Carina Bratt
Em meio a esta pandemia que
nos assola, que nos massacra, que nos tira a liberdade, os sonhos, a vida,
sobretudo a vida, eu gostaria de levantar aqui alguns questionamentos simples:
o que poderemos esperar do futuro? Aliás, vamos ser mais diretas: teremos
futuro? Se sim, o que esperarmos dele?
Estaremos prontas para quando
o Senhor do Amanhã bater em nossas portas? O humorista americano Arnold Glasow
explicava em suas apresentações que “o problema com o futuro é que ele
usualmente chega antes de estarmos prontos”. E como saberemos se estaremos prontas
para recepcioná-lo quando der as caras?
Partindo do princípio que o
nosso presente, o nosso hoje, o nosso agora não existe, é apenas ou não passa
de um ponto imaginário entre a ilusão e a saudade, entendo que a melhor maneira
de prever o futuro e claro, preservá-lo, é criá-lo do nosso modo, ou aos
desejos mais excelentes que brotam da nossa alma.
Teremos, por conta, um futuro
que nos fará bem. Um futuro promissor, recatado de lindo e vestido de
maravilhoso, sem os perigos dos transtornos e sem os medos dos possíveis
tropeços. Se o futuro depende de nossos melhores sonhos, o certo será irmos
todas dormir. Porém, percebam, dormir com um olho aberto e outro naquilo que
almejamos para nossa vida além do que vivemos em dias de agora.
O advogado cearense Eduardo
Henrique Girão lecionava a seus clientes e amigos que “o futuro é um
desconhecido que nos chama” Ora, se o futuro realmente é um desconhecido que
nos chama, devemos “engravidar” o
presente com coisas boas, com ações que nos elevem a alma, que nos coloquem
para cima, sempre.
Se agirmos dessa forma, se
conseguirmos deixar nosso presente prenho do futuro, o que está por vir
nos trará certamente bons frutos, boas colheitas em forma de filhos robustos e
saudáveis. O filósofo e romancista espanhol
Miguel de Unamuno, não cansava de dizer em seus livros: “devemos
procurar mais ser pais de nosso futuro do que filhos de nosso passado”.
Neste pé, caríssimas amigas e
leitoras, pensando sempre em futuro, sigamos o pensamento vivo de Pierre
Beaumarchais: “não olhe de onde você vem, espie com atenção e carinho, para
onde pretende chegar”. O futuro é uma incógnita, um estranho sem rosto, um
ignoto anônimo.
Em outras palavras, um
desconhecido cavalheiro que nos fará as honras. Seremos bem recebidas por ele,
se usarmos a cabeça. Mal recepcionadas, se o encararmos como um ilustre
estrangeiro. Devemos ter em mente, por conta,
que o dia que está por vir, ninguém ainda o usou. Usemos-o de imediato,
da melhor forma.
Nada nos impede que ele, o dia
que está por vir, seja nosso, só nosso e
o possamos usar como melhor nos aprouver. Uwais Al-Qarmi, figura história e
bastante conhecida do islanismo, espalhava aos quatro cantos do planeta que
“quem vive o dia de hoje com medo do amanhã, não vive nem o hoje, nem o amanhã”.
Trocado em miudos, Al-Qarmi
quis dizer o seguinte: quem vive o agora com receio do que está por vir, ou
quem tem medo de enfrentar a si mesmo e a seus próprios desafios, não sairá
jamais do secreto, ou do privado, permanecendo, vida afora dentro de um obscurantismo sem retorno.
Neste caso, amigas,
simplesmente esta criatura não gozará as pululações da vida plena. Simplesmente
vegetará. Nosso momento de pensar no futuro é agora. Não devemos, pois,
cruzarmos os braços. Não podemos olhar para trás, com angustia nem para frente
com temor, mas a nossa volta com consciência. Com determinação e otimismo.
O autor do belíssimo quadro
Monalisa, o italiano Leonardo da Vinci,
dizia a seus amigos e conterrâneos que “a água que a gente toca nos rios é a
última daquela que se foi e a primeira daquela que vem”. Assim, amigas e caras
leitoras, É O TEMPO PRESENTE.
Resumindo nossas Danações de
hoje. O que poderemos esperar do futuro? Resposta: TUDO. Teremos futuro?
Resposta: Sim, se depender de nossos melhores propósitos, ele nos sorrirá
enquanto vida tivermos. E o que deveremos esperar dele? Resposta: O que plantarmos
agora. Sem pisarmos nos outros, sem machucarmos nossos semelhantes.
Estaremos prontas, ou como
saberemos se estaremos prontas? Resposta: o dia a dia, o nosso cotidiano, as
nossas ações, o nosso comportamento nos mostrará a senda, a estrada, a ser
seguida. “Quem não quer quando pode - dizia Jean de Salisbury -, quando quiser,
não poderá”.
Título e Texto: Carina
Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo. 2-8-2020
Anteriores:
NÃO MUITO GOSTO DE FAZER CITAÇÕES, E EM MEUS TEXTOS PROCURO SEMPRE EXPULSÁ-LAS, QUANDO SE INTROMETEM.
ResponderExcluirA CITAÇÃO SERVE PARA DAR PESO E CREDIBILIDADE AO ESCRITO .
OU EM ALGUMAS VEZES PARA REVESTI-LOS DE UMA PSEUDO INTELECTUALIDADE, OU COMO UMA TENTATIVA DE PENETRAR NOS RESTRITOS E ENFADONHOS CÍRCULOS ACADÊMICOS.
EU TIRO MINHAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES, E PREFIRO ERRAR SOZINHO!
GERALMENTE A PESSOA CITADA VIVEU EM ÉPOCAS REMOTAS E COM CONHECIMENTO RESTRITO,AOS MEIOS DE ENTÃO.
MESMO RENOMADOS CIENTISTAS E MUITOS OUTROS PERSONAGENS HISTÓRICOS, COMO EXEMPLO FREUD,
, QUE EU COSTUMAVA CITAR MUITO , DISSE UM MONTE DE BESTEIRAS,NO MEIO DE UMA OU OUTRA VERDADE, E OS ABANDONEI.
TUDO ISTO PARA DIZER QUE , A CARINA FAZ EM SEU TEXTO ACIMA FAZ NADA MENOS DO QUE 7 CITAÇÕES, E DE DIVERSOS PERSONAGENS.
COMO NÃO APRECIO, COPIEI O TEXTO EXCLUINDO-AS E MANTENDO APENAS UMA.
E FOI SEM SURPRESA QUE CONSTATEI QUE A QUALIDADE CONTINUAVA A MESMA.
NEM MAIS NEM MENOS DO QUE UM TEXTO BOM,DE UM AUTOR VIVO!
MESMO ABRINDO MÃO DO “AVAL DE FANTASMAS” DO PASSADO
O TEMPO PRESENTE NÃO EXISTE!
ResponderExcluirVIVEMOS A CADA SEGUNDO SEMPRE NO TEMPO FUTURO.
DE PRONTO TUDO A CADA SEGUNDO TUDO É PASSADO.
FUI...
Carina, você disse em seu texto, que o autor do belíssimo quadro Monalisa, o italiano Leonardo da Vinci, dizia a seus amigos e conterrâneos que: “a água que a gente toca nos rios é a última daquela que se foi e a primeira daquela que vem”. Por certo, É O TEMPO PRESENTE. Estamos vivendo, minha linda, o "TEMPO PRESENTE". Carecemos cuidar para que ele não nos deixe a ver navios. Vamos vivê-lo intensamente antes que vire, definitivamente, PASSADO.
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo ES
PASSADO APARECIDO, segundo a teoria da relatividade, tempo e espaço são a mesma coisa. tudo que você vê é viu.....
ResponderExcluirQUEM NÃO VIVE NO FUTURO SENTE REMORSOS DO PASSADO.
E quem não vive no passado, ou ao menos se lembre dele, pelo menos em algum momento, sentirá remorsos de chegar ao futuro e não ter nada para se lembrar. Imagine! Com relação a Teoria da relatividade, caro amigo Roccha a dita não é totalmente relativa, tem lá as suas falhas; daí a teoria do nosso amigo Albert Einstein ser "desrelativamente" falha. Talvez seja por essa razão que o Einstein tenha tirado uma foto mostrando a sua língua.
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo ES
Meu caro letrista...
Excluireu não tenho saudades do passado "FOICE" parodiando você.
Uma das frases que gosto é de Belchior:
O PASSADO É UMA ROUPA VELHA QUE NÃO NOS SERVE MAIS.
Eu reconheço os que são mais e melhores do que eu.
Você é um letrista, eu prefiro textos filosóficos.
Nesse futurismo "chulo" não me enquadro.
Prefiro músicas clássicas e "country rock" se falar de sertanejo causa me náuseas.
Gostar do passado não é saudade.
Gosto da poesia e dos livros que não são passados, são eternos.
Meus pais morreram, e daí?
Também vou morrer, e quero ser cremado com cinzas ao léu.
Não gosto de fotos minhas, só lembra o que fui não o que sou.
Somos computadores, o sentimento é virtual, é uma memória "RAM"
para uns é uma "EPROM". Seja para aprender, seja para se comunicar.
Engraçado você proteger tanto "seu fetiche".
Você escreve, escreve e nunca diz seu posicionamento político, religioso e social.
Eu fui criado com deus, boitatá, saci-pererê e outras merdas.
EU SOU MEU DEUS DE MIM MESMO.
A natureza me cria, me evolui e me leva.
São horas de cabine, enquanto a "porra" corria solta e u ensaboava meu cérebro lendo.
Todo homem de várias mulheres é "BURRO".
Acha que o céu "AZUL" LHE CONTEMPLA DE PRAZER....