domingo, 5 de julho de 2020

[As danações de Carina] O que é ter a alma em festa?!

Carina Bratt

Hoje acordei com a alma em festa. Esta frase pode significar muitas coisas ao mesmo tempo em nossa vida cotidiana, tipo: “hoje acordei viva”; hoje acordei com saúde; hoje acordei me sentindo a criatura mais feliz na face da Terra”. 

Viver é ter a alma em regozijo constante, em prazer contínuo, em contentamento assegurado e efetivo, e o melhor de tudo, um direito indefectível. Viver é agradecer o fato de estarmos respirando. Hoje acordei com a alma em festa.

A nossa alma é como uma luzinha de vela acesa ao sabor das intempéries e do inesperado. Um vento mais forte, de través, pode simplesmente apagar tudo. Apagando, amigas... Se este vento soprar com furor descomedido e a nossa luzinha for para o beleléu, adeus agora, adeus, hoje, adeus amanhã...

Por esta e outras razões, devemos colocar as mãos para o céu, agradecer todos os instantes pelo fato de hoje termos despertado com a alma em festa. Com a alma em profusão; em abastança; em fartura e fecundidade; bem ainda em movimentos ininterruptos e férteis.

Devemos de modo idêntico, agradecer e dar vivas pelo fato de todas as atividades estarem perfeitas, nossos olhos abertos, os membros do corpo (dos pés à cabeça) em perfeita harmonia com o Universo. Acordar, pois, com a alma em festa, nos deixa claro e cristalinamente comprovado que o corpo humano é a imagem da alma humana.

Por alargamento, ou por âmbito de importância, o ser humano é a imagem ou o relicário da alma de Deus.  O grande poeta Mario Quintana versejava que “a alma é a coisa que nos pergunta todos os dias se ela existe”. Claro que a alma existe.

O dia que ela não mais se fizer presente, seremos como árvores cortadas, flores sem perfume, vidas secas, estorricadas, queimadas, calcinadas, liquidadas. Seremos pó. A alma não é um copo que é preciso encher. No dizer do grego Plutarco, “a alma é um lar que é preciso aquecer”. 

Se não a abrasarmos, se não a nutrirmos, ou se não a albergarmos e protegê-la, com coisas boas, poderemos acordar, porém, não com ela em festa, pelo contrário, frangalhada, rompida, desmontada, totalmente em pedaços, vazia  de alegrias, carente de felicidades, oca das boas e sublimes coisas do Amado Eterno. 

O autor do clássico O Corcunda de Notre-Dame, Victor Hugo, nos deixou um pensamento que, igualmente, se tornou imorredouro, tanto ou até mais que o seu personagem, Quasímodo. Lembram dele?

Essa preciosidade que trago a seguir, está em Os miseráveis: “A alma tem ilusões como pássaro tem asas; isto é o que a sustenta”. Neste tom, minhas caríssimas amigas e leitoras, aproveitando a deixa e parodiando um Provérbio Iraniano: “a alma gera a força motriz que renova a fé que carregamos na alma, nos permitindo destruir qualquer obstáculo que possamos, porventura, encontrar pela frente”.

À boca pequena, mas aos gritos e aos berros, carecemos retocar, ou inovar, a cada minuto, a exuberância de São Vicente de Paula. “Antes de ensinarmos às pessoas a salvarem a sua alma, é preciso permitir a elas viverem em condições tais que possam saber que tem alma”.

Hoje acordei com a alma em festa. Alma em festa é quando vocês, em suas orações falam com o Altíssimo e Ele, em retribuição, lhes escutam, uma por uma, e, ao nos dar ouvidos, nos concede a graça e a glória de termos a alma em reboliço constante.

Amigas, um conselho simples e fácil de ser seguido: vivam em paz. Façam o bem.  Certamente, todas as manhãs, uma nova carga de energia positiva se ativará ou se vivificará fortalecida, intensa, opulenta renovando todas as alegrias que vocês, ou dito de forma mais abrangente: como todas nós merecemos. 

Título e Texto: Carina Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo, 5-7-2020 

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