domingo, 20 de setembro de 2020

[As danações de Carina] Como sair da depressão ‘depressinha?!’

Carina Bratt 

Hoje falarei às minhas amigas e leitoras, de um assunto que vem preocupando as pessoas, as famílias, os médicos tanto quanto a desastrosa Covid-19. Faço referência à depressão. Em linhas gerais, o que é, ou o que venha ser a depressão? A depressão, ou transtorno depressivo, é uma doença comum, porém séria, que pode afetar negativamente qualquer uma de nós, não importando a idade. 

Tanto pode surgir sem motivo aparente, numa pessoa de quinze anos, como numa de vinte, de trinta, ou quarenta, seja através de um evento corriqueiro qualquer, seja motivada pelo fim de um relacionamento entre adolescentes, uma gravidez indesejada ou divórcio. Pode pintar em nós, no simples descobrir de alguma coisa que não deu certo, tipo a perda do emprego, a morte súbita de um parente que nos era caro; o desfazimento de um sonho planejado há anos que se esvaiu em fumaça. 

Costuma ser mais contundente, notadamente no estágio em como a gente se sente, ou como pensamos e agimos. É um dos males que mais atingem a população, com atenção especial, claro, à banda cada vez mais avolumada dos idosos. Ela provoca (como o puxar de um gatilho), o desencadeamento de sentimentos de melancolias, de desespero e angústias. Traz, à tona, a perda de interesse por atividades que, em outros momentos de nosso cotidiano, nos davam prazeres os mais diversos e variados. 

Dados recentes de uma (PNS), ou Pesquisa Nacional da Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com o Ministério da Saúde, por sua vez, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), dão conta que 11,2 milhões de brasileiros sofrem com o tal transtorno. Destes, 27,92% têm mais de sessenta anos. Na maioria das vezes a tormenta (vamos chamá-la assim), chega calma e mansinha, sossegada e sem fazer alarde ou estardalhaço. 

Esta alteração biológica do estado de saúde, pode ser mais difícil de ser determinada as suas dimensões, na terceira idade, uma vez que, ao contrário de nós, jovens sadios e com a corda toda, os nossos idosos tendem a não apresentarem os sintomas da velha e batida tristeza. Além dos sinais considerados básicos e vitais, é possível que a criatura acometida apresente grau de hipocondria (focalização compulsiva do pensamento e das preocupações sobre o própria satisfação de conforto) ou de ansiedade, com batimento cardíaco acelerado, suor nas mãos, tendência a supervalorização das suas conflagrações orgânicas e funcionais, com observação ao do consumo de medicamentos os mais variados. 

Segundo especialistas da área, a depressão é diferente para cada ser humano e está relacionada à história e ao contexto de vida de cada um. Segundo nos informou a dra. Erica de Souza, ‘muita gente atrela o fato de ser idoso a estar deprimido e não é bem assim. Homens e mulheres, em idade crítica ou não, serão únicos em seus relatos sobre a depressão. Todavia, na pessoa de idade mais avançada, a cronicidade (característica daquilo que é de longa duração) da síndrome depressiva pode levar ao isolamento, à dependência e ao risco de suicídio, o que, na faixa etária pós sessenta anos, passa a ser deveras considerável’. 

Acho bom lembrar e o faço agora, que os familiares (aqueles parentes mais chegados) são as peças fundamentais para o tratamento da depressão. Isto quer dizer o seguinte: o chefe de família (ou outro cabeça de frente que convive no dia a dia), pode colaborar oferecendo auxílio e obséquios, perguntando e validando o que o seu senhorzinho ou a sua senhorinha consideram importantes como cooperação. 

Se nós nos mostrarmos fortemente empáticos (pensarmos mais no nosso semelhante como em nós mesmos), e se desejarmos compreender a situação do nosso ente querido, com carinho e afeição, isto se tornará e passará a ser uma ação simples mas que, nos ‘finalmentes’ se mostrará muito prático e eficazmente dinâmico. Existe também uma saída paralela. Qual seja?! 

Alguém da família sair em busca de profissionais especialistas para auxiliarem diretamente no caso. A gente deve ter em conta, acima de tudo, que é fundamental que o nosso ‘envelhecido’ seja acompanhado pelo médico de referência. Mesmo trilho, por um psicólogo. O médico de referência é o profissional indicado para fazer o diagnóstico preciso e acudir com a medicação harmônica que alcançará o mais rápido possível, o seu objetivo literalmente primórdio. 

Mesmo passo, o psicólogo prestigiará o ‘acometido’, no enfrentamento das situações consideradas difíceis e intransponíveis, contribuindo, para que ele construa e dê, de frente, com faróis no fim do túnel escuro e se depare após a transposição dessa passagem subterrânea, com as pontes necessárias para seguir em frente, cabeça erguida e chegar triunfante à outra margem ou daquilo que, para ele, até então se mostrava difícil e intransponível. A depressão seria o mal do século? Uma corrente sustenta que sim, outra enxerga a coisa por outra ótica. 

Na Internet existem vários caminhos que podem ser pesquisados. Por exemplo, o site Minha Vida enfatiza que, todo mundo, uma vez ou outra, na vida se sente para baixo, ou sem emoção para continuar vivendo. ‘É uma reação natural à perda, aos desafios da vida e a queda vertiginosa da autoestima. Às vezes, o sentimento de dor ou de tristeza se torna deveras intenso; perdura por longos períodos e retira a pessoa propositalmente do eixo normal’. 

O site acima enumera, entre outras coisas, os vários tipos de depressão e ensina como distinguir um do outro, além de fornecer subsídios para saber mais, descobrir coisas novas e como se preparar, sobretudo como se preparar com a precisão e maestria devidos, para ajudar. Queridas amigas e leitoras, em algumas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, existem oficinas especializadas que atendem homens e mulheres idosos ou não, com transtornos psicológicos. 

Nestes encontros, que duram uma hora e acontecem por oito semanas, são abordados os sintomas, a diferença entre depressão, tristeza, luto e ansiedade; os ‘fatores mães’ que podem levar ao adoecimento; a reabilitação de limites de qualidade de vida e a busca por um propósito novo de futuro próspero. Fazem parte dos temas, as mudanças no processo de envelhecer, os aspectos de cada geração e as atitudes facilitadoras que auxiliam no enfrentamento da própria doença robustecendo e tornando mais fortificadas as relações. 

O objetivo primordial destas oficinas é, acima de tudo, criar um espaço de acolhimento específico entre homens e mulheres. Uma espécie de santuário, ou grosso modo, um recinto neutro, onde eles possam expor as suas questões, se identificarem e estarem livres e fora de julgamentos nefastos e não apropriados. Os especialistas acreditam piamente que somente desta forma, sentindo total segurança e confiança no ambiente, é que os pacientes poderão se proporem a se aprofundarem sem medos e receios às suas reais questões, e alcançarem uma melhora substancial do quadro que os azoratam e chateiam. 

Geralmente os envolvidos são encaminhados por seus médicos de referência, estando a participação condicionada à vontade de integrar o grupo, ao diagnóstico de depressão e ao fato, percebam que legal, ao fato de ter a cognição e a audição preservados. Estes encontros, em resumo, proporcionam uma reflexão sobre o próprio jeito de ser. Via outra, além da conversa, em alguns momentos é utilizado um instrumento discreto, a fim de auxiliar na classificação de sentimentos e necessidades. Ao término de cada reunião, existe um acompanhamento feito por psicólogos que monitoraram todo o encontro acontecido dentro da oficina. 

Por tudo o que acima eu trouxe, vamos, dar um pouquinho mais de atenção aos nossos consanguíneos. Aos nossos idosos, aos nossos irmãos e irmãs, e por que não, aos nossos vizinhos e companheiros que nos cercam? Pensem comigo: afinal de contas, não custa nada, não vai nos onerar em coisa alguma. Devemos ter em conta sempre, que nenhuma de nós sabe o que acontecerá no dia seguinte, ou seja, no dia de amanhã. 

Título e Texto: Carina Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo, 20-9-2020

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3 comentários:

  1. Além do link que o meu caro amigo Paizote trouxe para abrilhantar meu texto, com seu comentário postado em 21 de setembro p.p., eu indicaria mais alguns. Ei-los:

    https://www.youtube.com/watch?v=awC_KfMpWrY

    https://www.youtube.com/watch?v=PKzV9nqEb_4

    https://www.youtube.com/watch?v=HgLiYfYhiCE

    https://www.youtube.com/watch?v=3M7WFknsV8Y

    Outros mais existem no You Tube. As amigas que estiverem interessadas no assunto, basta uma espiadinha sem compromisso.

    Carina Brat
    Ca
    De Vila Velha, no Espírito Santo ES

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  2. VIVER É UM CONSTANTE EXERCICIO NO COMBATE A TRISTEZA,ACREDITANDO QUE ALI NA ESQUINA MORA A FELICIDADE! OS SIMPLES ACREDITAM, OS SEM FÉ DUVIDAM E OS INOCENTES PASSAM A VIDA SE DIRIGINDO A ELA , CRENTE DE QUE ELA OS OUVE , ENQUANTO OS DEPRIMIDOS DESISTEM!

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