Agentes de segurança apuram supostos
desvios de recursos públicos destinados ao combate à covid-19
Crystian Costa
No âmbito da Operação Placebo,
a Polícia Federal (PF) investiga na manhã desta terça-feira, 26, o Palácio das
Laranjeiras, onde mora o governador Wilson Witzel (PSC) [foto]. Aproximadamente
60 agentes de segurança estão nas ruas neste momento.
Quinze equipes da PF
participam da ação que envolve o cumprimento de 12 mandados de busca e
apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo. A finalidade, portanto, é apurar
supostos desvios de recursos públicos destinados ao combate à covid-19 no
Estado.
Conforme noticiou Oeste,
há indícios de que governadores embolsaram o dinheiro voltado às políticas de
enfrentamento ao coronavírus. Entre os casos apresentados pela reportagem, está
a compra de respiradores acima do preço pela Secretaria estadual de Saúde do
Rio.
Na semana passada, a PF
realizou a “Operação Favorito” (Placebo é um desdobramento dela), que investiga
supostos desvios de recursos da área de saúde do governo estadual do Rio.
A operação
A equipe da Polícia Federal
veio hoje de Brasília, no Distrito Federal, e chegou ao Aeroporto Internacional
do Rio pouco depois de 05h30. Cerca de quatro viaturas descaracterizadas da PF
estão na entrada do Palácio das Laranjeiras enquanto esta reportagem é
redigida.
Há agentes também na casa da
Rua Professor Valadares, no Grajaú, na Zona Norte, onde morava o governador
antes de assumir o mandato, e no apartamento na Avenida Ataulfo de Paiva, no
Leblon, na Zona Sul do Rio, residência do ex-subsecretário de Saúde Gabriell
Neves, preso em 7 de maio.
Os investigadores também estão
no escritório de advocacia da mulher do governador, a primeira-dama Helena
Witzel, no Leblon. Outra equipe está em frente à casa do ex-secretário de saúde
Edmar Santos, em Botafogo, também na Zona Sul, de acordo com a TV Globo.
Segundo investigações
iniciadas no Rio de Janeiro pelo Ministério Público Estadual, pela Polícia
Civil e pelo Ministério Público Federal, há um esquema de corrupção envolvendo
uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha.
Além disso, há suspeitas de
que servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado estejam
envolvidos.
Hospitais de
campanha
O secretário de Saúde estadual
do Rio de Janeiro, Fernando Ferry, afirmou na quinta-feira 21 que alguns dos
hospitais de campanha que estão atrasados podem não ser entregues.
De acordo com o chefe da
pasta, o atraso para a conclusão das obras e os números positivos da pandemia
podem tornar as unidades “completamente desnecessárias”.
No Estado, de sete unidades
prometidas pela organização social Iabas, apenas três (com a ajuda da
iniciativa privada) foram entregues, entre elas, a do Maracanã.
Secretário suspeito de
envolvimento no Covidão fluminense foi readmitido
No dia 18 de maio, Witzel
readmitiu um funcionário atolado em denúncias. O ex-secretário de Saúde do
Estado, Edmar Santos, havia sido afastado do cargo por supostamente cometer
irregularidades na compra de respiradores.
Contudo, o governador decidiu reconduzi-lo à gestão do Rio, mas como “secretário
extraordinário de acompanhamento das ações governamentais integradas da
covid-19”. Sendo assim, novamente atuante na área da saúde.
Monitoramento de
redes
Agora, a hashtag Wilson
Witzel está no primeiro lugar dos assuntos mais comentados do Twitter, ao obter
63 mil engajamentos.
Outra hashtag,
ademais, está ganhando musculatura: “Laranjeiras”, uma referência que faz
alusão à sede do governo do Rio de Janeiro, onde está Wilson Witzel.
Atualmente, soma 22, 6 mil perfis tuitando a respeito.
Nas últimas quatro horas, o
nome do governador foi o mais pesquisado por internautas do Rio de Janeiro.
Paralelo à pesquisa, aumentou repentinamente o interesse pelo vice de Witzel,
Cláudio Castro.
Em síntese, isso quer dizer
que as pesquisas indicam a grande expectativa pela saída do governador, seja
preso ou através de um processo de impeachment.
Título e Texto: Crystian
Costa, revista Oeste, 26-5-2020, 7h42
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ResponderExcluirEste é o que mandou helicópteros com fuzis, patrulharem o rio de janeiro, armamentista até a medula.
ResponderExcluirAmigo íntimo de Flávio bolsonaro, até que resolveu ser independente e criar cartilha própria.