Donald Trump notificou o Congresso
norte-americano da sua intenção de declarar o Brasil como um aliado militar
estratégico dos EUA fora da NATO e poderá conceder esse estatuto a partir de 7
de junho
O Presidente norte-americano iniciou
na quarta-feira o processo de declarar o Brasil como um aliado militar
estratégico dos EUA fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO),
através de uma notificação ao Congresso.
Trump já havia adiantado que pretendia
conceder essa vantagem ao Brasil durante a visita à Casa Branca, em março, do
seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, e nesta quarta-feira notificou o
Congresso norte-americano da sua intenção, de forma a aprofundar a cooperação
entre os dois países na área da defesa.
“Alerto-vos da minha intenção de
designar o Brasil como aliado militar estratégico fora da NATO”, disse o
Presidente, numa carta enviada ao Congresso.
“Farei essa designação como um sinal
de reconhecimento dos recentes compromissos do Governo do Brasil de aumentar a
cooperação de defesa com os Estados Unidos, e consciente do nosso próprio
interesse nacional em aprofundar a nossa cooperação de defesa com o Brasil”,
acrescentou Trump na breve mensagem.
De acordo com a lei dos EUA, o chefe
de Estado deve notificar o Congresso pelo menos 30 dias antes de designar um
país como um aliado militar estratégico fora da NATO.
Dessa forma, tecnicamente, Trump
poderá conceder esse estatuto especial ao Brasil a partir de 07 de junho.
O Brasil irá tornar-se assim no
segundo país latino-americano, depois da Argentina, e o décimo oitavo do mundo
a obter o posto de aliado militar estratégico dos Estados Unidos fora da NATO.
Essa denominação abre as portas para a
entrega de artigos de defesa excedentes e à organização de manobras conjuntas
com os Estados Unidos.
Quando recebeu Bolsonaro em março,
Trump falou de uma negociação para a entrada do Brasil na NATO, embora tenha
dito que “teria que conversar com muita gente” para conseguir a entrada do país
sul-americano na Aliança Atlântica.
Na mensagem desta quarta-feira, Trump
mostrou que decidiu, pelo menos por agora, limitar-se a conceder esse estatuto
especial ao Brasil, um país cujo novo líder já confessou sentir admiração por
Donald Trump.
O Presidente dos EUA também apoiou a
campanha do Brasil para se juntar à Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE), considerado o clube dos países ricos, um
processo que pode demorar anos, mas que Bolsonaro pretende agilizar com o apoio
formal dos Estados Unidos.
A embaixada norte-americana no Brasil
divulgou, na quarta-feira, no Twitter, uma nota que confirma que os EUA apoiam
a adesão do Brasil como membro pleno da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Os EUA apoiam o Brasil a iniciar o
processo de adesão para se tornarem membro pleno da OCDE. Conforme declaração
conjunta de Donald Trump e Jair Bolsonaro, acolhemos do Brasil reformas
econômicas, melhores práticas e uma estrutura regulatória conforme os padrões
da OCDE”, escreveu a embaixada norte-americana no Brasil, na rede social
Twitter.
Título e Texto: Agência Lusa, Observador,
9-5-2029
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