domingo, 22 de dezembro de 2019

[As danações de Carina] O que sabemos sobre sexo pervertido e outras anomalias? – Parte Um

Carina Bratt

Leio na Internet uma matéria de cunho interessante, todavia, vazia, ou pouco esclarecedora sobre o sexo nefando, ou sexo degenerado. Em outras palavras, o texto se prende mais a detalhes insignificantes que propriamente ao sexo marginal em si. Vou trazer a vocês, que me seguem, a minha visão pessoal do que entendi sobre a referida reportagem. O sexo anormal seria, ou melhor, é o famoso sexo promíscuo. Como tal, se constitui, para nós, mulheres na zona escondida ou naquilo que chamamos ou conhecemos por comportamento erótico acima de qualquer suspeita.


A maioria das minhas amigas leitoras concordaria, tenho certeza, que a cópula (coabitação sexual entre um casal) é perfeitamente normal e que a necrofilia (sexo praticado com cadáveres) nada mais é que um distúrbio, ou uma licenciosidade estupidamente sórdida. Nesse ponto nevrálgico, como no caso do voyeurismo e do exibicionismo, existe uma região neblinada entre dois extremos.

O sexo desguaritado habita exatamente nessa região. O que é considerado normal, ou avacalhado numa determinada época e lugar depende muito da moda. O homossexualismo é um protótipo típico disso. Outras práticas sexuais fora dos padrões legais, podem ser normais ou indignas, dependendo do grau em que são praticadas, tipo assim, se são cultivadas de leve e ocasionalmente, não representam perigo, mas se extremadas e constantes, se tornam prejudiciais. 

É o que acontece com o voyeurismo. Nesse ponto, uma outra distinção pode ser feita. Todos os estilos sexuais conhecidos da ciência e discutidos pelas tevês e canais das redes sociais, são motivados por estímulos claramente sexuais. Quando se chega à região sombria do sexo “podre” ou sexo pervertido, se encontram cada vez mais causas não-sexuais para as atividades meramente sexuais.

O que é considerado sexy tem mais a ver com as associações particulares de cada um do que com um condicionamento cultural geral. Evidentemente esse tipo de incentivo muito pessoal faz parte de todo relacionamento sexual normal, ou seja, é o que torna o sexo diferente com pessoas de personalidades as mais diversificadas. Vejamos aqui, alguns dos deslocamentos sexuais mais graduados. Esses prazeres, caras leitoras, não são para qualquer uma. Surgem dos frutos exóticos do sexo deselegante.

Em alguns casos parecem corriqueiros, enquanto outros exemplos são decididamente considerados fora dos padrões que trazemos de berço. Vejamos, nesse pé, o FETICHISMO. Esse é o tipo mais comum de sexo fora do considerado padrão legal. Ele é tão popular que muita gente não o considera maligno. O fetichista é uma criatura que recebe estimulação sexual de algum traço sexual ou não de outras pessoas, ou de alguns objetos.

Em geral, o que excita esse tipo de gente é o cabelo, os pés, os sapatos, ou determinadas roupas, embora a lista de objetos de fetiche seja praticamente infinita. Algumas de nós gostam de fazer amor com um homem parcialmente vestido. Outras se amarram em apanhar. Em oposto, alguns varões amam, de paixão, ir para a cama com uma mulher que use botas, que se fantasie de enfermeira, de babá, de doméstica, de médica, que use sapatos e, para apimentar a transa, não pode faltar um chicotinho (lembram da Tiazinha?!) para açoites os mais contundentes durante a praticidade do coito.

Nessa fuzarca, a parafilia mais comum está ligada aos CABELOS. Desde tempos remotos, os cabelos exerceram um papel importante na emulação sexual. A história de Sansão faz dos cabelos, principalmente os longos, o símbolo, chegando mesmo, até a fonte da virilidade. Ao longo do correr dos tempos, as mulheres foram obrigadas a cobrir a cabeça em público. Até recentemente se observava o costume das senhoras da sociedade usarem chapéus e lenços dentro das igrejas, baseado na crença de que, ao tapar os cabelos, elas evitariam despertar pensamentos lúbricos ou maldosos nos cavalheiros presentes.

Outras religiões, como a ortodoxa judaica, forçava a mulher a zerar a cabeça depois do casamento para privá-la dos meios de seduzir outros homens, chegando às raias do amantismo. Nesse balaio de gatos miando desesperadamente, chegamos aos pelos pubianos. Eles marcam uma conotação sexual ainda mais específica. Uma lenda árabe citada no livro da escritora Nawal El Saadawi conta que ‘quando   a rainha de Sabá visitou o rei Salomão, este se recusou para ir para a alcova com ela enquanto a dita maravilha não raspasse todos os pelos pubianos’.

E mais adiante, explica: ‘Por outro lado, entre certos povos orientais, é sinal de má sorte um sujeito se deitar com uma fêmea que os raspou de cabo a rabo’. As diferentes atitudes, segundo os ensinamentos de Nawal, continuam em evidência até hoje. ‘1) Alguns machos gostam de ver e de se sentirem arranhados pelos tais pelinhos. 2) Outros mais afoitos, preferem a visão benfazeja seguida das cócegas de ver diante dos olhos uma racha desbastada ou corriqueiramente falando, de um púbis piloso’. 

Existe ainda, no pensar de Laura Fonseca, em seu livro “Luarices por uma vida com menos surtos e dramas”, ‘uma corrente de engraçadinhos que pode pedir à mulher que deixe a mata em forma de coração ou de triângulo’.

E arremata, quase ao final de seu trabalho: ‘Lembro as beldades do belo sexo, que se faz necessário assimilar que depois de raspar à entrada da caverna, pôr algum tempo uma coceira (de certa forma até gostosa e agradável) entrará em cena quando eles voltarem a crescer’.

No geral, nós mulheres, tendemos a não nos preocuparmos com os desconfortos dos pelos dos nossos companheiros. Contudo, a maioria demonstra a preferência nacional bem definida por essa região, prevalecendo o caminho da coisa raspada.   A sexóloga Laura, dessa vez, a conhecidíssima Laura Müller, apregoa que ‘os homens muito peludos não são mais sexuados ou potentes do que os pouco peludos’.

‘A diferença – completa ela em seu livro “Sexo para adultos” ‘é simplesmente genética. Ainda assim, por alguma razão, a mulherada se sente atraída por homens com peitos e costas peludas, enquanto outras os julgam pouco atraentes. O que é viril para algumas, se torna animalesco para outras’.

Em resumo, ao nível da pura sensação física, ocorre igual conceito: certas mulheres gostam de sentir a textura áspera dos pelos masculinos roçando seus corpos nus durante a relação sexual, enquanto uma minoria alimenta uma queda suave, quase perene da pele contra a pele. Nas nossas próximas “Danações” (ainda discorrendo sobre o que li na Internet), trarei à dança, alguma coisa sobre o CHEIRO. Seria ele um fetiche igual ou pior que os cabelos? Sim ou não?! Amigas leitoras, esperem até domingo que vem. 
Título e Texto: Carina Bratt, de Sertãozinho (Ribeirão Preto), interior de São Paulo. 22-12-2019   

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2 comentários:

  1. Ca, muito interessante esse seu artigo falando sobre sexo pervertido e outras anomalias. Tenho certeza que, assim como eu, aos 66 anos (embora pensasse conhecer tudo), vejo, agora, que nada sei. Suas leitoras certamente adorarão ler as próximas sequências, levando em conta o carinho, a dedicação e sobretudo o trabalho de fôlego realizado em pesquisas, trabalho esse que você faz com tanto esmero para que cada novo texto venha repleto de curiosidades e nos brinde com a magia encantativa da sua versatilidade ímpar. Seu fã incondicional.
    de Vila Velha, no Espírito Santo, Aparecido Raimundo de Souza.

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  2. Poe vezes fico a pensar se o tal de encantamento por sexo fosse só quando a mulher estivesse no CIO, assim como acontece com os animais. Quando a dita cuja estivesse no CIO, os homens não iriam trabalhar, comprariam armas para proteger suas casas. Eu considero sexo "ESGOTAL" mais comumente chamado de ANAL uma anomalia. , mas infelizmente gosto é gosto e tem gente que gosta de MERDA. Isso é perversão. Quando você se apaixona é você que faz um contrato de fiel depositário, se o outro não cumpre, azar o seu, mas o apaixonado pensa justamente o contrário.
    fui...

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