, houve uma alteração no texto para criar as condições da convocação de uma assembleia [constituinte] exclusiva.

A nova Constituição, imposta na Venezuela em ambiente de intimidação e demagogia — aqui também será assim — foi o ponto de partida para a tirania chavista. O PC do B, partidário delirante do chavismo, com razão exigiu começar logo por aí. Em seus objetivos, será uma etapa do comunismo integral, sonho da organização, proclamado no capítulo I do Estatuto: O PC do B “guia-se pela teoria científica e revolucionária elaborada por Marx e Engels, desenvolvida por Lênin e outros revolucionários marxistas. Visa a conquista do poder político. Tem como objetivo superior o comunismo”.

O próprio Ciro Gomes, até há pouco em juras de amor com o PT, denunciou o caráter de violência institucional da proposta (golpe, em palavra posta na moda):

— Quem é que tem a faculdade de convocar uma Constituinte? Como fazê-la exclusiva? Quem tem essa atribuição? Ninguém tem, é violência institucional clara.

Violência institucional é outra palavra para golpe, repito. Sofreríamos golpe institucional facilitado por setores já domesticados do Judiciário, o que nos lançaria no inferno bolivariano. No momento, de que armas dispomos? Orações, reflexão, divulgação das ameaças que pesam sobre nós, voto.
Título, Imagens e Texto: Péricles Capanema, ABIM, 1-10-2018

Um comentário:

  1. Vejam prezados amigos até onde vai a arrogância e petulância destes petistas e seus inconvenientes aliados! Pensam que são os dominadores na política e ainda voltarão a ditar normas no nosso país, até então desgovernado. Em 2016, nas eleições municipais, sofreram um choque anafilático com a nomeação de apenas dois candidatos petistas, o que arrefeceu-lhes a presunção e o orgulho. Mas, superada aquela acachapante derrota, estão de novo botando as unhinhas de fora! É preciso os eleitores repetirem aquela receita de 2016, com mais ênfase até, para cortar o mal pela raiz! Como faço em todas as eleições, mais uma vez exorto aos eleitores para não desperdiçarem seus preciosos votos, o que tem proporcionado a estas decadentes gestõe se perpetuarem no poder! Não posso aceitar que a cada nova eleição, de 30 a 40 milhões de votos sejam jogados na lixeira! Cada um eleitor que se esquiva de votar, pensa que o seu voto anulado não fará diferença na contagem final das eleições! Todos que anulam votos ou não comparecem as urnas, somados, atingem este absurdo de milhões de votos ineficientes, que poderiam dar uma nova direção no remo que conduz a embarcação brasileira!...
    Almir Papalardo.

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