Henrique Pereira dos Santos
Não sei de onde apareceu esta
quase unanimidade à volta da ideia de que a sociedade se deve organizar em
torno de uma ideia única: defender-se de uma epidemia.
Eu não estou interessado em
sociedades que se organizam em torno de ideias únicas, sejam elas a defesa em
relação a uma epidemia, a gestão da alteração climática, a criação de um homem
novo, o fim da pobreza, etc., etc., etc.
Eu gosto de sociedades
diversas, "Um simples mundo, onde tudo tenha apenas a dificuldade que
advém de nada haver que não seja simples e natural. Um mundo em que tudo seja permitido, conforme
o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer, o vosso respeito pelos outros, o
respeito dos outros por vós."
Não estou interessado em
sociedades em que todos se olham de lado, procurando manter distância de dois
metros, sociedades em que os avós, os tios e etc., não podem pegar nas
crianças, sociedades em que sistematicamente se esconde a franqueza do sorriso,
sociedades em se decide que as grávidas infectadas - e podem nem sequer estar doentes - não podem ter acompanhamento nos partos para não infectar os que lhe são próximos, etc.,
por aí fora (quem quiser ter uma visão mais profunda do terror autocrático que
as boas intenções podem gerar devem consultar esta página).
Não estou interessado numa
sociedade em que a imprensa se põe ao serviço da opressão, como nesta peça do Observador, em que o jornalista Edgar Caetano se limita a ir
atrás da conferência de imprensa da OMS, sem se dar ao trabalho de ir às
orientações realmente produzidas pela OMS, que não dizem nada do que o
jornalista diz que dizem (tiro o chapéu ao facto de, ao contrário das versões
iniciais da peça, agora já haver uma ligação para as recomendações da OMS, onde
claramente se pode ler
"Results from cluster randomized
controlled trials on the use of masks among young adults living in university
residences in the United States of America indicate that face masks may reduce
the rate of influenza-like illness, but showed no impact on risk of
laboratory-confirmed influenza.(62, 63) At present, there is no direct evidence
(from studies on COVID-19 and in healthy people in the community) on the
effectiveness of universal masking of healthy people in the community to
prevent infection with respiratory viruses, including COVID-19.",
para além de ser evidente que
a OMS não recomenda o que o jornalista diz que recomenda, apenas altera a
orientação anterior para dizer que se pode considerar essa hipótese, em
circunstâncias muito restritas, e com base em ideias muito científicas como
diminuir a estigmatização de que tem de usar máscara por estar doente.
A coisa é simples: eu não quero optar entre defender-me de uma epidemia
ou perder liberdade, eu quero defender-me da epidemia em liberdade e usando o
juízo de cada um em cada circunstância, sem prejuízo, evidentemente, de haver
circunstâncias em que se definam limites à liberdade de cada indivíduo.
Só que essas circunstâncias e
essa limitação não podem ser entendidas como sendo questões técnicas, essas
circunstâncias e essas limitações são sociais e políticas, todos temos o
direito de as questionar e decidir sobre elas.
Não estou mesmo nada
interessado em sociedades em que se determina que os balneários de um ginásio,
mesmo que tenham cabines individuais, não podem ser usados, sem que haja uma só
alminha que explique qual é a razão para essa limitação.
Não estou interessado em
sociedades em que o medo se combate a fazer dezenas de regras absurdas ou
sensatas (infelizmente mais das primeiras que das segundas), mas sim naquelas
em que o medo se combate com informação e transparência.
O facto de haver tanta gente
disponível para apoiar o campo da limitação das liberdades por funcionários
anónimos, sem questionar, e o facto de entre essa tanta gente haver tantos
jornalistas, parece-me profundamente deprimente.
Título e Texto: Henrique
Pereira dos Santos, Corta-fitas,
7-6-2020
Sou avesso à diversidades.
ResponderExcluirPor exemplo não com nada verde, exceto abacate.
Não como aves, apenas carnes e frutos do mar, adoro ovos fritos, omeletes e merengues.
Pão francês crocante por fora e macio por dentro.
Se existe algo mais perfeito que a natureza, não conheço.
Não quero contaminar ninguém, então cumpro as regras porque posso.
Muitas vezes na vida não é o querer o poder.
A natureza deu apenas 2 gêneros eles natos de cada indivíduo.
Enquanto homem não tiver útero e óvulos ou mulher não tiver escrotos e espermatozoides não acredito nessa diversidade.
Nossas mentes podem pensar diferente do corpo que possuem que vivam felizes na realidade virtual deles.
A natureza não produz fake news.
Regras são feitas desde o ciclo tribal, o chefe manda, índio obedece.
Reclamamos apenas quando nossos gostos, e necessidades são proibidos.
Como sempre em outro tópico, somos todos niilistas.
Assim ,assim...Mas tanto assim também não!
ResponderExcluirSem regras de comportamento social tudo vira um "furdunço",vira Putaria.
"Eu gosto de sociedades diversas, "Um simples mundo, onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido, conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer, o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós."