Cristina Miranda
Descobri que sou um “perigo
social”. Uma ameaça a esta sociedade que se diz “progressista”,
mas que nada fez senão regredir à sua forma mais primitiva. Ser antifeminista,
branca, heterossexual, antimarxista, antidrogas, pró-vida e do povo,
transforma-me num alvo a “abater”. Porquê? Ora, porque faço parte da maioria e
hoje as maiorias são para aniquilar.
Não se pode ser antifeminista
mesmo sendo mulher. Não pode. Porque as mulheres têm de ser feministas custe o
que custar, porque se não o forem são contra as mulheres (ah! ah! ah!).
Acontece que não sou feminista precisamente porque defendo a liberdade
e igualdade para todos os indivíduos e por isso não posso
estar do lado de quem reivindica liberdade para as mulheres sonegando as
liberdades aos homens, de quem hoje transformou uma luta por direitos numa
espécie de “luta de classes” pela supremacia feminina. E não, não devo a
minha liberdade às feministas. Devo-o às Mulheres corajosas que um dia
resolveram lutar pelos seus direitos humanos como se luta pelos direitos das
crianças, negros, cristãos e tantos outros e a quem alguém chamou de
“feminismo” como se lutar por direitos fosse um exclusivo feminino. Devo-o a
mim que com a minha determinação nunca baixei os braços na conquista dos meus
ideais e por mérito cheguei onde quis.
Também sou branca o que é
grave. Porque os brancos são a razão de todos os males no planeta. São os que
discriminaram, os que escravizaram, os que dominaram. As minorias são puras,
castas e “coitadinhos”. Nunca fizeram mal a alguém. Deve ser por isso,
quando em maioria, como na África do Sul, andam a chacinar brancos; na Nigéria
o Boko Haram persegue cristãos e escraviza meninas e por cá, quando são negros
a arrancar um punhado de cabelos a uma rapariga branca numa luta violenta por
razões fúteis, nenhum SOS Racismo se importa com isso. Ah! E a
palavra “slave” vem de eslavo, da etnia eslava da Europa de Leste que foi
escravizada por muçulmanos. Pois.
Ser heterossexual também é
pecado porque é “anti natura”. Dizem eles. Se nascemos “sem género” o
“normal” é nos amarmos todos uns aos outros sem tabus, mulher com mulher, homem
com homem, crianças com adultos, irmãos com irmãs, pais com filhos. Amor tem de
ser vivido sem restrições impostas pela sociedade (???). Em liberdade
absoluta. Que o digam os defensores da Ideologia de Género que já se ensina nas
escolas aos meninos da primária.
Ser antimarxista, também não
pode. Esta ideologia que matou milhões de inocentes para impor-se e mesmo assim
não conseguiu vingar, infiltrou-se na sociedade com o revisionismo de
Gramsci, promovendo a inversão dos valores sociais: os
professores são agredidos pelos pais a soco e pontapés quando chamam a atenção
a miúdos indisciplinados; os polícias são recebidos à pedrada e conotados de
racistas quando são chamados a intervir em rixas de moradores; os
professores são estimulados a passar alunos com 7 negativas e o superior
a deixar entrar com média negativa para dar a hipótese de todos
serem “dótores”; às crianças de 5 anos é-lhes ensinado que não há sexos e podem
ser o que quiserem (homem, mulher, trans, e por aí fora); ao homem é-lhe dito
que por ser homem é opressor e tem de lhe ser retirado direitos. E tantas
outras parvoíces marxistas. Não defender isto é ser “fascista de
extrema-direita”.
Ser antidrogas? Ui! Essa então
é fatal. Então onde já se viu proibir a liberdade individual de cada um se
drogar à vontadinha, em espaços públicos e com apoio do Estado? Isso é
“ditadura”, dizem eles. Promover uma sociedade limpa de estupefacientes que
aliena as pessoas é coisa de “conservadores extremistas”.
Ser pró-vida é ainda pior
mesmo numa sociedade que tem pílulas para tudo até para o dia seguinte e
camisinhas de borla. Os abortos são um “direito anticoncepcional” onde
cada indivíduo tem o poder de decidir se mata ou não uma criança porque ela
cresce no seu corpo. É propriedade sua. Dizem. Por isso considera-se normal que
haja adolescentes já com 12 abortos no currículo e leis que permitem matar
bebés à nascença. Tudo “normal” em nome do progressismo para depois se defender
que é preciso bebés estrangeiros para aumentar a natalidade (Ah! Grande George
Soros!).
E ser do povo? Oh que
tragédia! Escrever nos mais conceituados
blogues existentes e ter milhares de seguidores por conseguir através da
minha escrita chegar a toda a gente, sem excepção, horroriza a
classe intelectual que não me perdoa por tamanho “atrevimento” e que se acha
dona e senhora destes espaços ridicularizando ou menosprezando todos aqueles
que escrevem e pensam de forma mais popular. Uma blasfêmia, portanto.
Sou mesmo um “perigo social”.
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias,
4-3-3019
"TENHO AMOR INCONDICIONAL AOS PERIGOS SOCIAIS."
ResponderExcluirFUI...
"Eu também".
ExcluirContinuo por aqui...
DOIS, está ficando bom.
ExcluirA moça que embarcou em Lima, na 25G, falou para o ser humano que a acompanhava, cujo gênero não consegui determinar, em voz suficientemente audível: Velho ouriçado, hein!
ExcluirCom esses atributos, vale ouro.
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