Líderes jantaram juntos no sábado, em Palm
Beach, na Flórida
Foto: Alan Santos/PR |
Interessados em intensificar a
parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos, os presidentes Jair Bolsonaro
e Donaldo Trump instruíram seus negociadores a aprofundar as discussões prévias
à possível assinatura de um pacote bilateral de comércio. A informação foi
confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores. Segundo a pasta, a intenção
é que um acordo seja assinado ainda neste ano.
Bolsonaro e Trump se reuniram
na noite deste sábado (7), durante um jantar em um resort pertencente ao
próprio chefe do Executivo norte-americano, localizado em Palm Beach, na
Flórida.
Acompanhados por membros da
equipe de governo, assessores e jornalistas, os dois chefes de Estado
conversaram sobre alguns temas de interesse dos dois países, como os potenciais
benefícios da ampliação das relações econômicas bilaterais.
OCDE
Em nota divulgada na madrugada
de hoje (8), o Itamaraty trata o aprofundamento da parceria como uma “aliança
estratégica” entre os dois países. De acordo com o ministério, Trump reiterou o
apoio norte-americano ao início do processo de entrada do Brasil na Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Ao conversar com jornalistas
ainda acompanhado por Bolsonaro, Trump foi questionado sobre a possibilidade de
os Estados Unidos sobretaxar produtos importados do Brasil como forma de
compensar os impactos negativos que o real desvalorizado em comparação ao dólar
pode causar aos produtores norte-americanos. Trump respondeu que não faria
promessa sobre o assunto.
Os dois presidentes também
discutiram acelerar a participação do Brasil no programa de Operadores
Econômicos Autorizados, que agilizará o comércio entre os dois países ao
garantir a segurança dos bens importados, com objetivo de entrada no programa
em 2021.
Em sua conta no Twitter,
Bolsonaro postou um vídeo com trechos do encontro. Ao discursar, o presidente
brasileiro fala sobre a importância dos “laços de amizade” entre os dois
países. “Estou muito feliz em ser amigo do governo americano”, disse Bolsonaro.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 8, 2020
Também no Twitter, o chanceler
Ernesto Araújo comentou que as conversações presidenciais permitem o avanço “na
construção de uma aliança Brasil-EUA pela democracia, segurança e
prosperidade”.
América Latina e Oriente
Médio
De acordo com o Itamaraty,
Bolsonaro e Trump reiteraram o apoio de seus governos ao autodeclarado
presidente da Venezuela, Juan Guaidó; e à realização de eleições livres e
justas na Bolívia, previstas para ocorrer em maio. Os dois presidentes também
reiteram o compromisso com a paz e a prosperidade no Oriente Médio, com o
brasileiro elogiando a proposta norte-americana de estimular a coexistência
pacífica entre o Estado de Israel e um Estado palestino.
Os dois líderes também
trataram das negociações para assinatura de acordos de cooperação bilateral em
outras áreas, inclusive em pesquisa e desenvolvimento militar; setor
aeroespacial; de ciência e tecnologia; saúde e inovação.
Agenda
A previsão é de que Bolsonaro
permaneça nos Estados Unidos até terça-feira (10). Hoje, ele e parte de sua
equipe ministerial visitam o Comando Militar do Sul, responsável por coordenar
as operações militares dos Estados Unidos no Caribe, Centro e América do Sul.
Integram a comitiva
brasileira, além do presidente e assessores próximos, os ministros Ernesto
Araújo (Relações Exteriores), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Augusto
Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP), que escreveu, no Twitter, que “Brasil e EUA, antes de mais
nada, trabalham para serem países prósperos, apostando no livre mercado, num
Estado menor, apoiando a legítima defesa através de armas e respeitando os
valores judaico-cristãos da maioria de nossas sociedades.”
Título e Texto: Alex
Rodrigues; Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil, 8-3-2020, 10h12
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