Manuel Damas
Quando teve alta hospitalar o
Primeiro-Ministro Inglês agradeceu a todos os profissionais de Saúde do NHS. Fez
questão de salientar, depois, dois enfermeiros em particular. Uma enfermeira da
Nova Zelândia e um enfermeiro de Portugal. O PM britânico cumpriu o seu papel. Aproveitou
para realçar publicamente a importância do sistema nacional de saúde britânico,
principalmente em tempos de pandemia. E a história acabaria, bem, por aqui.
O problema foi a partir do
momento em que Marcelo, uma vez mais, decidiu canibalizar o momento, qual
vampiro à procura não de sangue, mas dos holofotes. De que não precisa. Marcelo
não precisa de procurar palco. Tem direto acesso a ele. Não por ser Marcelo. Mas
por ser o Presidente da República. Que se deve fazer ouvir, com sensatez e bom
senso, sempre que se tornar necessário. Mas Marcelo não se controla. Porque
Marcelo não se quer controlar.
Marcelo fez questão de
telefonar ao enfermeiro português. Depois Marcelo fez questão de referir à
Imprensa que tinha feito o telefonema. Não satisfeito Marcelo fez com que a
Presidência da República lançasse um comunicado, mais do que sobre o tema,
sobre o facto de Marcelo ter telefonado. Como se não bastasse todo este
folclore mediático, Marcelo fez ainda questão de publicar o comunicado no site
oficial da Presidência da República.
E, de repente, a personagem
deixou de ser o enfermeiro português ou sequer os Profissionais de Saúde. Passou
a ser, uma vez mais, Marcelo.
Não concordo com os que dizem
que Marcelo está tonto (e outros adjetivos menos abonatórios) ou que está
senil. Não contribuo para o peditório da desculpabilização por putativa doença.
Marcelo está na posse das suas capacidades. E sabe o que faz. E fá-lo
propositadamente. E esse é o cerne da questão.
Marcelo comporta-se como o
"emplastro". Cola-se a quem tem visibilidade no momento. Suga o
momento, qual vampiro. E, a dada altura, já Marcelo inverteu as coisas e
tornou-se o protagonista.
Recentemente foi assim com a
opereta do seu putativo contágio por covid-19. Depois com o teste de
diagnóstico. Depois com Marcelo a tentar dar o ar melodramático,
"declamando" à varanda não a “Traviata”, mas a
"marcelata"...
Voltou a ser assim com o
segundo teste.
E depois com o terceiro teste.
Foi assim, também, quando
Marcelo foi "olhar para os tomates" no Alentejo, como que
ensandecido. Só faltou babar-se todo tal como tinha acontecido aquando da
visita do Presidente Chinês a Portugal.
Tornou a ser assim quando foi
"apanhado" a comprar pão e queijo no supermercado (como se Marcelo
fosse tão frugal na sua dieta alimentar). E tivesse acontecido a
"casualidade" de ter encontrado no local repórteres de imagem e de
som...
Antes, durante e depois
Marcelo encheu ainda os espaços dos media, com declarações sobre tudo e nada. Multiplicou-se
em notícias e não notícias. Comentou os momentos. E comentou os comentários.
Em súmula, com toda esta sede
de protagonismo Marcelo conseguiu roubar o Sentido de Estado que se quer da
Presidência da República. Esvaziou a dignidade do estatuto e da função
presidenciais. Depois de vulgarizar o cargo e a função, Marcelo tornou-se
cansativo. Porque incomodativo.
Porque ainda pavão mas já sem
ter o brilho do comentador televisivo de outrora. Pior do que populista,
Marcelo tornou-se popularucho. Inebriado consigo próprio. Marcelo é, hoje,
apenas por culpa própria, a diva que se arrasta, de forma humilhante, pelo
palco. Tristemente patético.
Insisto...
Por culpa própria!
Imagem e Texto: Manuel
Damas, Facebook,
13-4-2020
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Texto muitíssimo bom mesmo.
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