terça-feira, 26 de maio de 2020

PF faz operação na residência oficial de Wilson Witzel

Agentes de segurança apuram supostos desvios de recursos públicos destinados ao combate à covid-19

Crystian Costa

No âmbito da Operação Placebo, a Polícia Federal (PF) investiga na manhã desta terça-feira, 26, o Palácio das Laranjeiras, onde mora o governador Wilson Witzel (PSC) [foto]. Aproximadamente 60 agentes de segurança estão nas ruas neste momento.


Quinze equipes da PF participam da ação que envolve o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo. A finalidade, portanto, é apurar supostos desvios de recursos públicos destinados ao combate à covid-19 no Estado.

Conforme noticiou Oeste, há indícios de que governadores embolsaram o dinheiro voltado às políticas de enfrentamento ao coronavírus. Entre os casos apresentados pela reportagem, está a compra de respiradores acima do preço pela Secretaria estadual de Saúde do Rio.

Na semana passada, a PF realizou a “Operação Favorito” (Placebo é um desdobramento dela), que investiga supostos desvios de recursos da área de saúde do governo estadual do Rio.

A operação
A equipe da Polícia Federal veio hoje de Brasília, no Distrito Federal, e chegou ao Aeroporto Internacional do Rio pouco depois de 05h30. Cerca de quatro viaturas descaracterizadas da PF estão na entrada do Palácio das Laranjeiras enquanto esta reportagem é redigida.

Há agentes também na casa da Rua Professor Valadares, no Grajaú, na Zona Norte, onde morava o governador antes de assumir o mandato, e no apartamento na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, na Zona Sul do Rio, residência do ex-subsecretário de Saúde Gabriell Neves, preso em 7 de maio.

Os investigadores também estão no escritório de advocacia da mulher do governador, a primeira-dama Helena Witzel, no Leblon. Outra equipe está em frente à casa do ex-secretário de saúde Edmar Santos, em Botafogo, também na Zona Sul, de acordo com a TV Globo.

Segundo investigações iniciadas no Rio de Janeiro pelo Ministério Público Estadual, pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Federal, há um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha.

Além disso, há suspeitas de que servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado estejam envolvidos.

Hospitais de campanha
O secretário de Saúde estadual do Rio de Janeiro, Fernando Ferry, afirmou na quinta-feira 21 que alguns dos hospitais de campanha que estão atrasados podem não ser entregues.

De acordo com o chefe da pasta, o atraso para a conclusão das obras e os números positivos da pandemia podem tornar as unidades “completamente desnecessárias”.

No Estado, de sete unidades prometidas pela organização social Iabas, apenas três (com a ajuda da iniciativa privada) foram entregues, entre elas, a do Maracanã.

Secretário suspeito de envolvimento no Covidão fluminense foi readmitido
No dia 18 de maio, Witzel readmitiu um funcionário atolado em denúncias. O ex-secretário de Saúde do Estado, Edmar Santos, havia sido afastado do cargo por supostamente cometer irregularidades na compra de respiradores.

Contudo, o governador decidiu reconduzi-lo à gestão do Rio, mas como “secretário extraordinário de acompanhamento das ações governamentais integradas da covid-19”. Sendo assim, novamente atuante na área da saúde.

Monitoramento de redes
Agora, a hashtag Wilson Witzel está no primeiro lugar dos assuntos mais comentados do Twitter, ao obter 63 mil engajamentos.

Outra hashtag, ademais, está ganhando musculatura: “Laranjeiras”, uma referência que faz alusão à sede do governo do Rio de Janeiro, onde está Wilson Witzel. Atualmente, soma 22, 6 mil perfis tuitando a respeito.

Nas últimas quatro horas, o nome do governador foi o mais pesquisado por internautas do Rio de Janeiro. Paralelo à pesquisa, aumentou repentinamente o interesse pelo vice de Witzel, Cláudio Castro.

Em síntese, isso quer dizer que as pesquisas indicam a grande expectativa pela saída do governador, seja preso ou através de um processo de impeachment.
Título e Texto: Crystian Costa, revista Oeste, 26-5-2020, 7h42

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2 comentários:

  1. Este é o que mandou helicópteros com fuzis, patrulharem o rio de janeiro, armamentista até a medula.
    Amigo íntimo de Flávio bolsonaro, até que resolveu ser independente e criar cartilha própria.

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