No jornal “O Globo”, de 24 de maio de 2019, assinada por Bárbara Nóbrega (presumo que seja jornalista) e Reuters (agência internacional de
notícias, presumo que constituída por jornalistas):
'Se sentir que o presidente não quer a
reforma, pego avião e vou morar lá fora', afirma Paulo Guedes.
Em entrevista à 'Veja',
ministro diz que reforma pouco robusta será só 'remendo' e alertou que Brasil
pode quebrar já em 2020
Eis um parágrafo da matéria de
O Globo:
“De acordo com a publicação,
Guedes afirmou que o presidente Jair
Bolsonaro está totalmente empenhado em aprovar a reforma nos moldes em que o
projeto foi enviado pelo governo ao Congresso, com expectativa de economia
de até R$ 1,2 trilhão nos próximos dez anos.”
Paulo Guedes diz que renunciará se Previdência virar ‘reforminha’
Em entrevista exclusiva a VEJA,
ministro adverte que, sem a correção, o país 'vai pegar fogo' e poderá quebrar
em 2020
Por Thiago Bronzatto
O
ministro da Economia, Paulo Guedes, garante que o
presidente Jair Bolsonaro está totalmente empenhado em aprovar a
reforma da Previdência nos moldes em que o projeto foi enviado pelo governo ao
Congresso. A proposta prevê mudanças que gerariam uma economia de até
1,2 trilhão de reais aos cofres públicos nos próximos dez anos. É, de acordo
com a equipe econômica, a senha para o Brasil deixar a crise de lado e
impulsionar o crescimento. O contrário disso seria o caos, que pode, segundo o
ministro, ocorrer já em 2020.
Guedes, em entrevista
exclusiva a VEJA, é muito claro: se houver uma mudança muito radical na
proposta original da reforma, se aprovarem,
como alguns defendem, uma espécie de remendo chamado jocosamente de
“reforminha”, ele renunciará ao cargo. “Pego um avião e vou morar lá
fora”, avisa. “Já tenho idade para me aposentar.” A seguir, os principais
trechos da entrevista, em que o ministro também fala de política, de suas
relações com o presidente Bolsonaro e do desempenho do governo, ao qual concede
nota 7,5.
Sobre a possibilidade de uma
versão desidratada da reforma, Guedes é incisivo: “Se os parlamentares aprovarem algo que represente uma economia menor
que 800 bilhões de reais, não há a menor possibilidade de lançar uma nova
Previdência. Estaríamos só remendando a velha.
REFORMINHA, NÃO
O ministro sempre
insistiu que a reforma da Previdência precisa gerar uma economia de, no mínimo,
1 trilhão de reais nos próximos dez anos. Diante das dificuldades de aprovação
no Congresso, Guedes reconhece que há uma margem de negociação, que pode no
máximo ir a 800 bilhões de reais. Menos que isso, será um remendo, incapaz de
resolver o rombo das contas públicas
“Se os parlamentares
aprovarem algo que represente uma economia menor que 800 bilhões de reais, não
há a menor possibilidade de lançar uma nova Previdência. Estaríamos só
remendando a velha. Não adianta dizer que é melhor assim, que assim não machuca
ninguém, que é uma mudança levinha, que vai garantir os quatro anos do
presidente e a sua eventual reeleição. Também não adianta quando o Paulinho (da
Força, deputado federal do Solidariedade) fala assim: ‘Vamos fazer uma reforma
pequenininha para o presidente não ficar’. Paulinho estava falando o que muitos
pensam. Ou seja, ele sabe que a reforma da Previdência vai resultar em
prosperidade ao Brasil e que o presidente Bolsonaro pode se beneficiar
politicamente disso. Eu até usei essa declaração dele numa conversa com o
presidente. Disse assim: ‘Presidente, uma reforminha dói pouco, mas ela
interessa aos seus opositores’. Ele compreendeu.”
REELEIÇÃO
No Congresso, de fato,
há muitos parlamentares que pensam como o deputado Paulinho da Força. Aprovar a
reforma da Previdência da maneira como defende a equipe econômica daria ao
presidente amplas condições de governabilidade, abrindo a sempre tentadora
vontade de sucessivas reeleições — embora Bolsonaro já tenha se mostrado
contrário a essa ideia
“Durante a campanha, eu e o presidente
conversamos muito sobre isso. Ele chegou a falar várias vezes que não tem
apego. Repete até hoje: ‘Eu não tenho apego à reeleição’. Mas o problema não é
propriamente a reeleição — é o dirigismo. Se você combater o dirigismo, uma
reeleição não é tão nociva assim. Nos Estados Unidos, tem reeleição, porque lá
a economia não é estatizada. Bolsonaro, porém, faz uma ressalva. Ele não tem
apego ao cargo em si, não pensa em reeleição, mas há um ponto a ser
considerado. A posição dele é a seguinte: ‘Se nós estivermos, no meu mandato,
longe da situação da Venezuela, eu posso até abrir mão. Agora, se tiver alguma
ameaça de acontecer aqui o que se passa lá, estou aqui para servir à população
brasileira’.”
SAÍDA DO GOVERNO
No ano passado, Paulo
Guedes pensou em não assumir o cargo. Agora, diz que deixará o governo se a
reforma da Previdência não for aprovada ou mesmo caso ela saia do papel
mutilada, com economia inferior a 800 bilhões de reais
“Deixa eu te falar um negócio
que é importante. Eu não sou irresponsável. Eu não sou inconsequente. Ah, não
aprovou a reforma, vou embora no dia seguinte. Não existe isso. Agora, posso
perfeitamente dizer assim: ‘Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não
estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar
problemas, mas não dá para permanecer no cargo’. Se só eu quero a reforma, vou
embora para casa. Se eu sentir que o presidente não quer a reforma, a mídia está a fim só de bagunçar, a oposição quer
tumultuar, explodir e correr o risco de ter um confronto sério… pego o avião e vou morar
lá fora.”
"Filhadaputice" é o adjetivo correto!
ResponderExcluirCopiei do Twitter:
ResponderExcluir"A imprensa brasileira querendo jogar Paulo Guedes contra Bolsonaro chega a ser ridículo. Para os jornalistas não importa que o Brasil vire uma Venezuela desde que eles consigam derrubar Bolsonaro. Esse é o padrão do nosso jornalismo."