A vida por si só é uma
aventura, é puro movimento que integra o passado, o presente e o futuro numa
duração ininterrupta. Ela nos proporciona acontecimentos mil em sua progressão.
Em seu desenrolar presenciamos coisas inusitadas, sempre coisas novas.
Não ficamos estagnados na
mesmice da vida. Os dias e anos que se sucedem são irrepetíveis, sempre outros
e a nos oferecer novidades. E isso nos faz pensar e indagar: o que vale a pena
aproveitar nessa aventura da vida? Talvez, não questionar seu sentido, pois ela
não tem pretensões finalistas, mas um simples desenrolar de si mesma.
Querer que ela atenda a algum
capricho nosso é querer tirar-lhe a liberdade de seu simples desenrolar e
querer imprimir-lhe algum rumo a nosso favor. Ela não se presta a ser submissa,
é pura liberdade.
Assim, devo ter em mente:
estou aqui para viver e basta sentir isso, comungando de sua liberdade. Para
onde ela me leva não importa. Importa avançar com ela e construir um mundo belo
ao meu redor.
Pois é... VIVER! Que coisa
enigmática! Para uns uma aventura fantástica! Para outros uma aventura
angustiante! Fantástica quando se aceita e não se receia o porvir, sabendo
levar somente o necessário útil de carga para esta aventura.
Querer acumular muitos
penduricalhos de todos os tipos (metafísicos, dependência de crendices
supersticiosas, materialidade supérflua) ao longo dessa aventura não nos dá
condições de curtir a beleza da aventura. Quanto mais leves de espírito, mais
prazerosa a aventura. E o que nos torna leves? Pesar a vida com a balança do
pensamento: pensar a vida.
O que é isso, vida? Ao
penetrá-la com o pensamento ela nos possui por inteiro e então compreendemos o
que é viver, nos dá mais coragem de enfrentar o que der e vier e,
concomitantemente, sentimos uma grata satisfação.
O nosso mal é não pensá-la e,
quando muito, achar que ela deve se prestar a satisfazer nossos caprichos
infindos que resultam numa aventura entediante.
Pensar, pois, é penetrar a
vida em seu sentido mais íntimo, destituída dos empecilhos que a torna pesada e
angustiante. Pensar a vida nos desintoxica a alma do supérfluo da dependência
mundana que impede a bela aventura de viver.
Não é fácil o puro pensar,
pois nos obriga mais a ser do que a ter, propiciado pela tecnologia que nos
engolfa na materialidade. O filósofo Heidegger afirma: “O que é mais instigante
nestes tempos instigantes é que ainda não estamos pensando”... O que quer dizer
pensar é algo que se revela quando nós mesmos pensamos… para sermos bem-sucedidos
é preciso que nos disponhamos a aprender a pensar.”
Temos vida, e esta será
enriquecida se exercitarmos a arte de pensar quando se dará a compreensão de
como melhor vivê-la, qual carga necessária a ser levada nessa aventura da vida.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 7-3-2019
Colunas anteriores:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-