terça-feira, 24 de março de 2020

[Aparecido rasga o verbo] Nesse vai e vem das marés de sizígias...

Aparecido Raimundo de Souza

O MÉDICO DRÁUZIO VARELLA querendo dar uma de jornalista, provou da sua própria insensatez. Como assim?! Os senhores devem estar lembrados da entrevista feita por ele com um criminoso de nome Rafael Tadeu de Oliveira dos Santos, passado ou mudado, a depois, em face da sua sexualidade, para Suzy de Oliveira.

Essa infâmia engranzada de homem e mocinha virgem, ao mesmo tempo, nos idos de 2010, exatamente numa segunda-feira do mês de maio, estuprou e matou por estrangulamento Fábio dos Santos Lemos, um garoto de 9 anos de idade (hoje teria 19) que morava na Rua Santa Catarina, nº 34, no bairro União de Vila Nova, ao lado da residência do seu algoz, ou mais precisamente, duas casas abaixo, esta, no número 52.

Antes dessa barbárie, esse filho da puta abusou de um sobrinho seu, e, de um outro infante, quando trabalhava numa padaria, na mesma localidade. Condenado a 36 anos, e oito meses de reclusão, em regime fechado, esse verme, além de pedófilo declarado, e estuprador inveterado, desde então, passou a residir em sua nova e confortável mansão, a  maravilhosa Penitenciária José Parada Neto, localizada no bairro Várzea do Planalto, em Guarulhos, região da grande São Paulo.

Grafamos maravilhosa, porque ela não é só uma prisão. É, de contrapeso, uma instituição privada de educação básica. Lá os moradores não são conhecidos como presidiários. Recebem o crachazinho de ‘REEDUCANDOS’. Desde então a linda Suzy, perdão, a ‘reeducanda’ Suzy, descambou para às raias comuns do esquecimento e caiu nele por vários motivos, o mais crucial,  acreditamos, ou o mais sério, a de que, por princípio, o brasileiro não tem memória, e desconhece a sua própria imbecilidade humana.

Entretanto, de repente, a gatinha amada pelas suas colegas de infortúnio, se tornou celebridade ao ser entrevistada, com toda pompa, pelo famoso médico agregado da Rede Globo, numa reportagem bombástica que fez, de inopino, a até então desconhecida bicha-Suzy (desde a noite de primeiro de março p.p), simplesmente por ter se queixado ao esculápio da solidão impiedosa que a deixou em frangalhos, se tornar conhecida (de novo) mundo afora.


Para piorar seu quadro, nesse tempo de encarceramento (lembrando, por praticar atos libidinosos  consistentes em sexo oral e sexo anal ‘fisting anal’) e, a  depois, matando a vítima, sem lhe dar chance de defesa, a coitadinha, ou o coitadinho,  por mais de oito anos, nunca recebeu visitas de parentes, nem de estranhos ou curiosos. Mensagens, então... Num passe de mágica, seu panorama-lixo, contudo, mudou da água para o vinho.

Bastou o doutor Drauzinho Varella ir até o presídio lhe fazer uma visitinha de cortesia, levando a equipe da Globo à tiracolo, refrigerante, pãozinho, com manteiga, queijo suíço fatiado, mortadela Sadia, e ter trocado tapinhas nas costas, beijinhos e abraços, o ilustre cidadão Rafael, perdão, a gangrena gasosa Suzy de Oliveira, passou à galhardia de receber diariamente uma enxurrada de cartinhas, e-mails, bilhetinhos apaixonados, centenas de seguidores no Facebook, no WhatsApp, Noizz, (antigo Biugo), Instagram e até um pedido  formal de casamento.


Num primeiro momento, caríssimos leitores, achávamos que essa solicitação  matrimonial, tivesse sido feita pelo não menos ilustre e famoso “macho pra chuchu”, o fist fuck Agrédi, Alexandre Frota, por sinal, excelente diretor, cantor, produtor, ilustrador, jogador, panfletador, ‘senvergonhador, pilantrador’, e, claro, o carguinho mais importante, que o mantém na berlinda: o de deputado federal pelo PSDB ou (Partido dos Safados e Desmunhecadores do Brasil).

Num segundo momento, descobrimos que, pelo menos nessa, o Alexandre Frotinha comeu mosca, ficando de fora. A rogação para comer, de papel passado em cartório, a bundinha e outras cositas salpicadas com uma dúzia de “bubices, não oriundou de sua lavra. Pois bem. Suzynha, colada nos colhões do especialista em carandurus e outros presídios de segurança máxima, doutor Drauzio Varella, em poucos minutos, fez de seu entrevistado o mais novo paladino nacional.

A ponto do nosso reverendíssimo Papacu (lá de Roma), mandar levá-lo até sua presença. Com certeza o Santo Papacu dispensará à Suzynha, o mesmo tratamento obsequioso outorgado ao Lula.  Como assim? Já se esqueceram?! A honraria de Chiquinho tê-lo beatificado e canonizado Santo. Seria, a nosso entendimento se o Papacu canonizar Rafael (o primeiro, ou a primeira santa-santo, “viada-viado” a subir para o céu com as bençãos do também imaculado representante de Deus na Terra. 

A título de esclarecimento (entendam “viado-viada ou vice-versa”, àquele ou aquela que costuma dar o pescoço em francês). Montado no lombo desse sucesso ‘meteórico, mais famoso até que o cantor das multidões, Pablo Viaddar, perdão de novo, pela gafe, mais famoso que Pablo Vittar, uma semana após o doutor Drauzio entrevistar a Suzynha, a mocinha  recebeu 234 cartas, ganhou dezesseis livros (inclusive alguns do médico), duas bíblias, uma em português outra em aramaico.

De roldão, veio no pacote uma caixinha com maquiagens, chocolates, calcinhas, quatro consolos, um vibrador, um boneco inflável movido a bateria, um chicotinho (igual ao da ‘Tiazinha’), trezentos envelopes e duzentos e cinquenta canetas. Sem falar em dois celulares. Na famigerada fome de aparecer mais que o doutor, e o personagem entrevistado, outra figura abundou.

Desta feita, a advogada Camila Ribeiro se emocionou e decidiu (percebam que coisa imaginosa), decidiu criar um boizinho, desculpem, amados, uma vaquinha online, com o objetivo de arrecadar dinheiro, e, com ele, comprar itens os mais diversificados, não só para a coitada da Suzy, como para os (as) demais (transsexuais presos-presas, mostrados-mostradas na ousada e inimitável reportagem.

Quase ao final da palhaçada, antes daquele abraço à moda Gilberto Gil, Suzy teria vomitado as seguintes palavras no pé do ouvido de Varella: “Na cadeia, você é obrigada a se prostituir por uma pasta de dente, um sabonete, um prato de comida...”. Notem, senhoras e senhores, que ninguém, até o dia em que a Globo exibiu, a reportagem, nenhum ser humano digno de respeito ou de coração aberto, teve a coragem ou a ousadia de vestir a camisa da ‘solidariedade’.

Mesmo passo, nenhum filho de Deus, imbuído nas garras do amor incondicional, se adjudicou a dar as caras, para praticar um gesto simples de condoimento ou reciprocidade, e se doar de peito aberto à meia dúzia de infelizes que, por questões pecaminosas, resolveram ver, por alguns anos, o sol nascer quadrado e a lua fulgurante, com sisudas barras de ferro trespassando seu núcleo.

As pessoas se esqueceram do crime dessa pústula, praticado dez anos atrás, e o doutor Drauzio Varella, só mostrou, para o público, o que lhe interessava, ou o que daria audiência ao seu quadro no ‘Fantástico’. O árido desterro de um bandido que, há dez anos, não recebia visitas, nem cartinhas, em função de sua falsa dependência-recíproca, atrelada à sua condição de marginal da lei.

O doutor Drauzio Varella, em nenhum momento, mencionou o garoto-vítima, Fábio dos Santos Lemos,  que se viu estuprado e morto com requintes de crueldade, tampouco falou que o lunático e maníaco (ou a desgraçada bestificada, como queiram) que não recebia cartinhas, nem um pequeno gesto de esperança e condescendência fora parar nos quintos da sua sandice, por ter cometido tamanha barbaridade.

Esse, senhoras e senhores é o nosso Brazzzil. O Brazzzil que queremos, a mídia que esses canaiszinhos de televisão nos enfiam goela abaixo, alimentada, encorajada, fomentada (por interesses escusos, como a matéria que o doutor Drauzio Varella) mandou para o ar. Pensem, amados, raciocinem. 

Esse especialista famoso e renomado, com um nome e uma reputação a serem zeladas, poderia, ao invés de estar tornando em mártires uma plêiade de anastomoses, de vagabundos e pedófilos,  melhor seria se usasse a sua popularidade, o seu tempo em televisão, o seu prestígio e o seu conhecimento, para salvar vidas de cidadãos decentes, de criaturas que moram em favelas, que passam fome, e que pensam viver às margens da sociedade (moradores de rua, favelados...), enfim,  uma multidão sem precedentes que sequer sabe se amanhã acordará com vida.

Em resumo, entendemos que, se o Doutor Drauzio Varella tivesse tanto amor e carinho por esse maldito ermitão, pedófico e estuprador, para honrar seu nome imaculado, uma vez que pensa com tanta acuidade na palavra SOLIDARIEDADE, deveria levá-lo para a sua casa e agregá-lo ao seio de sua família. Dito de forma mais clara: Permitir que o Rafael Tadeu de Oliveira dos Santos, por ele transformado na hollywoodiana Suzy de Oliveira se tornasse um de seus mais novos pupilos. Era somente isso, senhoras e senhores, o que precisávamos dizer.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, Espírito Santo, 24-3-2020

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