sexta-feira, 15 de março de 2019

[Aparecido rasga o verbo] Se as figuras do jornalista e da imprensa não existissem... quem as haveriam de substituir?!

Aparecido Raimundo de Souza

ESTÃO TENTANDO CALAR A BOCA DA IMPRENSA. Estão tentando embuchar, silenciar, encapotar, gelar, embarafustar sua voz. Seus atos e ações.  A imprensa, caros amigos leitores, perturba, apavora, melindra, mostra a verdade, e bolina com a máfia, notadamente com a máfia organizada.

A imprensa é vista com maus olhos. É vista, sobretudo, como abelhuda, fofoqueira, intrometida e curiosa pelos nossos representantes do Congresso, da Câmara, e outros pardieiros existentes no Grande Avião Pousado.

A imprensa mostra as sujeiras dos nossos deputados, as imundícies dos nossos senadores, bem ainda as chafurdas e os estercos do nosso presidente. A imprensa mostra a verdade que os Poderosos querem esconder a todo custo.

A imprensa abespinha, aborrece, exaspera, magoa, escandaliza com tudo o que está errado e traz à tona a sujeira, a podridão, a putaria e as sacanagens destes crápulas. Em outras palavras: faz a merda feder. E fede. E fedendo, se espalha.

Os senhores sabem que espalhando, ou se propagando, a catinga, a morrinha, a inhaca cheira mal. Timothy Snyder, jornalista, escritor, historiador e professor norte-americano da Universidade Yale, no momento um dos mais respeitados historiadores dos EUA, em seu novo livro “The Road To Unfreedom” vem em nosso socorro. E chega, a bem da verdade, numa boa hora.

O trabalho acima citado, de fôlego, foi publicado pela “Editora Crown Publishing Group”, ainda não disponível em língua portuguesa, cuja tradução livre seria mais ou menos “O Caminho Para a Falta de Liberdade”.

Este lindo opúsculo trás à luz de sua farta experiência uma pergunta capciosa a seus leitores ao redor do planeta: “por que o mundo está se tornando menos democrático?”.

O autor de outras obras de peso, como “Terra Negra: O Holocausto” e “Terras de Sangue – A Europa Entre Hitler e Stalin” analisa friamente ações de governos e grupos de influência para amofinar, afligir, aperrear, enfadar e mortificar a democracia, partindo de eventos que começaram na Rússia e na Ucrânia e se espalharam pelo mundo nas últimas décadas.

A coisa mais importante que está acontecendo na política – esclarece Snyder – “é que o futuro foi morto. Ninguém fala sobre ele. Todos falam sobre um passado mítico que nunca aconteceu ou sobre algum tipo de crise real, imaginária ou fictícia – que está no presente – assevera o escritor em entrevista aos jornais ‘O Globo e Estadão’”.

O livro de Snyder é dedicado a todos os segmentos, com ênfase para os repórteres, já que para ele, qualquer oportunidade de reverter tendência, como desigualdade, corrupção ou aquecimento global, depende do trabalho de seres humanos reais para descobrir coisas e escrever sobre elas.  

O autor bate o pé, bota a boca no trombone, mostra a cara e esbraveja seguro do que diz: “não há substituto para o jornalismo. Como os médicos nos ajudam a descobrir a verdade”.

Nesta ótica, afiança, atesta e autentica a sua linha de conduta advertindo: “assim como a saúde, a verdade é importante, sem a qual não podemos funcionar na esfera pública em uma sociedade democrática”.

Em resumo, caros amigos leitores, Timothy termina a sua fala observando que “as pessoas que estão tentando buscar a verdade, são heróis”. De fato, são mesmo.  Os senhores concordam? 
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Suzano, região metropolitana de São Paulo. 15-3-2019

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2 comentários:

  1. Li e reli a coluna do Aparecido.
    Outros Jornalistas discordam dessa vitimização da imprensa brasileira. Eu sou um deles.
    A imprensa brasileira (com os jornalistas de exceção), aliás, o fenômeno é internacional, está a serviço de uma ideologia/agenda politico-ideológica^.

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    1. Em 10 anos, a função de comentaristas, editais, e figuras expressivas da imprensa perderão empregos para oficinas de marketing nos jornais.
      Teremos muitos repórteres localizados com faz as TVs em seus telejornais. Osas grandes editoras vão transformar livros de papel em livros digitalizados, para baixar online. Há 15 anos atrás comprava-se CDs e DVDs por preços de até 50 dólares. Hoje você faz downloads por menos de 3 dólares. Assinaturas de jornais de custos exorbitantes hoje de custo de poucos dólares mensais. Os jornais brasileiros na maioria oferecem por 1,90 reais por mês. Pouco a pouco os jornais e revistas ideológicos estão morrendo. As crônicas cada vez em menor quantidade.
      E para finalizar descartar o papel é tecnologicamente ecológico perfeito.
      Pelo jeito as mídias digitais são futurísticas. Jornal é igual Radio AM só serve para as comunidades, pasquins de periferia.
      fui...

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